FISCAL, POLÍTICA E ADIAMENTO DE REFORMA DO IR PESAM, BOLSA CAI E JUROS E DÓLAR SOBEM

Blog, Cenário
Os ativos brasileiros voltaram a pagar a conta das incertezas fiscais e políticas locais, em meio ao vaivém da proposta de Reforma do Imposto de Renda, com novo adiamento da votação na Câmara, ruídos vindos de Brasília e o persistente incômodo com a PEC dos Precatórios. Hoje, o relator do projeto do IR, deputado Celso Sabino, apresentou novo parecer, após o divulgado ontem ter sido alvo de críticas do setor privado e dos entes regionais. A última versão, que previa aumento de isenção de IR para sócios de empresas de lucro presumido, mas alíquota um pouco maior de IRPJ, continuou desagradando aos Estados, que, ao contrário do que sinalizou Sabino, disseram não haver acordo sobre o projeto com o Comsefaz, que os representa. Em meio a isso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu adiar a votação para a próxima terça-feira. A leitura dos agentes é de que a janela para aprovação de reformas está se estreitando, o que adiciona cautela aos negócios. Como resultado, o Ibovespa voltou a se descolar dos pares em Wall Street e cedeu 1,11%, aos 120.700,98 pontos. O dólar, por sua vez, chegou a cair no meio da tarde, quando o novo parecer sobre o IR foi apresentado e havia a expectativa de que pudesse ser votado hoje. Mas os embates e incertezas sobre o tema, diante da alta da moeda ante outras emergentes, mudou completamente o cenário. Para piorar, novos ruídos institucionais, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que está nas mãos das Forças Armadas "o Poder Moderador" e que elas dão "apoio total às decisões do presidente", aceleram a valorização do dólar, que encerrou o dia com alta de 0,67%, a R$ 5,2564. O ambiente bastante cauteloso, sobretudo do ponto de vista fiscal, também puxou os juros futuros para cima, com alguns vencimentos já acima de dois dígitos, num movimento que ganhou impulso com declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre juros e também contas públicas deterioradas. Por fim, no exterior, as bolsas em Nova York registraram pequenas perdas durante quase todo o dia, após a inflação salgada no atacado dos EUA recolocar no jogo os temores sobre a retirada de estímulos. Mas tal dado foi absorvido, houve melhora na reta final e os índices terminaram no azul, com o S&P 500 e Dow Jones em nova máxima histórica. •BOLSA •CÂMBIO •JUROS •MERCADOS INTERNACIONAIS BOLSA A incerteza sobre a votação da reforma do IR na Câmara, adiada nesta tarde para a próxima semana, manteve o Ibovespa na defensiva ao longo da tarde, em meio a sinais de falta de consenso sobre a versão final a ser votada. Entre inúmeras idas e vindas de formato desde que a reforma veio a público, o mercado ainda espera conhecer o modelo que será submetido à deliberação dos deputados. Assim, sem esta definição, o Ibovespa se aproxima do fim da semana acumulando perda de 1,72% no intervalo, computada a queda de 1,11% registrada nesta quinta-feira, aos 120.700,98 pontos - no mês, cede agora 0,90%. O giro ficou em R$ 33,3 bilhões na sessão e, no ano, o índice limita o ganho a 1,41%. Nesta quinta-feira em que emendou a terceira perda diária, o Ibovespa foi na mínima intradia a 120.533,72 pontos, menor nível desde 11 de maio, então a 120.145,44 pontos. Na máxima, chegou hoje aos 122.095,40 pontos, saindo de abertura aos 122.056,34 pontos. No fechamento, mostrava o menor nível desde o encerramento de 12 de maio (119.710,03 pontos). "O ruído político está atrapalhando, mas o Ibovespa tem mostrado força na passagem dos 121 mil para os 120 mil pontos, um patamar que tem atraído interesse comprador. Com uma temporada de balanços em geral positiva, o 'valuation' continua atraente: a Bolsa brasileira está abaixo de sua média histórica. O estrangeiro voltou a