MERCADO MANTÉM APOSTA EM APROVAÇÃO DA PEC, MAS AJUSTA EXPECTATIVAS APÓS DESTAQUES

Blog, Cenário
Os olhares do mercado passaram o dia fixados em Brasília, com a variação dos ativos acompanhando o compasso das conquistas e derrotas do governo em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que altera o teto de gastos e abre espaço para o pagamento do Auxílio Brasil. A balança pesa para o lado positivo desde a abertura, mas ganhou corpo durante a tarde, com o mercado alimentando o otimismo de que o governo conseguirá aprovar a matéria em segundo turno hoje no plenário da Câmara dos Deputados. A votação dos destaques (que tentam alterar o texto aprovado), contudo, mostrou que os agentes operam sensíveis às alterações no Parlamento. Logo após o Congresso derrubar o primeiro destaque - em uma vitória do Palácio do Planalto -, o dólar foi à mínima do dia, no patamar dos R$ 5,45. No entanto, o movimento arrefeceu logo depois, quando o governo perdeu a queda de braço com os deputados, que retiraram do texto dispositivo que alterava a regra de ouro, e a divisa diminuiu a queda para fechar o dia em R$ 5,4948 (-0,83%). Compasso similar ocorreu no Ibovespa, que operou sob volatilidade no fim do pregão. O índice, que chegou a subir 1,81% na máxima do dia, chegou a perder boa parte dos ganhos mas, antes do fechamento, foi ajudado pela derrubada de um outro destaque importante, que tentava retirar a mudança no teto de gastos. Assim, fechou em alta de 0,72% aos 105.535,08 pontos. A derrubada do destaque referente ao teto também ajudou o contrato futuro do dólar. Os juros tiveram queda firme e na ponta longa chegaram a recuar mais de 30 pontos-base. Os de curto prazo tiveram queda limitada na expectativa da divulgação do IPCA de outubro, amanhã. Apesar do revés no fim da tarde no Congresso, a cautela não foi suficiente para mudar o tom que ditou o compasso do mercado doméstico e o manteve descolado do exterior. Lá fora, as bolsas de Nova York, que vêm de sucessivos recordes, tiveram um dia de baixa, em sessão marcada pelas ações da Tesla, que despencaram mais de 10% após comentários do CEO Elon Musk. O cenário é de cautela sobretudo com a inflação, pressionada pelos preços de energia e com o petróleo (WTI) tendo fechado em alta superior a 2%. Após dados aquém do esperado do núcleo do índice de preços ao produtor (PPI), os investidores aguardam agora o índice de preços ao consumidor (CPI), amanhã.
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BOLSA Mesmo com o desempenho negativo das bolsas do exterior nesta terça-feira, o Ibovespa conseguiu sustentar ganho na casa de 1% na maior parte do dia, em meio à expectativa positiva para a aprovação da PEC dos Precatórios em segundo turno na Câmara dos Deputados, mantido em andamento por decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF). No fechamento, a referência da B3 mostrava alta mais acomodada, de 0,72%, a 105.535,08 pontos, abaixo da marca de 106 mil que sustentou especialmente pela manhã, quando parecia firme a caminho do maior nível de encerramento deste mês de novembro. Hoje, oscilou entre mínima de 104.783,02, da abertura da sessão, e máxima de 106.674,43 pontos, com giro financeiro a R$ 27,7 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula ganho de 1,97%, ainda cedendo 11,33% no ano. Na semana, o índice avança agora 0,68%. O dia foi de realização em Vale ON (-2,46%), após ganho acima de 5% na sessão anterior, enquanto Petrobras ON e PN seguiram em terreno positivo, em alta respectivamente de 1,55% e 1,99% no encerramento, com o Brent buscando se reaproximar de US$ 85 por barril. Na ponta do Ibovespa, destaque para recuperação das ações do segmento de varejo, com Magazine Luiza (+10,06%), Americanas ON (+7,65%), Via (+6,80%), Petz (+6,22%) e Lojas Americanas (+6,21%), à frente do índice nesta terça-feira. Na face oposta, PetroRio (-4,54%) vindo de ganhos recentes, BTG (-4,18%) após divulgação de resultados trimestrais, e Gol (-3,41%). "A princípio, a questão da PEC dos Precatórios deve ser resolvida hoje, o que levou o Ibovespa pra cima, na contramão do exterior. O mercado está precificando a aprovação e, assim, a definição da fonte de financiamento do Auxílio Brasil", diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos. "As ações do varejo tinham ficado extremamente amassadas, foi um dos setores que mais caíram, então o efeito 'mola comprimida' levou essas ações a subirem hoje mais do que o Ibovespa. E a definição da PEC contribui para dar uma arrefecida nos juros futuros, o que também beneficia o setor de varejo", acrescenta. "A aprovação da PEC pode até dar uma animada no curto prazo, mas não apaga