NY TEM SESSÃO DE ALÍVIO, ENQUANTO TREASURIES, FISCAL E PACHECO LIMITAM ATIVOS LOCAIS

Blog, Cenário
O exterior deu o tom aos mercados domésticos nesta terça-feira, levando o investidor a alguma tomada de risco em boa parte da sessão após a liquidação de ações da véspera. Ainda que o cenário seja de certa apreensão com a crise energética e gargalos na produção global, o dia foi de alta firme das bolsas americanas. A percepção dos agentes é de que o movimento de ontem foi muito contundente, em especial em tecnologia, abrindo espaço para recomposição de carteiras. Com exceção aos segmentos imobiliário e de utilities, todos os subíndices do S&P 500 tiveram ganhos, o que aponta para uma recuperação generalizada. Ao fim, esse índice saltou 1,05%, o Nasdaq teve ganho de 1,25% e o Dow Jones avançou 0,92%. Indicadores também deram base ao minirali ao mostrar que setores da atividade econômica não foram abatidos pelo espalhamento da variante Delta do coronavírus. Eles também sustentam a alta dos juros dos Treasuries, ante a visão consensual de que o 'tapering' virá em breve - ainda que seus detalhes não sejam conhecidos e inspirem alguma cautela. Os juros também subiram na esteira da disparada do petróleo, que se mantém no maior nível em quase sete anos e, ao fim, fará a inflação ao consumidor subir. De certa forma, o mercado doméstico emulou o internacional, com intensidade mais moderada na aposta em ativos do Brasil devido às tensões fiscais e ao ruído político. Perto do fim da sessão, o dólar foi para a máxima de R$ 5,4876 depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), recomendar cautela ao governo quanto à reforma do Imposto de Renda, que a equipe econômica quer passar para garantir o Auxílio Brasil. O parlamentar aventou ainda a possibilidade de debater a extensão do auxílio emergencial, que, vale lembrar, é computado fora do teto de gastos. Assim, a moeda americana à vista subiu a R$ 5,4851, valorização de 0,71%. A Bolsa também reduziu bastante os ganhos, mas ainda assim terminou em discreta alta, aos 110.457,64 pontos (+0,06%), muito longe do pico de 111.691,29 pontos, logo no comecinho da tarde. E a curva de juros teve leve inclinação e viés de alta no ajuste, com máximas em alguns vértices na sessão estendida, na esteira das declarações de Pacheco.
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MERCADOS INTERNACIONAIS Os índices acionários Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta hoje em Nova York, mas não chegaram a apagar as perdas registradas na sessão anterior, quando houve uma liquidação de ações de tecnologia. A recuperação dos mercados se deu em meio a indicadores de atividade, nos EUA e na Europa, que vieram melhor que o esperado. No entanto, incertezas geradas pela crise energética global e problemas nas cadeias de produção permanecem. O petróleo continuou em escalada, com o WTI no maior valor desde 2014, o que eleva os temores de inflação. No mercado cambial, o dólar se fortaleceu com a inclinação da curva de juros americana e a iminência do tapering do Federal Reserve. Em Washington, o impasse em torno do teto da dívida ainda não foi resolvido. Um noticiário esvaziado hoje, de certa forma, ajudou na recuperação das bolsas. Sem drivers negativos ao longo da sessão, operadores voltaram a comprar ações de big techs. Os papéis da Apple subiram 1,42%, os da Amazon avançaram 0,98% e os do Facebook, 2,06%. A rede social, contudo, enfrenta intenso escrutínio. Hoje, uma ex-funcionária acusou a empresa de violar as leis de segurança dos EUA e omitir relatórios a investidores. Esses ganhos nas ações de tecnologia levaram o Nasdaq a registrar alta de 1,25%, a 14.433,83 pontos. O Dow Jones, por sua vez, avançou 0,92%, a 34,314,67 pontos, e o S&P 500 ganhou 1,05%, a 4.345,72 pontos. Esses dois últimos chegaram a zerar as perdas de ontem ao longo da sessão, mas perderam fôlego nos minutos finais de negociação. Seja como for, índices de gerentes de compras (PMI) melhores do que o esperado nos EUA, zona do euro, Alemanha e Reino Unido deram um suporte ao risco hoje. No entanto, segundo o analista de mercado Edward Moya, da Oanda, essa "reviravolta" pode não levar a uma recuperação substancial do mercado acionário, devido a diversos fatores de risco para a economia global. Os papéis das petroleiras Chevron subiram 1,09% em Nova York. Na Europa, onde as bolsas também fecharam em alta hoje, as ações da Royal Dutch Shell e da BP avançaram 1,77% e 2,18%, respectivamente. "Os preços do petróleo compraram uma passagem só de ida em direção à alta", explica Moya. Com o barril do Brent acima de US$ 80 e o WTI no maior nível em sete anos, essas empresas são beneficiadas, mas também aumentam os temores de impacto na inflação, em meio a uma crise de energia global. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro subiu 1,69%, a US$ 78,93 o barril. O Brent para dezembro, por sua vez, avançou 1,60%, a US$ 82,56 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Mas o risco inflacionário do aumento dos preços do petróleo não é o único entrave para a retomada econômica global. Muitas países enfrentam ainda a falta de imunizantes contra a covid-19; os gargalos nas cadeias globais de produção têm se mostrado mais persistentes do que o esperado; eventos climáticos extremos, como o furacão Ida, têm se tornado mais frequentes; e há, ainda, a crise de liquidez a incorporadora imobiliária Evergrande na China (leia mais na reportagem publica às 15h57 de Brasília). No mercado cambial, o dólar retomou hoje a tendência de valorização contra os pares, que havia dado uma trégua ontem. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, subiu 0,21%, a 93,975 pontos. Um dos fatores que mais dão suporte ao dólar é a contínua escalada dos juros dos Treasuries. No horário de fechamento em NY, o retorno da T-note de 2 anos tinha alta a 0,285%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,528% e o do T-bond de 30 anos, a 2,095%. Renda fixa e câmbio precificam, cada vez mais, o início do tapering do Fed, o processo de redução gradual das compras de ativos. Após meses de divisão interna, os dirigentes da autoridade monetária chegaram ao consenso de que é necessário iniciar em breve a retirada de estímulos à economia (veja mais na reportagem publicada às 16h24 de Brasília). Outro fator que pode impactar os ativos, contudo, é a disputa política entre republicanos e democratas em torno da suspensão do teto da dívida americana. Hoje, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, voltou a alertar que o país entraria em recessão no caso de um calote. (Iander Porcella - [email protected]) Volta CÂMBIO O dólar à vista subiu mais um degrau nesta terça-feira (05) e atingiu o patamar R$ 5,48 escorado em dois pilares: o impasse nas pautas econômicas no Congresso, sobretudo em torno das fontes de financiamento para o Auxílio Brasil (programa social do presidente Jair Bolsonaro), e o fortalecimento da moeda americana no exterior, em dia marcado por nova rodada de alta das taxas dos Treasuries. Afora uma queda pontual pela manhã, quando registrou a mínima do dia (R$ 5,4257), o dólar trabalhou em terreno positivo ao longo de todo pregão. Com máxima a R$ 5,4876 (+0,76), já na reta final dos negócios, a moeda americana fechou em alta de 0,71%, a R$ 5,4851 - maior valor de fechamento desde 23 de abril (R$ 5,4973). Vale ressaltar que o giro nos contratos de dólar futuro para novembro - principal termômetro do apetite por negócios - era reduzido neste fim de tarde (na casa de US$ 10,8 bilhões). A máxima do dia veio em meio a declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), neste fim de tarde que colocam em xeque o andamento de pautas caras ao Planalto no Congresso. Em dia de entrega do parecer da PEC da Reforma Tributária (que trata da unificação de tributos), confeccionado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), Pacheco afirmou que o "projeto do IR pode até ser apreciado pelo Senado", mas que é preciso "exaurir todas as possibilidades" de fontes de financiamento para o Auxílio Brasil, citando o Refis, repatriação de recursos e arrecadação com atualização de valor de ativos. Para Pacheco, não é recomendável apostar todas as fichas na reforma do IR para bancar o programa social que vai substituir o Bolsa Família. Ele também disse que está sendo debatida a prorrogação do auxílio emergencial, adotado para lidar com a perda de renda das famílias por conta da pandemia do novo coronavírus. Em relação ao parecer da reforma tributária apresentada hoje, Pacheco evitou se comprometer com prazos. Na avaliação do economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, é grande no mercado a