GOVERNO CENTRAL E ESCLARECIMENTO DA FEBRABAN ALIVIAM ATIVOS LOCAIS E JUROS CAEM

Blog, Cenário
Em um dia de exterior majoritariamente positivo, foi o déficit primário do Governo Central menor que o previsto que ajudou os ativos domésticos. Além disso, um esclarecimento da Febraban sobre a adesão a um manifesto que pedia harmonia entre os poderes, mas que pode gerar a saída de Caixa e Banco do Brasil da entidade, também trouxe algum conforto. Na prática, esses fatos, ambos na segunda etapa do pregão, contribuíram para aliviar os dois principais riscos embutidos nos ativos brasileiros atualmente: o fiscal e o político. Assim, os juros futuros terminaram em queda e nas mínimas, puxados principalmente pelo resultado das contas públicas, depois de oscilarem em alta até o meio da tarde. O dólar, em meio a pressões técnicas pela formação da Ptax, amanhã, subiu em grande parte do dia. Mas, assim como os juros, teve algum alívio mais para o fim do pregão - e pelos mesmos motivos -, num ajuste técnico que fez a divisa brasileira se alinhar aos pares externos. Assim, a moeda dos EUA encerrou com pequena baixa de 0,12%, a R$ 5,1893. Já o Ibovespa, ainda que governo central e Febraban tenham jogado a queda para um nível menor, não escapou de correção, em baixa. Os investidores seguem de olho em vários pontos sensíveis, como a crise hídrica e as negociações em torno de uma solução para os R$ 90 bilhões em precatórios a serem pagos no próximo ano, na véspera do envio do Orçamento pelo governo. Assim, descolada do sinal positivo que levou Nasdaq e S&P 500 a novos recordes de fechamento, a bolsa brasileira cedeu 0,78%, aos 119.739,96 pontos. Por lá, ainda prevalecem os sinais positivos emitidos pelo Fed na sexta-feira, enquanto os contratos de petróleo subiram, com os investidores monitorando o noticiário do setor e também a passagem do furacão Ida por áreas produtoras dos Estados Unidos.
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JUROS Os juros futuros tiveram alívio no período da tarde, quando bateram mínimas em vários contratos, mas ainda assim a curva fechou com leve ganho de inclinação. As taxas curtas ampliaram a queda e as demais zeraram a alta para encerrarem perto da estabilidade. O principal gatilho para a melhora veio com a divulgação das contas do governo central, com déficit menor do que o consenso, suavizando a percepção de risco fiscal. Na sequência, houve a nota de esclarecimento da Febraban, lida como uma tentativa de amenizar o desconforto trazido pelo manifesto pela harmonia dos Três Poderes, que levou Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal a decidirem deixar a entidade. Nesse contexto, a curva abre a semana precificando uma vantagem mais consolidada para a aposta de alta de 1 ponto porcentual da Selic no Copom de setembro, em detrimento da expectativa de 1,25 ponto. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 8,395%, de 8,45% no ajuste de sexta-feira e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 9,355% para 9,33%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 9,72%, de 9,713%. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, explica que os números do governo central ajudaram não somente a ponta longa, mais sensível ao risco fiscal, mas também os DIs curtos. "Se o fiscal melhora, melhora o balanço de riscos (da inflação)", disse. O governo central teve déficit de R$ 19,829 bilhões em julho, menor do que apontava a mediana de saldo negativo de R$ 25,750 bilhões. Nas últimas semanas, muito prêmio havia sido embutido na ponta curta em função das preocupações com as contas públicas acentuadas pelo imbróglio dos precatórios, falta de consenso na reforma do Imposto de Renda e ameaças ao teto de gastos, o que poderia exigir um aperto mais forte na Selic. Nos cálculos de Serrano, a curva precificava nesta segunda-feira 106 pontos-base de alta para a taxa básica em setembro, o que representa 75% de probabilidade de elevação de 1 ponto e 25% de chance de alta de 1,25 ponto. Para o fim de 2021, a curva projetava Selic em 8,35%. Após uma sexta-feira de forte alívio nos prêmios de risco patrocinado pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, o dia começou com oscilação moderada das taxas e o mercado