POWELL TRAZ FED ESTIMULATIVO, NY BATE RECORDE, DI DESABA, ENQUANTO REAL E BOLSA SOBEM

Blog, Cenário
O aguardado discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, fez disparar o apetite por risco ao redor do mundo, com novos recordes em Nova York, alta firme do Ibovespa, queda importante do dólar e dos juros futuros. O chairman do banco central americano afirmou, entre outras coisas, que o tapering deve ser iniciado ainda neste ano. Mas se isso pode parecer contraditório com a reação dos mercados, o 'x' da questão está justamente nestas "outras coisas". Powell disse que há longo caminho até o pleno emprego, que a inflação é transitória, que a variante Delta da Covid-19 é um risco à economia e que os critérios para um aperto monetário são muito mais rigorosos do que para reduzir a compra de ativos. Em outras palavras: juro baixo por um longo período. Como os mercados já haviam colocado no preço as chances do tapering, ainda mais após vários dirigentes do Fed, em uníssono, direcionarem para este sentido nos últimos dias, restou comemorar os sinais de que a estratégia seguirá acomodatícia na maior economia do mundo. Esse cenário impulsionou o S&P 500 e o Nasdaq para as máximas históricas de fechamento, ao mesmo tempo em que derrubou os yields dos Treasuries e o dólar. Em relação ao real, a moeda americana voltou a ser negociada abaixo de R$ 5,20, ao registrar desvalorização de 1,17%, a R$ 5,1955 no mercado à vista - menor valor desde quatro de agosto e queda de 3,52% na semana. O alívio dos T-notes e do câmbio, em um ambiente de forte apetite por risco, fez tombar as taxas de juros e a inclinação da curva a termo, a ponto de devolver todos os principais vencimentos para a casa de um dígito. E o movimento só não foi mais forte porque os fatores de risco envolvendo o Brasil não saíram do horizonte, como inflação elevada em meio à crise hídrica, além de incerteza fiscal envolvendo PEC do Precatórios, reforma do IR e aumento do Bolsa Família. Até por isso, o Ibovespa, que também pegou carona nesse otimismo mundial, subiu 1,65%, aos 120.677,60 pontos, e conseguiu terminar com alta de 2,22% na semana, segue bastante aquém do desempenho dos pares externos no ano. Enquanto a bolsa brasileira acumula ganho pouco superior a 1% em 2021, todos os pares em Wall Street sobem dois dígitos.
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MERCADOS INTERNACIONAIS Após uma maratona de falas de dirigentes do Federal Reserve durante o dia - que incluiu não só o discurso do presidente Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole, como também entrevistas de diversos líderes regionais do banco central americano -, o mercado se ajustou à percepção de que o tapering está a caminho, mas uma alta de juros nos EUA ainda é algo distante. Com a autoridade monetária reforçando a mensagem de que a covid-19 segue sendo um risco e que o mercado de trabalho ainda não se fortaleceu o suficiente, o apetite por riscos seguiu, e impulsionou as bolsas de Nova York a mais uma vez renovarem seus recordes de fechamento. A busca por Treasuries, entretanto, também foi marcante, levando os juros para baixo. O dólar teve recuo generalizado, o que ajudou a elevar os preços das commodities. Depois de Powell, foi a vez do vice-presidente do Fed, Richard Clarida, afirmar que, se o mercado de trabalho americano continuar registrando progressos, dará seu apoio para o início do tapering ainda em 2021. Na visão da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, a economia melhorou a ponto de não mais demandar os estímulos produzidos pelo programa de compras de ativos. O tapering, destacou o presidente da distrital de St. Louis do Fed, James Bullard, já é esperado pelos mercados e, portanto, deve acontecer forma rápida, sendo concluído até o fim do primeiro trimestre de 2022. O Goldman Sachs continua a acreditar que o Fed dará uma sinalização em setembro e anunciará formalmente o início do tapering em novembro, depois de um discurso de Powell em linha com as expectativas. Já o Commerzbank sugere que a situação econômica não melhorou o suficiente para justificar o anúncio em setembro, com os dirigentes preferindo aguardar mais alguns dados, para observar inclusive o impacto da variante delta. O Rabobank destaca a "cautela" de Powell, e diz que o presidente deu um "pequeno passo" ao sinalizar que o tapering deve acontecer neste ano. O cenário acomodatício estimulou as bolsas, e o S&P 500 teve seu 52° recorde no ano. Em dia marcado por novas notícias de movimentos regulatórios no setor por parte de Pequim, ações de empresas chinesas, com Didi (-2,49%) e Alibaba (-3,49%), recuaram. Por outro lado, as ações de petroleiras tiveram alguns dos principais ganhos da sessão, com destaque para a Occidental Petroleum, que subiu 6,87%. O Dow Jones teve alta de 0,69%%, o S&P 500 subiu 0,88% e o Nasdaq ganhou 1,23%. Na Europa, os avanços foram mais tímidos, com alta de 0,32% em Londres e 0,37% em Frankfurt. O dólar devolveu grande parte dos ganhos recentes, "com a recuperação do apetite por risco e o discurso de Powell hoje fornecendo alguma orientação relativamente dovish no caminho para aumentos nas taxas de juros", segundo a Capital Economics. No entanto, a consultoria acredita que será um revés temporário, e que o dólar vai se valorizar um pouco mais nos últimos meses do ano, à medida que as perspectivas de normalização da política do Fed aconteçam e os rendimentos dos Treasuries se recuperem mais do que em outras grandes economias. Hoje, o índice DXY, que mede o dólar ante seis moedas rivais, recuou 0,40%. No fim da tarde, o euro se valorizava a US$ 1,1797, e libra subia a US$ 1,3765 e o dólar se depreciava a 109,81 ienes. Apesar do mercado ver como distante uma alta de juros nos EUA, a Capital Economics avalia que a inflação seguirá "teimosamente" alta, o que sustentará os retornos dos títulos. Neste quadro, a queda observada hoje nos rendimentos não deve se sustentar, e a previsão no final de 2022 para o rendimento de 10 anos permanece em 2,25%, "significativamente mais alta do que seu nível de 1,31% no momento", aponta. Hoje, ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,218%, o da de 10 anos recuava a 1,306% e o da T-bond de 30 anos diminuía a 1,907%. Com estímulo do câmbio, o petróleo fechou com alta superior a 2%, e acumulou ganhos de 10% na semana, o que, de acordo com o Commerzbank, é o período com maior ganho para a commodity em 14 meses. Para o banco alemão, menores preocupações com a demanda no início da semana ajudaram o fortalecimento dos preços, enquanto as interrupções no fornecimento do México contribuíram no meio da semana. O barril de WTI com entrega para outubro fechou em alta de 1,96% (US$ 1,32), a US$ 68,74. Já o Brent para novembro teve alta de 2,16% (US$ 1,52), a US$ 71,70. (Matheus Andrade - [email protected]) Volta JUROS A leitura dovish do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, continuou garantindo a queda dos juros futuros durante a tarde, quando renovaram mínimas em sequência principalmente nos vencimentos longos, mais sensíveis ao vetor externo. Com a melhora, só as taxas além de 2030 seguem nos dois dígitos e a curva fechou a semana com perda de inclinação em torno de 30 pontos-base. A percepção dos agentes, no entanto, é de que haveria espaço para uma devolução até maior não fossem as incertezas fiscais e o cenário pessimista para inflação em meio à crise energética, com o mercado à espera da definição ainda hoje da bandeira tarifária que vai vigorar em setembro. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 8,44%, de 8,48% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 9,425% para 9,35%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,71%, de 9,804%. O diferencial entre os contratos janeiro de 2023 e janeiro de 2027 fechou em 127 pontos, de 160 pontos na última sexta-feira. Evento mais esperado na semana, Powell não decepcionou em sua participação no tradicional evento do Fed. Embora tenha endossado a ideia de que o tapering começa no fim deste ano "se a economia continuar evoluindo", sinalizou também que o processo será gradual e dissociado de aumento de juros, para o qual os requisitos são mais rigorosos. Citou também forças desinflacionárias globais para justificar que as leituras elevadas de inflação são temporárias. "Ainda que esperássemos gradualismo, e que haveria apenas uma sinalização sobre a redução do ritmo de expansão do balanço, a autoridade reiterou inúmeras vezes a necessidade de se estimular o emprego até seu máximo, o que ainda permanece longe a despeito da inflação elevadíssima", avaliou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. Ou