preocupação com as contas públicas e a ameaça à âncora fiscal do país justamente em meio a uma escalada inflacionária provocada por choques de oferta (como a crise hídrica). Ele chama a atenção para o impasse em torno da questão dos precatórios e da reforma do Imposto de Renda, que considera "claramente populista" e ruim para o crescimento potencial. "O mercado está com uma cautela muito grande em relação ao Brasil. As bolsas lá fora se recuperando lá fora e o Brasil aqui operando de lado, com o dólar subindo", afirma Miraglia. Reportagem especial publicada no Broadcast Político mostrou que o impasse dos precatórios alimenta ideias mirabolantes em Brasília, como a possibilidade de abertura de crédito extraordinário (o que aumenta o endividamento da União) ou até mesmo o uso das reservas internacionais para quitar as dívidas judiciais. Em relatório, o sócio e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, afirma que "aumenta a percepção de que a cobertura do Auxílio Brasil não será atingida", dada a falta de perspectiva de aprovação da reforma do IR no Senado. "O governo precisaria de quase R$ 30 bilhões, em particular dos dividendos", escreve Velho, em referência à tributação de lucros e dividendos. "Não teremos contribuição fiscal para desacelerar a inflação, e a inércia inflacionaria aumentou e não está estabilizada. Governo dá sinais de subsídios ou escalonamento de reajustes de preços administrados". O economista da JF Trust também ressalta que os "jabutis" incluídos MP da crise hídrica (com custos estimados em R$ 46,5 bilhões bancos por consumidores) podem agravar o quadro inflacionário. "O contexto fiscal negativo dá rigidez ao câmbio doméstico na faixa de R$ 5,20", afirma. No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - avançava 0,23%, perto do limiar dos 94 pontos. Em relação às divisas emergentes e de países exportadores de commodities, o dólar subia em relação ao peso mexicano, colombiano e a lira turca, mas recuava ante o rand sul-africano e o rublo, este apoiado por mais uma rodada de alta do petróleo. Entre os indicadores americanos, destaque para PMI de Serviços (medido pelo ISM), que subiu de 61,7 em agosto para 61,9 em setembro, acima da expectativa do mercado, de 60. O déficit comercial dos EUA atingiu US$ 73,3 bilhões em agosto, também acima do esperado (US$ 70,3 bilhões), com grande avanço das importações, reflexo do ímpeto da economia americana. Pela manhã, o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, disse estar "confortável em pensar" que a inflação, por conta, sobretudo, dos gargalos de oferta vai diminuir, mas disse que isso pode "demorar um pouco mais" do que se esperava. Evans repetiu sua avaliação de que o início da redução mensal da compra de bônus ('tapering) pode vir "em breve". (Antonio Perez - [email protected]) 17:30 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.48510 0.7087 5.48760 5.42570 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5499.000 0.39251 5509.500 5446.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5494.012 24/09 BOLSA Apesar da retomada do apetite por risco no exterior, impulsionado por dados de atividade (PMI) melhores do que o esperado nos Estados Unidos e na Europa, o Ibovespa não conseguiu sustentar o ritmo de recuperação visto no início da tarde, quando conseguiu se aproximar dos 111,7 mil pontos na máxima do dia. Ao final, mostrava levíssimo ganho de 0,06%, aos 110.457,64 pontos, uma fração dos 2,22% que havia perdido ontem, alternando ganhos e perdas nas últimas nove sessões, em padrão volátil. Hoje, oscilou entre mínima de 110.087,36 pontos e máxima de 111.691,29 pontos, então em alta de 1,18%, saindo de abertura aos 110.397,37 pontos. Na semana, cede 2,16%, com perda de 0,47% nestas três primeiras sessões de outubro - no ano, o índice recua 7,19%. O giro desta terça-feira ficou em R$ 29,6 bilhões. Com pressão maior sobre o câmbio no fim da sessão, em que o dólar à vista subiu 0,71%, a R$ 5,4851 no fechamento, a Bolsa devolveu os ganhos do dia, praticamente zerados, em sessão na qual não conseguiu acompanhar ao longo da tarde os ganhos firmes mostrados pelos índices de Nova York. Ainda assim, o avanço de Petrobras (ON +1,67%, PN +2,19%) e das ações de grandes bancos (BB ON +4,76%, Itaú PN +2,42%) manteve o Ibovespa em terreno positivo nesta terça-feira, de