DÓLAR E JUROS CAEM ANTES DE COPOM, DE OLHO EM ÔMICRON, PEC DOS PRECATÓRIOS E VAREJO

Blog, Cenário

Se o dia foi volátil para os mercados acionários, câmbio e juros futuros tiveram um comportamento mais linear, refletindo algum apetite por risco. No caso dos ativos domésticos, a expectativa pela promulgação parcial da PEC dos Precatórios, confirmada no fim da tarde, trouxe alívio, por reduzir as incertezas sobre as contas públicas em 2022. Em meio a isso, o noticiário envolvendo a variante ômicron da Covid-19 foi dúbio e cada mercado deu peso diferente às informações. O dólar recuou ante boa parte das demais divisas, influenciado pelo comunicado da Pfizer a respeito de suas vacinas. Segundo a farmacêutica, seu imunizante possui eficácia contra a nova cepa do coronavírus, sobretudo após uma terceira dose. Ante o real, a moeda dos EUA engatou o segundo pregão de queda firme, hoje de 1,49%, a R$ 5,5348 - menor valor desde 17 de novembro. A desvalorização do dólar e a decepção com as vendas no varejo de outubro, divulgadas mais cedo, fizeram os DIs cederem e consolidaram a ideia de que o Banco Central manterá o ritmo de ajuste da Selic em 1,5 ponto hoje e não precisará ser ainda mais hawkish adiante. Afinal, o quadro composto por atividade fraca e alguma solução para a questão fiscal, após a PEC dos Precatórios, ajuda a conter o risco. Até por isso, os juros longos voltaram a cair mais que os curtos. Na renda variável, os investidores foram mais cautelosos, de olho em notícias sobre medidas restritivas na Europa para conter a nova onda de Covid-19. A informação sobre a vacina e a eficácia sobre a ômicron, já presente em 57 países, limitou as incertezas, e os índices acionários de Nova York fecharam próximos da estabilidade, mas com viés de alta. O Ibovespa, que operou próximo da estabilidade durante todo o dia, encerrou com avanço de 0,50%, aos 108.095,53 pontos, melhor patamar desde 25 de outubro. Apesar de pequeno, este foi o quinto ganho consecutivo da bolsa brasileira, que acumula alta de 7,26% nestes pregões.

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

CÂMBIO

O dólar à vista emendou o segundo dia de queda firme na sessão desta quarta-feira (8), não apenas rompendo a linha dos R$ 5,60 como fechando abaixo do patamar de R$ 5,55 pela primeira vez desde 17 de novembro, quando encerrou o pregão a R$ 5,5242.

O principal indutor para a apreciação do real veio do exterior, em dia marcado por enfraquecimento do dólar tanto em relação a divisas fortes quanto emergentes, na esteira da redução dos temores relacionados aos impactos da variante ômicron sobre a economia global, após a farmacêutica Pfizer informar que três doses de sua vacina são eficazes contra a nova cepa. Além disso, ainda ecoam no mercado dados positivos da balança comercial da China divulgados ontem, que diminuíram os receios de desaceleração da atividade mundial e deram fôlego às commodities.

Ao apetite ao risco no exterior somou-se a percepção de menor risco fiscal, na esteira da expectativa pela promulgação, mesmo que parcial, da PEC dos Precatórios (concretizada no fim do dia), após acordo costurado entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Embora esperado e em boa medida já incorporado à taxa de câmbio, o provável anúncio de alta da taxa Selic em 1,50 ponto porcentual, para 9,25%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) hoje à noite contribui para dar fôlego ao real.

Afora uma pequena alta pela manhã, quando registrou a máxima do dia, a R$ 5,6362 (0,32%), o dólar operou em terreno negativo durante todo o pregão, rompendo momentaneamente a linha de R$ 5,52 no início da tarde, quando registrou mínima a R$ 5,5267 (-1,63%).

No fim da sessão, o dólar à vista era cotado a R$ 5,5348, em baixa de 1,49%. Com isso, a moeda americana já acumula queda de 2,55% na semana, mais do que devolvendo a alta de 1,50% na semana passada, quando chegou a flertar com os R$ 5,70.