seja, a liquidez no mercado internacional deve seguir favorável para economias emergentes com juros em ascensão como o Brasil. "Alguém precisava ajudar", brincou o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, referindo-se a Powell e lembrando que o mercado de juros, com a piora na percepção de risco fiscal e político, reduziu muito suas posições técnicas e ficou mais leve. Há ainda uma gordura enorme em prêmios na curva a ser queimada, mas uma parte tende a ser preservada "porque ninguém consegue precificar direito esse cenário fiscal." Contudo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta manhã que os números atuais não mostram a deterioração do cenário fiscal, repetindo que há diferença entre percepção com ruídos e realidade. "Cadê a grande deterioração fiscal? Números não mostram isso", disse em participação em evento da Febraban. Para ele, o pano de fundo fiscal tem melhorado, mas é preciso melhorar a narrativa para que fiquem claros os planos do governo e seus impactos fiscais. Alinhado ao discurso de Powell, também citou que há enorme alta de inflação no mundo inteiro, mas que tende a ser temporária. Antes da próxima semana, que tem PIB brasileiro e payroll nos Estados Unidos em destaque, o mercado aguarda para ainda hoje a divulgação pela Aneel de qual bandeira de energia vai vigorar em setembro. Mais do que isso, há expectativa em torno da definição do aumento da bandeira vermelha 2, que o governo já disse estar em estudo. Ontem, o ministro Paulo Guedes disse que sugeriu ao governo "moderação" nos reajustes. É melhor subir bandeira pouco por mais tempo, do que muito por três meses", alegou. (Denise Abarca - [email protected]) 17:35 Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 5.41 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15 CÂMBIO O discurso ameno do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, afastou os temores de mudança na política monetária acomodatícia nos Estados Unidos e abriu espaço para uma rodada de recuperação dos ativos de risco em todo o mundo nesta sexta-feira (27). Em sintonia com o movimento global da moeda americana, que caiu em bloco frente a divisas emergentes, o dólar perdeu força no mercado doméstico de câmbio, em meio à redução de posições defensivas que haviam sido montadas ontem justamente para uma eventual surpresa desagradável na fala de Powell. Já em queda desde a manhã, o dólar acentuou as perdas ao longo da tarde e chegou a furar o limite de R$ 5,19, ao descer até a mínima de R$ 5,1880. Com máxima de R$ 5,2612, a moeda americana fechou o dia com recuo de 1,17%, a R$ 5,1955 - menor valor desde 4 de agosto (R$ 5,1858). Com isso, o dólar termina a semana com recuo de 3,52% e passa a perder 0,28% no acumulado do mês. Segundo operadores, além do apetite maior por emergentes, jogaram a favor do real ao longo desta semana a melhora da percepção do risco fiscal, em meio a busca de uma solução para o imbróglio dos precatórios, e a reiterada disposição do Banco Central de elevar a taxa Selic ao nível que for necessário para ancorar as expectativas de inflação. Em evento promovido hoje na Federação Brasileira de Bancos, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que não haverá rompimento do teto "para auxílio e precatórios" e que confia em uma solução para o pagamento das dívidas judiciais costurada em parceria com o Judiciário. Presente no mesmo evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou que existe muito ruído em relação à questão fiscal e voltou a dizer que vai usar todos "os instrumentos" para controlar a inflação. Além da ofensiva de comunicação de autoridades em favor do teto de gastos terem contribuído para redução de "gordura" na taxa de câmbio, analistas ressaltam que os dados do fluxo cambial divulgados ao longo da semana foram positivos. O aumento do diferencial entre os juros interno e externo dá certa sustentação à moeda brasileira, ao atrair capitais de curto prazo para operações de arbitragem, embora ainda não sancione a aposta em uma rodada mais forte de apreciação do real. O mercado ainda aguarda a solução definitiva para a compatibilização do pagamento de Precatórios com o reajuste do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) dentro do teto de gastos, além de monitorar os embates entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal. A temperatura política pode esquentar com as preparações para as manifestações de 7 de setembro. O operador da Fair Corretora Hideaki Iha atribui a queda do dólar ao longo da semana mais ao ambiente externo positivo e ao fluxo cambial positivo que a fatores domésticos. "Internamente, não estão nada resolvido, está tudo em 'stand-by'. A pressão por gastos por parte do Centrão e do presidente, que quer tentar recuperar a popularidade para tentar a reeleição, vai continuar", afirma. Iha que não vê a taxa de câmbio rodando entre R$ 5,20 e R$ 5,40 e ressalta que a volatilidade pode aumentar na semana que vem, por conta da disputa pela formação da taxa Ptax de agosto. "Além disso, essa discussão da redução de estímulos nos Estados Unidos pode voltar a incomodar se saírem dados de trabalho fortes do mercado de trabalho", acrescenta. Em sua fala no simpósio de Jackson Hole, Powell disse que a redução do volume de compra mensal de ativos pode começar neste ano, a depender da continuidade da melhora dos indicadores econômicos, em especial os relacionados ao emprego - processo que pode ser abalado pelos eventuais impactos da variante delta sobre a economia. Além disso, Powell afirmou que, mesmo com o fim das compras mensais, o Fed vai manter sua carteira elevada de ativos no longo prazo (leia-se: não vai enxugar a liquidez) e que o 'tapering' não é um prenúncio de aumento da taxa de juros. Com a mensagem amena de Powell, o mercado deu pouca relevância ao tom um pouco mais duro de discursos de outros dirigentes regionais do Fed, como James Bullard (de St. Louis) e Loretta Mester (Cleveland). O vice-presidente do Fed, Richard Clarida, disse que se os progressos no mercado de trabalho prosseguirem, vai apoiar o início do 'tapering' neste ano. Em relatório, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avaliou a fala de Powell como 'dovish', dada a reiteração da necessidade de "estimular o emprego até seu máximo, o que ainda permanece longe a despeito da inflação elevadíssima". Para Sanchez, os próximos relatórios de emprego nos Estados Unidos (payroll) deverão colocar "a autoridade em 'corner' muito em breve, forçando-a a tomar medidas relativamente mais enérgicas de política monetária". Na B3, o dólar futuro para setembro recuava 1,35%, a R$ 5,19850, com giro de US$ 13,7 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:35 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.19550 -1.1661 5.26120 5.18800 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5202.000 -1.28096 5263.500 5189.500 DOLAR COMERCIAL 5224.500 -1.11668 5272.000 5210.000 BOLSA O homem da semana, Jerome Powell, trouxe a mensagem que soou como música para reavivar o apetite por risco nesta sexta-feira: há caminho pela frente para o Federal Reserve atingir a meta referente ao emprego, o aumento da inflação americana ainda é transitório e a variante Delta do coronavírus continua a inspirar cautela quanto ao ritmo de recuperação econômica global. Assim, com os rendimentos dos Treasuries cedendo e o S&P 500 mais o Nasdaq em novos recordes, o Ibovespa surfou o bom humor suscitado pelo discurso do presidente do Federal Reserve no simpósio anual de Jackson Hole, para elevar os ganhos da semana a 2,22%, vindo de perda de 2,59% e de 1,32% nas duas anteriores. Hoje, o índice de referência da B3 fechou na máxima do dia, em alta de 1,65%, a 120.677,60 pontos, com mínima a 118.720,95 e abertura a 118.725,14. Foi o segundo melhor nível de fechamento da semana, em que recuperou e conseguiu manter o nível de 120 mil pontos em três encerramentos, algo que ainda não tinha sido visto nesta segunda quinzena. No mês, faltando duas sessões para o fim de agosto, ainda acumula perda de 0,92% - no ano, volta a terreno positivo (+1,40%) com o ganho desta sexta-feira, em que o giro financeiro, bem leve, ficou em R$ 23,8 bilhões. Com noticiário doméstico relativamente acomodado nesta sexta-feira, o Ibovespa conseguiu se alinhar ao apetite de fora, deixando um pouco de lado a crise hidrológica, o avanço da inflação interna e as habituais preocupações políticas e fiscais. As moderadas palavras de Powell, hoje, vieram na contramão de apelos "hawkish" emitidos recentemente por outras autoridades do Fed, como a anfitriã do encontro de Jackson Hole e