A ata do Fed, divulgada durante a tarde, era o grande evento do dia, mas foi recebida sem grandes solavancos pelos investidores. Afinal, o BC dos EUA apenas confirmou que o tapering deve mesmo começar em 2021. No mais, deu alguns parâmetros sobre o processo. O Banco Central do Brasil, no entanto, fez muito mais preço nos mercados, sobretudo quando, concomitantemente à ata do Federal Reserve, anunciou um leilão extra de swap cambial, injetando US$ 1 bilhão em dinheiro novo no mercado. Foi o suficiente para o dólar, resistente e em alta diante do real, ceder e terminar com desvalorização de 0,51%, a R$ 5,5091 no mercado à vista, depois de bater, no início da tarde, na máxima de R$ 5,5731. No caso dos juros futuros, também foi o BC, mas via declarações do diretor de Política Econômica, Fabio Kancuzk, que definiu a desinclinação da curva a termo, com as taxas curtas estáveis e as intermediárias e longas, em queda. A leitura dos agentes é de que o dirigente foi 'hawkish' ao reforçar que o Copom tem um plano de voo para convergir a inflação à meta em 2022, mesmo que o ciclo de aperto monetário possa abalar a economia. Se o quadro de apetite por risco se consolidou ao longo do dia para os demais ativos, o Ibovespa teve uma jornada praticamente unidirecional - e sempre para cima. O índice chegou a superar os 114 mil pontos na máxima do dia e, ainda que tenha terminado num patamar inferior, aos 113.455,92 pontos, com ganho de 1,14%, performou bem melhor do que os pares americanos e europeus. Na volta do feriado, marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, o mercado acionário brasileiro seguiu tentando tirar um pouco do atraso trazido pelas incertezas política e fiscal do Brasil, uma vez que registra perdas no ano, enquanto os índices em Wall Street têm ganhos superiores a dois dígitos. E em mesmo a queda de Vale e siderúrgicas, após a China indicar cortes na produção de aço, segurou os negócios. Por fim, em Nova York, a reação ao documento do Fed foi contida, com as bolsas fechando majoritariamente em alta, enquanto os yields dos Treasuries ficaram sem direção única. Já o dólar recuou ante moedas fortes, em reação à inflação dos EUA conhecida logo cedo, ainda elevada.
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