"Existe um apetite ao risco no exterior que está beneficiando todas as moedas emergentes. Tem essa percepção de que a ômicron, embora tenha contágio rápido, não é tão letal e que as vacinas são capazes de contê-la", afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, acrescentando que, internamente, o mercado também se anima com a proximidade do "fim da novela" da PEC dos precatórios. "A taxa de câmbio se ajusta a esse clima de otimismo no mercado, mas continua longe de estar em patamares bons".

Para Ricardo Gomes da Silva, diretor da corretora Correparti, o alívio na taxa de câmbio deve ter vida curta. O mercado pode voltar a se estressar na próxima semana por conta de dois eventos: a votação, no plenário da Câmara dos Deputados, da parte da PEC alterada pelo Senado e a decisão de política monetária do Federal Reserve, com provável anúncio de aceleração da redução de estímulos. "A verdade é que a questão da PEC ainda não foi resolvida. É preciso ver como vai ser a votação na Câmara. O dólar pode recuperar o patamar de R$ 5,60 na semana que vem", afirma Gomes da Silva.

O diretor da Correparti ressalta que há uma forte demanda represada de importadores por divisas, já que empresas estrangeiras estão exigindo pagamento antecipado para assinar contratos. "Com o dólar acima de R$ 5,65, os importadores ficaram de fora. Agora, vão voltar ao mercado. Não vejo como o dólar cair mais e sustentar abaixo de R$ 5,50."

Dados do Banco Central mostraram que o fluxo cambial foi negativo em US$ 3,398 bilhões em novembro, por conta da saída de US$ 7,174 bilhões via comércio exterior. Já o canal financeiro apresentou entrada líquida de US$ 3,776 bilhões no período. No ano, até 3 de dezembro, o fluxo cambial total é positivo em US$ 14,324 bilhões.

O BC também informou que a posição vendida dos bancos em câmbio à vista subiu de US$ 10,486 bilhões no fim de outubro para US$ 14,956 bilhões, o que sinaliza que houve aumento de remessas ao exterior no mês passado.

Entre os indicadores do dia, o IBGE informou que as vendas no varejo caíram 0,1% em outubro ante setembro (na série com ajuste sazonal) - abaixo da mediana de Projeções Broadcast (+0,6%).

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, observa que, diante de sinais reiterados de fraqueza da economia, caíram por terra as apostas em um aperto monetário mais intenso e prolongado, a despeito da piora das expectativas de inflação.

"O Copom deve anunciar alta de 1,5 ponto da Selic hoje. A expectativa fica em torno do comunicado. Pode haver alguma alteração na sinalização do Copom por conta dos dados de atividade fracos e da tratativas da PEC dos Precatórios", afirma Abdelmalack.

Na B3, às 18h10, o dólar futuro para janeiro era negociado a R$ 5,5665, em queda de 1,41%, com giro na casa de US$ 12 bilhões. (Antonio Perez - [email protected])

18:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.53480 -1.4862 5.63620 5.52670

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5563.000 -1.47007 5665.000 5553.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5694.896 26/11    

JUROS

A quarta-feira de decisão do Copom foi de reforço nas apostas para a Selic e hoje as vendas do varejo muito piores do que a mediana das estimativas consolidaram a ideia de que o ciclo de aperto monetário não será tão hawkish, colocando os juros de curto prazo em queda firme. As apostas de nova alta de 1,5 ponto porcentual para o encontro de hoje e o de dezembro são consenso e a grande expectativa é se o comunicado vai trazer algum sinal de mudança no plano de voo, diante da fraqueza da atividade e melhora no risco fiscal, ainda que as expectativas de inflação estejam desancoradas. A ponta longa caiu ainda mais do que a curta, refletindo o aumento do apetite pelo risco no exterior, por sua vez, amparado em notícias positivas da Pfizer sobre a cepa ômicron, e que fortaleceu moedas emergentes, incluindo o real. A PEC dos Precatórios, que seria promulgada ainda hoje, de forma fatiada, ficou em segundo plano para o mercado de juros, que, em boa medida, também já tinha precificado tal desfecho.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,37% (regular e estendida), de 11,500% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 10,864% para 10,665% (regular) e 10,64% (estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,68% (regular) e 10,65% (estendida), de 10,853%.

Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de outubro foram o destaque da agenda e recolocaram as taxas curtas, que ontem haviam subido, em trajetória de baixa. As vendas do varejo restrito caíram 0,1% na margem, enquanto a mediana apontava expansão de 0,6%, e as do ampliado cederam 0,9%, mais de quatro vezes o recuo que a mediana indicava (-0,2%).

"As notícias pré-Copom desta vez são no caminho inverso do que vimos na reunião passada. Agora temos uma série de números mais fracos de atividade e a narrativa se inverteu", afirma o analista de Investimentos, Renan Sujii, referindo-se, além dos dados do varejo, aos números fracos do PIB e da produção industrial na semana passada. Os dados deixam a percepção de que o Copom pode desacelerar o ritmo de aperto em breve, diz. A reunião de outubro foi realizada um dia depois do IPCA-15 daquele mês, cuja taxa foi de 1,20%, bem acima da mediana de 1,00%.

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, a curva indicava praticamente 100% de chance de alta de 1,5 ponto na Selic para as reuniões de dezembro e fevereiro. Para o Copom de março, projetava 80% de probabilidade de desaceleração do ritmo para 1,25 ponto, e 20% de aperto de 1,5 ponto. Nas opções digitais da B3, a opção de 1,5 ponto tinha 85% de probabilidade; a de 1,25, 4%; e a de 1,75, 7%.

Na visão do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, os indicadores de atividade somam-se ainda às medianas de IPCA ontem na Focus, "menos piores" na margem, e à desaceleração dos IGPs, para alimentar a ideia de que o Banco Central "não precisa ser tão draconiano" no ciclo de ajuste.

Nesse contexto, o comunicado da decisão poderá apontar para um maior gradualismo nesta reta final do ciclo, seja de menor extensão ou doses mais brandas no aperto. "Talvez neste comunicado o BC não esteja mais contratando o próximo aumento, deixando mais 'data dependent'", disse Sujii.

Os contratos mais longos foram influenciados pela melhora do apetite ao risco no exterior, que também derrubou o dólar abaixo de R$ 5,60. Estudos preliminares já indicavam que a cepa ômicron era menos letal, embora com alta transmissibilidade, mas hoje a farmacêutica Pfizer afirmou que testes, também preliminares, mostraram que sua vacina contra covid é eficaz com a aplicação de três doses.

Em Brasília, havia expectativa de promulgação ainda hoje de parte da PEC dos Precatórios, confirmada no fim da tarde, mas o assunto estava bem precificado nos ativos e foi apenas monitorado. (Denise Abarca - [email protected])

18:27

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 9.12

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 7.65

Over Selic (%a.a) 7.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

Depois do alívio nos últimos dias com a variante ômicron do coronavírus, que impulsionou ativos de risco, os mercados operaram hoje com maior cautela pelo quadro pandêmico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que a nova cepa já foi identificada em 57 países, e que é uma mera questão de tempo até o registro em mais nações. No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou novas medidas de restrição para tentar conter a variante, que afirmou se propagar muito mais rapidamente que a delta. Os juros dos Treasuries operaram sem sinal único neste cenário. As bolsas de Nova York fecharam com leve alta. Já o dólar operou em queda ante a maioria das moedas, com destaque para o euro, que se valorizou com falas de responsáveis pela política monetária da região. O câmbio deu algum fôlego para o petróleo, em uma cenário no qual a commodity deve seguir operando pressionada pelas restrições de mobilidade causadas pela ômicron, conforme destacou hoje relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA.

Para a Capital Economics, "o medo do coronavírus ressurgiu, com algumas restrições sendo reimpostas na Europa". Na região, até o momento, o impacto na atividade parece bastante modesto, mas será o suficiente para que as recuperações econômicas na zona do euro e em partes da Europa emergente desacelerem no quarto trimestre, aponta a consultoria. E as restrições podem ser reforçadas ainda mais em algumas economias se uma onda da ômicron aumentar a pressão sobre os serviços de saúde, implicando em riscos maiores para o PIB no início do próximo ano, projeta.