presidente da distrital de Kansas City, Esther George, e o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que já não veem razão para manter os estímulos, passado o pior da pandemia. Mesmo elogiando o "grande discurso" de Powell, o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, defendeu hoje que o processo de redução gradual das compras de bônus seja feito "antes cedo do que tarde". Por sua vez, Bullard reiterou que o mercado espera pelo anúncio do 'tapering', e por isso o BC americano pode realizá-lo de maneira relativamente rápida, completando-o até o fim do primeiro trimestre de 2022. Outra a se manifestar após o discurso de Powell foi a presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, que voltou a afirmar que a economia dos Estados Unidos melhorou a ponto de não mais demandar os estímulos produzidos pelo programa de compras de ativos. Ela acrescentou que espera desaceleração da inflação ao longo de 2022, embora enxergue riscos: em particular, a possibilidade de os gargalos na cadeia produtiva se estenderem a 2023, impulsionando mais os preços. Para a consultoria Capital Economics, a queda dos rendimentos dos Treasuries observada hoje, na esteira do discurso de Powell, não deve se sustentar. Em relatório a clientes, a consultoria observa que o presidente do Fed indicou que a instituição está preparada para retirar estímulos ainda este ano, o que também não deve ser interpretado como surpresa. "A barra colocada, ainda que dentro do arcabouço de política monetária, ficou acima do esperado", observa em nota o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. "Ainda que esperássemos gradualismo na fala do presidente (do Fed), e que haveria apenas uma sinalização sobre a redução do ritmo de expansão do 'Balance sheet', a autoridade reiterou inúmeras vezes a necessidade de se estimular o emprego até seu máximo, o que ainda permanece longe a despeito da inflação elevadíssima." Mesmo que a recuperação baseada nas palavras de Powell venha a mostrar fôlego curto frente aos fatos, os ganhos se distribuíram nesta sexta-feira pelos setores de maior peso e liquidez, como commodities (Vale ON +2,50%, Petrobras PN +3,64%), bancos (Itaú PN +1,72%, Bradesco ON +1,27%) e siderurgia (Usiminas PNA +6,81%, CSN ON +2,43%). Na ponta do Ibovespa, destaque para PetroRio (+7,42%), à frente de Banco Inter (+7,06%) e Cyrela (+6,87%). No lado oposto, Americanas ON (-2,71%), Yduqs (-1,97%) e CVC (-1,31%). "Jackson Hole teve desfecho favorável, com tom mais 'dovish' de Powell em relação à retirada de incentivos da economia. A leitura do mercado foi bem positiva, mundo afora, e o Ibovespa acabou surfando toda essa melhora de humor internacional. E ao longo da semana, aqui, vários agentes da política reforçaram discurso contra rompimento do teto (de gastos), de que é algo que não se discute e que não haverá. Ainda que persistam ruídos, rusgas entre os Poderes, acompanhamos hoje a melhora vista lá fora", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos "Powell disse também que não tem nenhum indicativo de que haverá alta de juros no curto prazo - uma dissociação entre o programa de compra de ativos e uma possível alta de juros, dizendo, pelo contrário, que poderia ser muito danoso à economia caso houvesse um aumento de taxa de juros antes do momento ideal", observa Patricia Krause, economista-chefe para América Latina da seguradora francesa Coface. Assim, o otimismo do mercado financeiro sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo disparou no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a fatia dos que esperam alta para o Ibovespa na próxima semana saltou quase 40 pontos porcentuais, para 84,62%, de 46,15% na última pesquisa. A estimativa de alta não superava 80% desde a semana entre 12 e 16 de julho. As previsões de queda e de estabilidade têm, cada uma, 7,69% do universo. No Termômetro anterior, para 38,46%, a Bolsa fecharia a presente semana com variação neutra e para 15,38%, em baixa. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 120677.60 1.64552 Máxima 120677.60 +1.65 Mínima 118720.95 -0.00 Volume (R$ Bilhões) 2.38B Volume (US$ Bilhões) 4.56B 17:35 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 121290 1.43001 Máxima 121390 +1.51 Mínima 119665 +0.07
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