comprar neste começo de agosto, enquanto o investidor doméstico sente o político, mas busca agora alguma compra nos setores associados à atividade interna", diz Rodrigo Santin, CIO da Legend, escritório ligado ao BTG Pactual, chamando atenção para o forte desempenho dos serviços em junho, divulgado hoje pelo IBGE. No mês de agosto, até o dia 10, os estrangeiros ingressaram com R$ 2,185 bilhões na Bolsa - no ano, o saldo está positivo em R$ 41,942 bilhões. Nesta quinta-feira, resultados trimestrais menos favoráveis, como os de B3 (ON -7,71%) e Ultrapar (-12,33%), contribuíram para o ajuste negativo do Ibovespa na sessão, em que as perdas entre os grandes bancos, segmento de maior peso no índice, chegaram a 2,17% (BB ON). Além de Ultrapar e B3, Minerva (-11,27%) também segurou a ponta negativa do Ibovespa, após ter avançado mais de 14% no fim da sessão anterior, com relato de que controladores teriam iniciado conversa para fechar capital, o que foi negado pela empresa ontem à noite. No lado oposto do índice, destaque também para empresas que apresentaram resultados, como Hapvida(+6,38%), segunda maior alta da sessão, entre Intermédica (+6,91%) e Fleury (+4,01%). De acordo com relatório do estrategista-chefe e head de research, Fernando Ferreira, e da estrategista de ações Jennie Li, 69% dos resultados reportados na temporada de segundo trimestre vieram em linha ou acima das expectativas da XP Investimentos para o lucro operacional (Ebitda) - dos quais 54% acima e 15% em linha com o esperado. "Até agora, para as empresas que cobrimos do Ibovespa, o Ebitda e a receita superaram as nossas estimativas, na média, em +0,4% e +3,6%, respectivamente", aponta o texto dos estrategistas da XP. "Desde o início da temporada de resultados, as estimativas do consenso para o lucro por ação (LPA) do Ibovespa para os próximos 12 meses, para 2021 e para 2022, já subiram entre +10% e +11%", acrescentam. Na agenda macro, o desempenho da atividade de serviços em junho, divulgado hoje pelo IBGE, contribuiu para mitigar a percepção sobre a retração do varejo no mesmo mês. "O resultado, positivamente espraiado, mais do que compensou a surpresa observada na PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) de ontem. A variação interanual ficou em +21,1%, frente uma expectativa de +18,2%", observa em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. "Assim, após rodarmos nossos modelos, consolidamos a perspectiva para o PIB do segundo tri em +0,2% QoQ. Para o ano também houve ajuste marginal para cima, de 4,5% para 4,6%", acrescenta. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 120700.98 -1.11044 Máxima 122095.40 +0.03 Mínima 120533.72 -1.25 Volume (R$ Bilhões) 3.33B Volume (US$ Bilhões) 6.36B 17:32 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 120530 -1.28179 Máxima 122410 +0.26 Mínima 120355 -1.43 CÂMBIO Depois de ensaiar um leve recuo no início da tarde, o dólar ganhou força nas duas últimas horas do pregão e encerrou a sessão desta quinta-feira (12) em alta firme, na casa de R$ 5,25. A degringolada no mercado de câmbio teve como gatilho o adiamento da votação da reforma do Imposto de Renda na Câmara dos Deputados e foi acentuada, já na reta final das negociações, pela piora do desempenho das divisas emergentes no exterior e por declarações do presidente Jair Bolsonaro. Segundo operadores, a incerteza nos campos político e fiscal permanece como o principal sustentáculo do dólar no mercado doméstico. Às dúvidas em torno de temas como reforma do Imposto de Renda, PEC dos Precatórios e magnitude do reajuste Bolsa Família soma-se com a postura belicosa de Bolsonaro, que continua a pôr em dúvida a legitimidade do processo eleitoral e a criticar outros Poderes. Em cerimônia de promoção de oficiais-generais, disse ter certeza de possuir o apoio integral