Neste cenário, Edward Moya, analista da Oanda aponta que as ações nos EUA "entraram em modo de espera para ver o relatório de inflação de sexta-feira, que pode alimentar mais apostas de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed)". No início da manhã, os papéis receberam impulso depois que um novo estudo mostrou que o reforço da vacina da Pfizer fornece um alto nível de proteção contra a ômicron, aponta Moya, indicando que há uma percepção em Wall Street de que as ações dos EUA superem os principais índices europeus até que o risco de novas restrições pela covid-19 diminua. Hoje, as bolsas europeias mais relevantes tiveram quedas, com o FTSE 100 caindo 0,04% em Londres, antes do anúncio das medidas do chamado "Plano B", que envolvem passaporte vacinal e recomendação para home office. Em Milão, o FTSE MIB caiu 1,42%.

Em Nova York, a Apple subiu 2,28%, em dia no qual o jornal Nikkei informou que a fabricante pediu a fornecedores que acelerassem sua produção. Para Moya, a indicação é de que a empresa "continuará sendo uma posição chave para muitos investidores, especialmente agora que sua capitalização de mercado está se aproximando de US$ 3 trilhões". A Tesla teve alta de 1,64%, em dia no qual o presidente Joe Biden assinou um decreto relativo às metas para a transição verde nos EUA. Dentro do objetivo mais abrangente de zerar as emissões de carbono até 2050, uma série de intenções relativas à adoção de veículos elétricos nas próximas décadas constam no documento. O papel da Rivian, destaque recente no setor, teve ganho de 5,11%. O Dow Jones teve alta de 0,10%, o S&P 500 subiu 0,31% e o Nasdaq avançou 0,64%.

A renda fixa seguiu o tom de apetite moderado por risco em Nova York e os juros dos Treasuries não tiveram sinal único, com queda do retorno da T-note de 2 anos a 0,675%, e alta da T-note de 10 anos a 1,512% e do T-bond de 30 anos a 1,891%. Durante a tarde, um leilão de T-notes de 10 anos registrou demanda abaixo da média.

No câmbio, o euro foi destaque, e se valorizava a US$ 1,1354 no fim da tarde, em dia marcado pela fala do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis Guindos, de que o cenário de alta inflação pode durar mais do que o esperado inicialmente. Já a libra teve leve desvalorização, a US$ 1,3233, em dia que o mercado precificou um atraso na alta de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE). Segundo o Goldman Sachs, o BC britânico deve atrasar o aperto monetário por conta da situação da crise sanitária no país. Assim, o DXY, índice que mede o dólar ante seis rivais, fechou em queda de 0,49%.

O movimento deu impulso ao petróleo, que fechou em alta, com o WTI com entrega para janeiro subindo 0,43% (US$ 0,31), a US$ 72,36, enquanto o do Brent para fevereiro avançou 0,50% (US$ 0,38). Segundo o DoE, a commodity no curto prazo deve ficar em níveis menores do que as máximas recentes. A expectativa é de que o preço do barril de Brent fique em uma média de US$ 71 em dezembro e US$ 73 no primeiro trimestre de 2022, contando com restrições de mobilidade, que devem impactar, por exemplo, na demanda por combustíveis de aviação. (Matheus Andrade - [email protected])

BOLSA

Mesmo num dia de maior cautela, tanto externa quanto doméstica, o Ibovespa consolidou nesta quarta-feira o quinto pregão consecutivo de alta. Ainda que o avanço de hoje tenha tido fôlego mais contido que nos últimos dias, o índice alcançou o patamar dos 108 mil pontos e fechou o dia no melhor nível desde 25 de outubro.

No início do pregão, renovadas dúvidas sobre o tamanho da dor de cabeça que a variante ômicron da covid-19 pode causar chegaram a inspirar preocupação nos investidores globalmente, mas parte disso foi dissipado no fim do dia, após notícias de que as vacinas devem ter boa eficácia. Internamente, dados do varejo piores que o esperado e a decisão de juros pelo Banco Central, mais tarde, seguraram parte do fôlego do investidor. Por outro lado, o mercado viu se encaminhar para resolução a principal fonte de risco das últimas semanas, com a promulgação de parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.

Nesse cenário, o Ibovespa oscilou perto da estabilidade durante todo o dia, emplacando fôlego um pouco melhor no fim pregão. Terminou o dia cotado em 108.095,53 pontos, em alta de 0,50%. Na mínima do dia, chegou aos 107.308,60 pontos (-0,23%). Na máxima, tocou os 108.520,82 (+0,90%).