desempenho ao final negativo para mineração (Vale ON -0,72%, na mínima do dia no encerramento) e majoritariamente para siderurgia (Usiminas PNA -0,38%, Gerdau PN -0,52%). Refletindo os "jabutis" incluídos na MP da crise hídrica, as ações de utilities (Eletrobras ON -1,00%, Cesp PNB -1,94%, Copel PNB -1,36%) destoaram desde cedo na B3. Na ponta do Ibovespa, destaque para Pão de Açúcar (+6,80%), Banco do Brasil ON (+4,76%) e Americanas ON (+3,81%). No lado oposto, Banco Pan (-6,40%), CVC (-5,90%) e Grupo Soma (-4,68%). Esta terça-feira foi novo dia de ganhos para o petróleo, com o barril do Brent negociado mais perto dos US$ 83, ainda impulsionado pela decisão de ontem da Opep+ de manter o gradualismo no aumento de oferta global do insumo, cujos preços têm sido em parte pressionados pela transição energética na China, que busca reduzir a dependência de carvão para melhorar o enquadramento ambiental do país. "Ontem, a Opep+ confirmou que manteria sua produção no nível atual mesmo com a pressão de alguns países por um aumento maior da produção. Ou seja, existe maior demanda pela commodity e a decisão de não aumentar a produção se reflete no aumento dos preços", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "Vale destacar também o ótimo desempenho das ações da Petrobras, que neste pregão renovaram a máxima do ano, com mais um dia de valorização do petróleo", acrescenta. Se, por um lado, a recuperação do petróleo dá ensejo à retomada de um dos carros-chefes da B3, por outro tende a acirrar dúvidas quanto ao comportamento da inflação, aqui e no exterior. "A elevação dos preços da commodity tem pressionado a inflação global, e isso acaba se refletindo nos yields dos Treasuries e na expectativa quanto à elevação de juros", observa Henrique Zimmermann, sócio e head Nordeste da VLG Investimentos, chamando atenção também para a curva de juros doméstica, especialmente os vencimentos longos, ainda refletindo a incerteza quanto à definição de questões essenciais à evolução do quadro fiscal, como a PEC dos Precatórios. "No mundo o que se tem hoje é uma inflação de oferta, não de demanda, em razão de dificuldades nas cadeias internacionais de suprimentos, como os semicondutores - não é uma inflação movida por crescimento econômico. O mercado está ainda pesado, de forma geral a incerteza sobre China tem segurado mais os emergentes, sem conseguir 'performar' como os mercados de referência", acrescenta. Ainda assim, Zimmermann considera que a "fraqueza do macro" possa ser em parte mitigada pela "força do micro", dando algum suporte para avanço do Ibovespa até o fim do ano, especialmente por eventuais operações de fusão e aquisição entre empresas. "Há oportunidades para as que estão capitalizadas", diz. No quadro mais amplo, "há uma série de fatores de risco no radar, desde a elevação do teto da dívida nos EUA - que vem preocupando, com a falta de acordo com os republicanos, o que poderia resultar em default histórico - até o mercado imobiliário chinês, com empresas muito alavancadas, e não apenas a Evergrande", aponta João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos, destacando o câmbio, com o dólar à vista mais perto da marca psicológica de R$ 5,50, refletindo também as incertezas domésticas sobre o fiscal. "Inflação e juros continuam a ser fator de especulação para os investidores mundo afora, com a possibilidade de os EUA anteciparem o aumento de juros por lá. Há muito estresse nos DIs", diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 110457.64 0.05847 Máxima 111691.29 +1.18 Mínima 110087.36 -0.28 Volume (R$ Bilhões) 2.96B Volume (US$ Bilhões) 5.42B 17:30 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 110400 0.03625 Máxima 111810 +1.31 Mínima 110065 -0.27 JUROS Os juros percorreram a terça-feira pressionados para cima pelo câmbio, pelos Treasuries, pelo petróleo e pelo cenário doméstico cheio de incertezas. Perto do fim da sessão, as taxas longas chegaram a zerar a alta e voltar aos ajustes de ontem, mas todas acabaram fechando com viés de alta. Não se tratou exatamente de uma melhora, mas sim de ajustes técnicos considerando os elevados níveis de prêmio de risco acumulados na curva. Na estendida, porém, voltavam a ganhar força. Os sinais de estagflação e crise energética global, a proximidade do tapering nos Estados Unidos e, aqui, o pessimismo com inflação, atividade e cenário fiscal não autorizam alívio mais consistente nas taxas. A falta de apetite pelo risco traduziu-se ainda no resultado do leilão de NTN-B, em que a oferta de títulos longos não teve demanda integral. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 9,25%, de 9,21% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 terminou em 10,27%, de 10,225%. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 10,613% para 10,65%. O quadro de alta do dólar, da taxa da T-Note de dez anos - que hoje voltou a 1,53% - e dos preços do petróleo, que ontem já influenciava a curva, hoje se manteve, mas o estrago nos DIs, já muito machucados, foi mais comedido. "A curva já tem muito prêmio de risco", disse o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, lembrando que os DIs precificam Selic de 9,5% já no começo de 2022. "Hoje os juros até tentaram subir na hora do leilão, mas o pré parece que achou um teto. Falta só a inflação ceder um pouco, mas está difícil", diz um gestor, destacando que os preços do petróleo em reais não dão trégua. O Tesouro ofertou 1,950 milhão de NTN-B, a maior parte no lote para 2026 (1,5 milhão) vendida integralmente. Da oferta de 300 mil para 2030, vendeu 277.250 e, na NTN-B 2055, colocou 118.050, do lote de 150 mil. Os cenários tanto lá fora quanto aqui devem manter certa rigidez na curva, na medida em que os problemas demandam soluções de caráter estrutural que levam algum tempo para se consolidar. Enquanto isso, os gargalos da cadeia produtiva vão pressionando para cima a inflação e para baixo a atividade no mundo todo, ao mesmo tempo em que os bancos centrais vão apertando suas políticas monetárias. "Há uma metástase da inflação espalhada pelo tecido econômico já fragilizado, mas os governos têm de entrar com a quimioterapia para estancar o processo", ilustrou Perfeito. Os choques de oferta ficaram evidentes na Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de agosto divulgada pela manhã, levando a indústria a registrar queda de 0,7% ante julho, mais pronunciada do que a apontava a mediana das estimativas da pesquisa do Projeções Broadcast (-0,4%). Ante agosto de 2020, houve retração de 0,7%, ante mediana negativa de 0,1%, após 11 meses de alta na comparação interanual. "As restrições na oferta de insumos, a crise hídrica e os patamares elevados das cotações de commodities energéticas (petróleo e gás) tendem a impedir uma recuperação consistente da indústria de transformação no curto prazo", disse o economista da XP Investimentos Rodolfo Margato, em nota. A questão dos precatórios segue sem definição e as esperanças na agenda de reforma vão se esvaindo a partir de sinalizações como a do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Pela manhã, ele evitou se comprometer com a aprovação da PEC 110 neste ano. O relator da PEC, Roberto Rocha (PSDB-MA), apresentou hoje seu parecer. Pacheco ainda sinalizou para a equipe econômica para não contar com o projeto da reforma do Imposto de Renda como fonte de receita para assegurar o programa Auxílio Brasil. "Não é recomendável apostar fichas." E listou uma série de outras opções para o financiamento, como Refis, repatriação de recursos e arrecadação com atualização de ativos. O caso Pandora Papers, com documentos que apontaram a existência de empresas "offshore" em nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continua sendo tratado pelo mercado ainda como um ruído adicional, mas pode ganhar proporções que recomendam alguma cautela. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado convidou os dois a se explicarem no dia 19 de outubro. Para a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), tal situação denota "conflito de interesse, fere a moralidade pública e torna escandalosa a permanência de ambos no governo". Guedes não compareceu à coletiva sobre o parecer da reforma tributária nesta tarde. De acordo com Rodrigo Pacheco, a ausência deveu-se a um improviso no anúncio à imprensa, que não havia sido comunicado ao chefe da pasta. A coletiva, no entanto, foi anunciada desde manhã. (Denise Abarca - [email protected]) 17:30 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 6.37 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 6.15 Over Selic (%a.a) 6.15
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