avaliando o noticiário pesado do fim de semana. Às preocupações com as manifestações em 7 de Setembro, somou-se a repercussão negativa do manifesto com um pedido de harmonia entre os três Poderes, articulado pela Fiesp e do qual a Febraban é signatária. Em represália, a Caixa e o Banco do Brasil, que têm uma participação gorda na receita da entidade, decidiram deixar a Febraban, que, por sua vez, tentou explicar hoje, em nota, que o texto buscava harmonia e não atacar o governo ou fazer oposição à política econômica. Diante do mal-estar, a Febraban vai recomendar um ajuste no documento, segundo apurou o Broadcast. Ao mesmo tempo em que ainda há muito prêmio a ser devolvido na curva, também há muita incerteza no cenário que pode limitar a continuidade do alívio nos próximos dias. Amanhã, tem de ser enviado ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022, mas o mercado aguarda uma definição sobre a questão dos precatórios. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse concordar em encaminhar uma solução pelo Judiciário, que segundo ele, é mais rápida e efetiva. Há compasso de espera também pelo reajuste da bandeira vermelha 2, aguardado a qualquer momento para que haja tempo de vigorar já em setembro. "Mensuramos que a medida, que deverá ser anunciada oficialmente na terça-feira elevando o patamar 2 para R$ 14,20, deverá promover uma elevação do IPCA em 39 pontos-base, o que já havia conduzido nossa perspectiva para o índice até 7,5%", afirma o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. A previsão dele está acima da mediana das estimativas para 2021 da pesquisa Focus, que hoje mostrou avanço para 7,27%, de 7,11% na anterior, enquanto para 2022 subiu a 3,95%. A semana reserva ainda o PIB do segundo trimestre, na quarta, para o qual a mediana das estimativas é de alta de 0,2% na margem, ante expansão de 1,2% no primeiro trimestre. Na sexta-feira, tem o payroll americano de agosto. Nos aspectos mais técnicos, há expectativa quanto à estratégia do Tesouro para os leilões de títulos. Sanchez, da Ativa, destaca que na semana passada os volumes estavam muito baixos. "Para esta semana, ainda que tenhamos a hipótese de que as NTN-B e as LTN terão seus volumes incrementados marginalmente, diminuímos a magnitude das perspectivas", afirmou o economista, para quem as LFTs serão privilegiadas até que o juro encontre seu teto. (Denise Abarca - [email protected]) 17:32 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 5.42 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15 Volta CÂMBIO Depois da queda de 3,52% na semana passada, o dólar até ensaiou um movimento de alta nas primeiras horas de negócios espelhando cautela com os problemas locais, mas acabou perdendo fôlego ainda pela manhã e, após oscilar entre margens estreitas ao longo da tarde, encerrou a sessão com leve recuo, abaixo de R$ 5,19. Segundo operadores, ajustes técnicos no mercado de câmbio, com agentes se preparando para a formação da Ptax de agosto amanhã, fluxos de exportadores e o ambiente externo favorável a divisas emergentes jogaram o dólar para baixo por aqui, apesar das preocupações em torno do ambiente político-institucional e das contas públicas. Lá fora, o DXY - que mede o desempenho da moeda americana em relação a seis divisas fortes - operou entre estabilidade e ligeira queda ao longo da tarde, na casa de 92,600 pontos. O dólar perdia mais de 0,30% em relação ao peso mexicano e ao rand sul-africano, considerados pares do real. Ainda ecoa no mercado o tom ameno do discurso de sexta-feira do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Embora tenha sinalizado o início da redução do volume mensal de bônus neste ano, Powell afirmou não há ligação direta entre o 'tapering' e o processo de alta de juros. Por aqui, após rodar entre mínima R$ 5,1826 e máxima a R$ 5,2266, o dólar à vista encerrou a sessão a R$ 5,1893, baixa de 0,12%. No acumulado de agosto, a moeda americana acumula desvalorização de 0,40%. Na B3, o dólar futuro para setembro apresentava giro reduzido, na casa de US$ 11 bilhões, refletindo o apetite reduzido por negócios. O real poderia até ter se fortalecido de forma mais acentuada não fosse o clima de cautela com o Orçamento de 2022 (o