As notícias de que pode ser cedo ainda para comparar a variante ômicron com outras cepas e o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a expectativa é de que mais países (além dos 57 atuais) comecem a registrar casos da ômicron, além de um aperto nas restrições na Europa, tiraram o fôlego dos índices globais no início do dia. Tanto que, lá fora, as bolsas europeias fecharam em queda.

Por outro lado, notícias de que a Pfizer teria garantido que, com três doses, consegue garantir eficácia contra a nova cepa retiraram um pouco da pressão sobre os ativos globais, com Nova York se consolidando no território positivo, e deram espaço para que o Ibovespa, que quase zerou a alta no meio da tarde, colocasse alguma folga no movimento de alta.

Há uma cautela dos investidores, que deve oscilar nos próximos dias, de que a variante leve a novos lockdowns, que prejudiquem a já vacilante atividade global. "O medo com o coronavírus ressurgiu, com algumas restrições sendo reimpostas na Europa. Até o momento, o impacto na atividade parece modesto, mas será o suficiente para ver as economias na Zona do Euro e em parte da Europa emergente a desacelerar no quatro trimestre", aponta a consultoria Capital Economics em relatório publicado nesta quarta-feira.

No cenário doméstico, apesar da disposição dos investidores de emplacar um rali em dezembro, após cinco meses de queda, o resultado das vendas no varejo pelo IBGE pesou negativamente e impediu uma alta robusta. As vendas do comércio varejista caíram 0,1% em outubro ante setembro, pior que a mediana de alta de 0,6%. Na comparação com outubro de 2020, a queda foi de 7,1%, também pior que o esperado.

"O volume de vendas varejistas recuou, num contrário do consenso. Frustrou a expectativa de mercado no setor de consumo, que está muito amassado na bolsa", disse Cássio Bambirra, sócio da One Investimentos, citando que o índice setorial do consumo, apesar de ter terminado hoje no positivo, acumula uma das piores quedas anuais, de mais de 23,84%, ante 9,18% do Ibovespa. Destaque para a queda das ações da Magazine Luiza, que lideravam as perdas do índice hoje, encerrando o dia com recuo de 10,63%.

"Varejo é o que mais pesa negativamente, principalmente eletrônico. Você tem Magalu tendo queda acentuada. De manhã, os dados do varejo foram nada animadores. Por isso esse desconto um pouco maior dentro do varejo de e-commerce, mas também pelo aumento da concorrência", completa o analista da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno. Ele destaca o comportamento das empresas ligadas ao turismo, que devolvem parte da perda das últimas semanas após o alívio com o risco ômicron. CVC e Gol tiveram, ambas, as maiores altas do índice hoje.

Também prejudicam o varejo a trajetória de juros altos, em resposta justamente à inflação elevada, também prejudicial ao setor. Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar alta de 1,5 ponto porcentual na Selic, levando a taxa básica de juros a 9,25%. O mercado monitora com cautela, explica Gambirra, o tom do comunicado pós-reunião do Copom e as sinalizações para as próximas reuniões.

Por outro lado, os investidores acompanham hoje a promessa de encerramento do principal risco que rondou a bolsa brasileira nas últimas semanas, com a promulgação de parte da PEC dos Precatórios. "O mercado espera a PEC para retirar volatilidade do mercado. Contribui para voltar a atrair investidores", aponta Moliterno, da Veedha.

O petróleo também segue ajudando, após terminar mais um dia em alta, dessa vez mais contida, com o barril do Brent para fevereiro em alta de 0,50% e o WTI para janeiro em elevação de 0,43%.

O giro financeiro de hoje foi baixo, de R$ 29,9 bilhões, o que se justifica na opinião do sócio e assessor de investimento da Monte Bravo, Bruno Madruga, pelo Copom. "No Ibovespa temos volume negociado baixo, muito pela definição da taxa de juros pelo Copom, os investidores ficam esperando a decisão", disse. No mês, o Ibovespa tem alta de 6,06% e, na semana, de 2,88%. (Bárbara Nascimento - [email protected])

18:22

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108095.53 0.50007

Máxima 108520.82 +0.90

Mínima 107308.60 -0.23

Volume (R$ Bilhões) 2.98B

Volume (US$ Bilhões) 5.35B

18:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 108350 0.37054

Máxima 108790 +0.78

Mínima 107485 -0.43

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