a mancha da sinalização ruim, de se ter encontrado um jeitinho para furar o teto. É ruim passar a PEC, mas ainda pior se não passar. O político continuará a dominar o noticiário e, com a curva de juros ainda estressada pelo fiscal, enquanto a curva não fechar, não haverá muito espaço para recuperação da Bolsa", diz Leonardo Milane, economista e sócio da VLG Investimentos. "O sinal que se tem é de que o governo fará tudo para conseguir a reeleição." Uma vez concluída a apreciação dos destaques ao texto, com os primeiros da lista tendo sido derrotados pelos deputados alinhados ao governo, a expectativa de que a PEC passará hoje pela Câmara e seguirá para o Senado tirou pressão do câmbio nesta terça-feira, levando o dólar a ser negociado abaixo de R$ 5,50 nos melhores momentos da sessão, com fechamento a R$ 5,4948, em queda de 0,83%. Contudo, os ganhos foram limitados na Bolsa, abaixo da casa de 1%, logo após o governo colher a sua primeira derrota na sessão, ao sair do texto mudança na regra de ouro: o governo obteve apenas 303 dos 308 votos de que precisava. Em outro desdobramento negativo para o governo e sua base de apoio, o Supremo Tribunal Federal (STF) obteve neste fim de tarde os votos necessários para barrar os repasses do orçamento secreto, esquema de sustentação do governo no Congresso revelado em maio pelo Estadão. Com placar parcial de 6 a 0, a Corte manteve a decisão liminar (provisória) expedida pela ministra Rosa Weber na sexta-feira, 5. Nos minutos finais, o Ibovespa voltou a flertar com ganho de 1% na sessão, logo depois de o plenário da Câmara manter a alteração na regra de cálculo do teto de gastos, em votação tensa mas vencida pelo governo por 316 a 174 votos, que conservou o texto do relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). "No Brasil, está claro, nos últimos meses, que o cenário melhor é o menos pior, por conta de todo esse clima ruim dentro do Congresso, diante da expectativa para os desdobramentos sobre o Orçamento de 2022. Com eleição, a situação fica ainda mais complicada. Sobre a PEC, embora esteja longe do ideal, traz alguma previsibilidade em relação aos gastos, com a colocação de algumas regras. Sem isso, a alternativa seria medida provisória, com prorrogação da incerteza e da volatilidade no mercado financeiro", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. "Na parte da manhã, o mercado esteve bastante otimista com a PEC dos Precatórios, mas à medida que a sessão foi se desenrolando ficou mais lateralizado, devolvendo a alta. Provavelmente, a PEC vai ser aprovada, mas o (resultado) definitivo, só (veremos) amanhã", observa Braulio Langer, analista da Toro Investimentos. Além disso, no exterior, especialmente nos Estados Unidos, o dia foi de acomodação após a recente série de máximas históricas renovadas em Nova York, com o S&P 500 tendo emendado o oitavo recorde consecutivo, a maior sequência de que se tem registro para o índice amplo de Wall Street, observa Pietra Guerra especialista em ações da Clear Corretora. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 18:22 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 105535.08 0.71955 Máxima 106674.43 +1.81 Mínima 104783.02 0.00 Volume (R$ Bilhões) 2.76B Volume (US$ Bilhões) 5.03B 18:23 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 106160 0.53982 Máxima 107405 +1.72 Mínima 105465 -0.12 Volta CÂMBIO O otimismo em torno da aprovação da PEC dos Precatórios em segundo turno na Câmara dos Deputados - ponto fundamental para dar alguma visibilidade sobre o Orçamento de 2022 - pautou os negócios no mercado no mercado doméstico de câmbio nesta terça-feira (09). Afora uma pequena alta na abertura, quando atingiu a máxima a R$ 5,5493, o dólar operou em queda ao longo de toda sessão, quase sempre abaixo do limiar dos R$ 5,50 - tido por muitos profissionais do mercado como piso informal da taxa de câmbio, cujo teto estaria em R$ 5,70. A senha para a queda da moeda americana ainda pela manhã foi a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar pedidos de partidos da oposição para suspender a tramitação da PEC. Ao longo da tarde, com a vitória do governo em votação de alguns destaques à PEC por boa margem (um prenúncio da a aprovação final da proposta na Câmara), a moeda americana chegou a tocar o patamar de R$ 5,45, ao descer até a mínima de R$ 5,4568 (-1,52%). Já com o pregão praticamente encerrado veio a notícia de que o STF formou maioria para barrar os repasses do "orçamento secreto", mantendo, por placar parcial de 6 votos a 0, liminar concedida na sexta-feira por Rosa Weber. As chamadas emendas do relator são vistas como a principal moeda de troca do