prazo final para o Executivo enviar a lei ao Congresso é amanhã), em meio à busca de soluções para compatibilizar o pagamento de precatórios e o Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) como respeito ao teto de gastos. Não por acaso, operadores atribuíram parte da alta da moeda americana no início do dia às tensões fiscais e política, na esteira do anúncio de que Banco do Brasil e Caixa estavam deixando a Febraban, por discordarem de teor de comunicado assinado pela entidade que supostamente traria críticas ao governo Jair Bolsonaro. Também se comentava sobre a apreensão com uma escalada retórica do presidente na semana que antecede os protestos de 7 de setembro. Ao longo da tarde, o resultado melhor do que o esperado das contas do Governo Central em julho (déficit de R$ 19,829 bilhões, abaixo da mediada de Projeções Broadcast, de R$ 25,750 bilhões) e nota de esclarecimento da Febraban teriam contribuído para desanuviar o ambiente. Na nota, a entidade afirma que o texto "A Praça é dos Três Poderes", articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e "elaborado por representantes de diversos setores, inclusive o financeiro", buscava harmonia e não atacar o governo ou fazer oposição à política econômica. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), haviam dado declarações a favor de uma solução negociada com o Judiciário para os precatórios (no lugar da PEC enviada pelo Executivo) e reforçado o compromisso com o teto de gastos. Pacheco e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) devem se reunir amanhã com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, para discutir o tema. Para o head de mesa específica para câmbio e operações PJ, da Wise Investimentos, Gustavo Gomiero, a notícia do encontro entre Pacheco, Lira e Fux contribuiu para a perda de fôlego do dólar. "Se conseguir uma solução para adiar os pagamentos para o ano que vem, vai dar um alívio fiscal", afirma Gomiero, que vê um cenário propício para apreciação do real e afirma que o "dólar já estaria abaixo de R$ 5" não fossem as tensões políticas locais. Na avaliação economista chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, os problemas fiscais e políticos continuam a prejudicar o desempenho do real, a despeito da percepção de fluxo de recursos de investidores estrangeiros, provavelmente para a renda fixa. "Ainda tem essa equação a ser resolvida em torno de Auxílio Brasil, Precatórios e reforma do Imposto de Renda com a LOA (Lei Orçamentária Anual), que deve ser apresentada amanhã. Isso acaba atrapalhando a formação da taxa de câmbio", afirma Abdelmalack, acrescentando que, como amanhã tem formação da Ptax de agosto, o mercado já carrega um componente mais técnico, com movimento de exportadores no pré-fechamento do mês. Na B3, os investidores estrangeiros reduziram a posição comprada em dólar futuro em 27.305 contratos (US$ 1,36 bilhão) na sexta-feira, na esteira do discurso de Powell, tendo os bancos e as pessoas jurídicas não financeiras na contraparte, segundo dados da Renascença. (Antonio Perez - [email protected]) 17:32 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.18930 -0.1193 5.22660 5.18260 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5187.500 -0.29791 5227.500 5183.000 DOLAR COMERCIAL 5210.000 0.2405 5249.000 5206.000 BOLSA O Ibovespa chega amanhã à última sessão de agosto acumulando perda de 1,69% no mês, após o ajuste negativo de 0,78%, aos 119.739,96 pontos, nesta segunda-feira em que voltou a se dissociar do desempenho majoritariamente positivo em Nova York, com S&P 500 e Nasdaq em novas máximas históricas. Se, na sexta-feira, a B3 se alinhou ao discurso 'dovish' do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, hoje prevaleceu a cautela sobre o cenário doméstico, em semana que reserva leitura sobre o PIB do segundo trimestre e a definição do valor da tarifa de energia elétrica, da bandeira vermelha 2, para setembro. Além disso, a reversão do apetite por risco deriva também de disputa interna na Febraban, opondo Caixa e BB, do governo, às demais instituições, e a expectativa para o que de fato virá no 7 de setembro, após o presidente Bolsonaro ter dito no fim de semana que trabalha com três cenários para o futuro: "prisão, morte ou vitória". Refletindo as incertezas e a proximidade do fim do mês, o giro financeiro se mostrou fraco como na sexta-feira, hoje a R$ 25,2 bilhões. Entre a mínima e a máxima do dia, oscilou pouco mais de 1,3 mil pontos, de 119.354,12 a 120.684,47, saindo de abertura aos 120.677,33 pontos. Em desdobramento positivo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje concordar em encaminhar solução para o pagamento de precatórios no ano que vem pelo Judiciário. Assim, sinalizou mudança de estratégia para viabilizar essa despesa em 2022 e turbinar o Bolsa Família, abrindo mão da PEC enviada ao Congresso. Após reunião com Guedes, nesta véspera do envio do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse esperar encaminhar, ainda nesta semana, solução para o pagamento dos precatórios em 2022. Os negociadores da solução "Fux-Dantas" para o pagamento de precatórios costuram apoio entre os demais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para avançar com a proposta, relatam de Brasília as repórteres Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli. Se uma solução para os precatórios começa a dar sinais de pacificação, uma nova frente de discórdia, opondo governo e organizações empresariais, abriu-se em meio à crise entre os Poderes, o que levou à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) a se posicionar nesta tarde sobre o conteúdo de "manifesto" que havia levado os bancos públicos Caixa e BB a romper com a instituição. Segundo a Febraban, o objetivo era defender a "harmonia dos três Poderes". A instituição esclareceu não participar de elaboração de texto com ataques ao governo ou à política econômica, e que a intenção era pedir "serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes". "Nenhum outro texto foi proposto e aprovação foi só para documento submetido pela Fiesp", diz a Febraban. Entre os dados domésticos, destaque nesta segunda-feira para as contas do governo central, que registraram déficit primário em julho. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 19,829 bilhões, menor que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava saldo negativo de R$ 25,750 bilhões. Ainda assim, o resultado - que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - foi o terceiro pior desempenho para o mês da série, iniciada em 1997. No exterior, a semana reserva, na sexta-feira, o relatório sobre o mercado de trabalho americano em agosto, com dados como a taxa de desemprego, a geração de vagas e a evolução média da renda salarial, um conjunto que "pode dar direcionamento a respeito de possível desaceleração" da economia nos Estados Unidos, observa Braulio Langer, analista da Toro Investimentos. Aqui, "depois de encerrar o último pregão na máxima, nada mais natural do que uma correção para o mercado. E o volume muito abaixo da média corrobora essa expectativa - em movimento de queda liderado por bancos e construção", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "O grande desafio em termos gráficos fica por conta do rompimento da média móvel de 21 dias descendente na faixa de 121 mil pontos, pois irá interromper o 'momentum' de baixa de curtíssimo prazo e abrir caminho para a faixa de 124 mil pontos", acrescenta. "Do lado das notícias, nada muito relevante para justificar essa correção, mas chamou atenção a desaceleração do IGP-M em agosto, de 0,78% para 0,66%, assim como a evolução entre os três Poderes com relação aos precatórios", diz Ribeiro. "O mercado continua acompanhando as questões políticas, tensão que voltou a crescer no final de semana, com expectativa concentrada nas manifestações do 7 de setembro. O relatório Focus trouxe pela manhã aumento de projeções para câmbio e inflação, e menor para o PIB, o que contribui também para a cautela dos investidores", diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para queda de 4,04% em Cyrela, à frente de Cogna (-3,83%) e de Yduqs (-3,76%). Na face oposta, Lojas Americanas (+2,86%), Americanas ON (+2,69%) e Minerva (+1,08%). O dia foi negativo para as ações de commodities (Petrobras ON -1,24%, Vale ON -0,64%) e bancos (Bradesco PN -1,07%, BB ON -0,95% e Itaú PN -0,72%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 119739.96 -0.77698 Máxima 120684.47 +0.01 Mínima 119354.12 -1.10 Volume (R$ Bilhões) 2.51B Volume (US$ Bilhões) 4.84B 17:32 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 120420 -0.35994 Máxima 121040 +0.15 Mínima 119900 -0.79 MERCADOS INTERNACIONAIS Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, após uma sessão volátil, monitorando o noticiário do setor e também a passagem do furacão Ida. O fenômeno causou estragos e provocou o fechamento de plataformas no Golfo do México, com analistas dizendo que o impacto na economia dos Estados Unidos deve ser modesto, mas pode ter reflexos na inflação e exacerbar problemas já existentes nas cadeias produtivas. Nas bolsas de Nova York, os principais índices acionários fecharam sem direção única, com Nasdaq e S&P 500 mais uma vez renovando máximas históricas, enquanto o Dow Jones ficou no negativo. Os juros dos Treasuries caíram e o dólar oscilou entre perdas e ganhos ante outras moedas fortes. Após ter subido cerca de 10% na semana anterior, o petróleo oscilou durante o dia de hoje, mas terminou por avançar: o contrato do WTI para outubro fechou em alta de 0,68%, a US$ 69,21 o barril, na Nymex, e o Brent para novembro subiu 0,74%, a US$ 72,23 o barril, na ICE. Notícia da Reuters de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pretende manter sua estratégia de produção em reunião nesta quarta-feira colaborou. Além disso, os desdobramentos da passagem do furacão Ida pela Costa do Golfo estiveram no radar. Balanço de um órgão oficial dos EUA informou que foram retirados funcionários de 51,43% das plataformas tripuladas no Golfo do México. O presidente americano, Joe Biden, confirmou uma morte e disse que cerca de 1 milhão de pessoas estão sem energia na Louisiana, um dos Estados atingidos pelo furacão Ida. Biden disse que o número de vítimas deve aumentar. A Casa Branca disse que monitora o impacto da passagem do fenômeno em combustíveis, linhas de fornecimento e refinarias. O Citi, por sua vez, calculou em relatório que uma redução de 50% na produção da Louisiana durante duas semanas significaria uma perda de 0,1 ponto porcentual no PIB dos EUA no terceiro trimestre, mas disse que isso será compensado adiante, com os esforços de reconstrução. Mas o banco adverte que pode haver mais impactos na inflação, no contexto justamente da reconstrução dos estragos, e também para exacerbar problemas já existentes nas cadeias produtivas. Entre os Treasuries, houve busca pela segurança dos bônus. O BMO Capital comenta que o quadro nesse mercado deve ser de consolidação ao longo da semana, com expectativa pelo payroll da sexta-feira - o dado é apontado como crucial para a definição do Federal Reserve (Fed) sobre o momento de começar a reduzir as compras de bônus. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,199%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,276% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,890%. Entre os dirigentes do BC americano, Loretta Mester, presidente da distrital de Cleveland, disse não estar ainda convencida de que o avanço recente da inflação será suficiente para cumprir a meta do Fed de manter o nível dos preços acima de 2% de forma sustentada "por algum tempo" e também descartou que os EUA já tenham atingido o pleno emprego. No câmbio, o dólar oscilou, com o índice DXY, que o mede ante uma cesta de moedas fortes, terminando em baixa modesta: o índice caiu 0,04%, a 92,653 pontos. No horário citado, o dólar subia a 190,89 ienes, o euro avançava a US$ 1,1802 e a libra tinha baixa a US$ 1,3764, esta praticamente estável, em dia de feriado com mercados fechados no Reino Unido. Já nas bolsas, não houve sinal único, mas o S&P 500 e o Nasdaq tiveram fôlego para mais um recorde histórico de fechamento, com o setor de tecnologia liderando os ganhos. Apple subiu 3,04%, após a notícia de que seu próximo modelo de iPhone poderia oferecer serviço satélite, possibilitando a comunicação mesmo fora do alcance das redes de celulares. O Dow Jones fechou em baixa de 0,16%, em 35.399,84 pontos, o S&P 500 subiu 0,43%, a 4.528,79 pontos, e o Nasdaq avançou 0,90%, a 15.265,89 pontos. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
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