Palácio do Planalto no Congresso. Um pouco antes, o governo havia perdido a votação do destaque à PEC que previa uma mudança na "regra de ouro", um dos pilares do regime fiscal brasileiro. Com isso, o dólar fechou a sessão a R$ 5,4948, em baixa de 0,83%, o que leva a uma queda acumulada de 2,68% neste mês. Uma vez mais, o giro com o contrato futuro para dezembro (principal termômetro do apetite por negócios) foi reduzido, na casa de US$ 12 bilhões. Isso sugere pouca disposição dos investidores para montar posições mais contundentes. Após o fechamento do mercado, o governo colheu uma vitória ao manter na PEC dos Precatórios o trecho que traz a alteração da regra de cálculo do teto de gastos, com um placar de 316 votos a favor e 174 contrários, o que abriu espaço para uma queda adicional do dólar futuro na B3. O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, classifica a queda do dólar hoje como uma "devolução tímida" dos prêmios de risco embutidos na taxa de câmbio após o anúncio da mudança da regra do teto no mês passado. "O real havia se descolado muito dos outros emergentes e agora está devolvendo um pouco da alta recente. Uma aprovação da PEC traz certo alívio, mas o mercado continua nervoso e muito volátil", afirma Velloni, ressaltando que, não fosse o "fator político", o dólar estaria abaixo do patamar de R$ 5,25. Para Velloni, a aceleração do ritmo de aperto monetário para 1,5 ponto porcentual pelo Banco Central e a perspectiva de que a taxa Selic atinja dois dígitos aumentam, em tese, a atratividade da renda fixa, mas não são suficientes para trazer um grande fluxo de investimentos estrangeiro para o Brasil. "Não basta aprovar a PEC e ter juro mais alto. O governo tem que gerar expectativas melhores e mostrar que sua base no Congresso é forte para aprovar outras medidas", diz o economista-chefe da Frente Corretora. O head de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, Alexandre Netto, também não vê espaço para uma rodada de apreciação do real. A aprovação da PEC, diz Netto, dá "uma cara mais bonita" para o furo do teto de gastos e evita que o governo tenha que recorrer a créditos extraordinários para pôr o Auxílio Brasil de pé. "Houve um overshooting muito forte do dólar e agora vemos um retorno com ajuste de posições. A percepção de risco do estrangeiro com a questão fiscal amenizou um pouco. Mas não vamos ver o dólar muito mais para baixo, mesmo coma postura mais dura do BC", diz Netto, que estima taxa de câmbio ao redor de R$ 5,50 no fim deste ano. Lá fora, a moeda americana teve desempenho misto em relação a divisas de países emergentes e de exportadores de commodities, com fortalecimento frente ao rand sul-africano e queda na comparação o peso mexicano, ambos considerados pares do real. Já o índice DXY - que mede o desempenho frente a seis divisas fortes - operava em queda, abaixo da linha dos 94,000 pontos. Entre os indicadores, destaque para o índice de preços ao Produto nos EUA, que subiu 0,6 em outubro, em linha com o esperado, enquanto o núcleo subiu 0,4%, levemente abaixo das projeções, de 0,5%. As expectativas se voltam para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA amanhã, diante do debate sobre a transitoriedade da inflação, tese defendida pelo Federal Reserve. A medida das expectativas de Projeções Broadcast é de alta de 0,6% do CPI em outubro, o que representaria uma aceleração ante setembro (0,4%). O núcleo do CPI (exclui alimentos e energia), deve acelerar de 0,2% para 0,4%). O presidente do BC americano, Jerome Powell, disse hoje que a instituição está atenta não apenas à taxa de desemprego e à criação mensal de postos de trabalho para avaliar se o país atingiu o "pleno emprego" - umas das metas do Fed e requisito para aperto da política monetária. Na linha "dovish" de Powell, a presidente da distrital de São Francisco do BC, Mary Daly, disse que subir os juros de forma prematura, para responder "efeitos transitórios na inflação, pode frear a expansão do emprego sem conseguir conter o avanço dos preços. Da ala mais dura da instituição, o presidente do Fed de St. Louis, espera que a instituição eleve a taxa de juros duas vezes em 2022. (Antonio Perez - [email protected]) 18:23 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.49480 -0.8338 5.54930 5.45680 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5507.000 -1.16655 5570.000 5476.000 DOLAR COMERCIAL 5560.000 -1.12919 5560.000 5560.000 JUROS O mercado de juros ampliou o otimismo em relação à aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara durante a tarde, quando algumas taxas da ponta longa chegaram a fechar mais de 30 pontos-base, na medida em que os destaques ao texto iam sendo derrubados, abrindo caminho à votação do segundo turno em si. Com os longos caindo em ritmo mais acelerado, a inversão da curva se acentuou, com apenas algumas taxas nos contratos curtos rodando na casa dos 12%. Em meio ao sinais do Banco Central de que pode ser agressivo no aperto monetário e em véspera de divulgação do IPCA de outubro, os juros de curto prazo recuaram com menos força. E, com o foco do mercado voltado totalmente a Brasília, o exterior ficou hoje em segundo plano. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 12,135% a sessão regular, e em 12,155% a estendida, de 12,226% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 fechou em 11,85% (regular) e 11,86% (estendida), de 12,166% no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 12,023% para 11,72% (regular) e 11,73% (estendida). O spread entre os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2023 que ontem era de -20 pontos-base, hoje se ampliou para -42 pontos. A aposta de que a PEC, bem ou mal, vai passar em segundo turno ainda hoje embalou os ativos desde a manhã, com a notícia de que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedidos para suspender a tramitação do texto, alegando que a PEC ainda seguirá para análise do Senado. A mobilização do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressista-AL), para colocar a matéria em pauta também foi precificada como avanço na tramitação. Lira cancelou participação em evento para se dedicar à PEC e ainda se comprometeu a ajudar na tramitação da prorrogação da desoneração da folha de pagamento após o texto dos precatórios ser aprovado. A derrubada gradual dos destaques ao longo da tarde também foi computada como vitória do governo, que teve revés, porém, em um deles, até o momento. Com 303 votos, o destaque que alterava a regra de ouro não alcançou os 308 votos necessários. Por outro lado, o que altera a regra do teto de gastos para acomodar o aumento das despesas passou com 316 votos. O analista de Investimentos Renan Sujii entende que a curva de juros foi a mais castigada pela aversão ao risco fiscal das últimas semanas ante outros ativos e tem gordura para queimar num cenário de aprovação da PEC, que, segundo ele, é o "plano A, B e C da equipe econômica" como fonte de financiamento ao Auxílio Brasil. Não que a PEC seja vista como uma boa solução, mas, caso não passe, o mercado teme articulações para a volta dos créditos extraordinários e estado de calamidade, que representariam praticamente um cheque em branco para as despesas. "O mercado está com um olhar muito de curto prazo na questão da PEC, voltado apenas à Câmara, para depois ver o que acontece no Senado. A ideia é passar primeiro nas quartas-de-final para então pensar na semi", comparou Sujii. "O placar na Câmara foi apertado e o Senado é uma casa ainda mais dura." Do mesmo modo, o resultado negativo para o governo do julgamento, pelo STF, sobre os repasses parlamentares por meio de emendas de relator do orçamento secreto, e que teriam assegurado a aprovação da PEC no primeiro turno, também não abalou a confiança dos agentes. Pelo placar de seis a zero, foi mantida a liminar da ministra Rosa Weber que suspendeu as transferências. O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, destaca, entretanto, que na prática, mesmo com a suspensão dos pagamentos, o governo pode deslocar recursos discricionários e outros recursos de forma livre pelo Executivo. "A flexibilização de regras para votação pelo Presidente da Câmara ainda dá chances de aprovação", disse. Outros "riscos" e "inputs" negativos do dia, como a nova alta firme nos preços do petróleo, foram relevados. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, chegou a falar hoje em 'preocupação grande' com desabastecimento de combustível, durante participação em audiência pública no Senado. Nesta quarta-feira, a disposição para a tomada de risco será testada pelo IPCA de outubro, logo na abertura. A mediana das estimativas, segundo o Projeções Broadcast, de 1,06%, indica que será a maior taxa para o mês desde 2002. Em setembro, foi de 1,06%. A perspectiva é de avanço também para preços livres, núcleos e serviços. Em meio ao alívio nas taxas entre ontem e hoje, o Tesouro viu oportunidade para elevar o lote de NTN-B no leilão desta terça, ampliando a oferta para 600 mil. Mas vendeu 476.500 no total, com rejeição de boa parte dos 150 mil títulos para 2040, para o qual foram vendidas somente 26,5 mil NTN-B. (Denise Abarca - [email protected]) 18:23 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 8.04 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 7.65 Over Selic (%a.a) 7.65 Volta MERCADOS INTERNACIONAIS O petróleo consolidou alta ao longo da tarde e o WTI fechou com ganho superior a 2%. Relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) americano apontou que, até o final de 2021, o nível do barril deve seguir elevado, com uma média de US$ 82 para o Brent. De acordo com a Casa Branca, o tema segue monitorado, mas ainda não há novas medidas. O avanço da energia continua a impulsionar preços e também a preocupação com a inflação no mundo, fator reforçado após a publicação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) hoje nos Estados Unidos e com a expectativa pela divulgação dos preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país na próxima manhã. No câmbio, o dólar oscilou, em sessão volátil. Já os rendimentos dos Treasuries recuaram ao longo da sessão. Nas bolsas de Nova York, depois dos recordes históricos dos últimos dias, os índices tiveram baixa, em sessão marcada pelas ações da Tesla, que despencaram mais de 10% ainda pressionadas por comentários do CEO Elon Musk. Relatório do DoE reconheceu que os preços do petróleo podem cair no próximo ano, mas vê o atual cenário, que levou outubro a registrar os níveis mais altos para a gasolina nos EUA desde setembro de 2014 persistindo até o fim de 2021. Já para 2022, o DoE espera um aumento da produção tanto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) quanto em produtores de fora do grupo, o que deve levar a uma queda nos preços, incluindo uma média de US$ 72 para o Brent ao longo do ano. Hoje, a vice porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre voltou a pedir para que a aliança aumente a oferta no mercado, algo que até o momento não vem surtindo efeito. Na avaliação da Rystad Energy, "os preços elevados da gasolina costumam ser politicamente impopulares, então uma intervenção de Joe Biden para apaziguar o consumidor americano tem lógica política, mas pode não ter um impacto físico fundamental duradouro sobre os preços do petróleo". Neste cenário, o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,71% (US$ 2,22), a US$ 84,15 o barril, e o Brent para janeiro subiu 1,62% (US$ 1,35), a US$ 84,78. Com o avanço da inflação, o presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, disse hoje que espera que a instituição aumente suas taxas de juros duas vezes em 2022, mais hawkish do que outros presidentes. "Concordo mais com o mercado, que teremos de ser um pouco mais agressivos do que seríamos em outra situação, para manter a inflação sob controle", disse. Já o presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que as forças que atualmente elevam os preços provarão ser temporárias e desaparecerão à medida que a covid-19 deixar de ser uma pandemia para virar um fenômeno endêmico. Amanhã, de acordo com especialistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, a leitura do CPI de outubro nos EUA deverá registrar aumento de 0,6% ante setembro, com alta de 5,9% na comparação anual, acelerando na comparação com os números do mês anterior. De olho no tema, os juros dos Treasuries recuaram, com expectativas sobre a trajetória dos juros do Fed e a incerteza sobre como o conselho ficará no ano que vem, aponta Edward Moya, analista da Oanda. No fim da tarde, o retorno da T-note de 2 anos cedia a 0,414%, o da T-note de 10 anos baixava a 1,441% e o da T-bond de 30 anos recuava a 1,822%. Já o dólar ficou sem sinal único. De acordo com a Western Union, "a postura paciente do Fed com relação ao aumento das taxas de juros desacelerou a mobilidade ascendente do dólar". No fim da tarde, o euro subia a US$ 1,1596 e a libra recuava a US$ 1,3560. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA contra seis pares, por sua vez, registrou perda de 0,09%, a 93,955 pontos. Em Wall Street, Moya aponta que os investidores "não estão ansiosos pela crise do limite da dívida", que deve voltar ao radar no início de dezembro, um tema que preocupou há algumas semanas, sendo então prorrogado, mas não inteiramente resolvido. "O índice S&P 500 entrou em uma corrida implacável" depois das seguidas altas, e "estava maduro para um dia de baixa", apontou o analista. Sobre a Tesla, que despencou 12,21%, Moya afirma que os investidores podem estar nervosos, e as ações "estão se aproximando da zona de perigo, com o nível psicológico de US$ 1.000 podendo facilmente desencadear mais vendas de pânico". Por fim, o Dow Jones teve queda de 0,31%, o S&P 500 recuou 0,35% e o Nasdaq caiu 0,60%. Já na Europa, o FTSE 100 caiu 0,36% em Londres, e o DAX recuou 0,04% em Frankfurt. (Matheus Andrade - [email protected])
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