das Forças Armadas, a quem, segundo o presidente, cabe o papel de um inexistente "poder moderador". Bolsonaro voltou a dizer que estão nas mãos das Forças Armadas a garantia da liberdade e da democracia no país. Após a fala de Bolsonaro, o dólar atingiu a máxima do dia, a R$ 5,2579. Em seguida, a moeda desacelerou levemente, mas sem perder o nível de R$ 5,25, para fechar a R$ 5,2564, alta de 0,67%. O giro com o contrato futuro para setembro, termômetro do apetite por negócios, foi um pouco menor que em sessões anteriores, ficando na casa de US$ 12 bilhões. Nem mesmo o tom duro do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que prometeu, em live hoje à tarde, fazer "tudo o que for necessário" para controlar a inflação (leia-se: elevar a taxa Selic até onde for preciso) anima investidores a abandonar posições defensivas. Em tese, a taxa Selic mais alta traria mais recursos ao país, ao aumentar os ganhos de arbitragem com o diferencial de juros interno e exterior - ainda mais porque o Banco Central brasileiro embarcou em um ciclo de aperto monetário mais forte que o de outros países emergentes. "O mercado está em uma posição bastante defensiva com o Brasil. A maior parte acredita que a taxa de câmbio está fora do lugar. Deveria ser R$ 4,80, R$ 4,90. Mas nem mesmo com a Selic mais alta a gente vê uma apreciação da moeda, como se poderia esperar", afirma o gerente da mesa de derivativos financeiros da H.Commcor, Cleber Alessie, acrescentando que o adiamento da votação da reforma do Imposto de Renda deu certo fôlego ao dólar à tarde. Diante de críticas ao texto, pedidos de líderes partidários e pressões de Estados e municípios, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, decidiu remarcar a votação da reforma do IR para a próxima terça-feira (17). O relatório da reforma, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), disse que vai acatar sugestões das bancada partidárias e protocolar um novo texto. Teme-se que a reforma resulte em perda de arrecadação, exacerbando o problema das contas públicas, e desencadeie remessas prematuras de recursos para o exterior, por conta da taxação de dividendos. Para Alessie, da H.Commcor, a reforma do IR está "muito truncada" e acaba elevando o nível de incerteza sobre a política fiscal, já grande por conta de temores com "ofensiva populista" de Bolsonaro, que quer aumentar gastos sociais. Sem fatos concretos e relevantes que aumentem a visibilidade no campo político e fiscal, é "difícil o mercado ousar" a apostar nos ativos locais, avalia. "Não está no horizonte a versão dessa postura populista e de crítica às eleições. As única notíciaspositivas que podem vir são um alívio na inflação e números fortes de arrecadação", afirma. Na B3, o dólar futuro para agosto era negociado a R$ 5,2690, em alta de 0,49%. (Antonio Perez - [email protected]) 17:32 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.25640 0.6742 5.25790 5.20970 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5268.500 0.47678 5274.500 5223.000 DOLAR COMERCIAL 5290.000 0.66394 5290.000 5261.000 JUROS A perspectiva cada vez mais negativa para o cenário fiscal, político e de inflação manteve os juros em trajetória ascendente nesta quinta-feira. As taxas passaram o dia em todo em alta, com máximas à tarde, em reação ao imbróglio relacionado à proposta de reforma do Imposto de Renda. Em meio a constantes alterações e contestações no texto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação prevista para hoje para terça-feira, a pedido dos líderes. As mudanças frequentes e de última hora, muitas vezes sem discussão prévia e aprofundada, cedendo a pressões das mais diversas, são consideradas uma sinalização ruim para os agentes, que também até agora não digeriram a PEC dos precatórios, vista como contabilidade criativa para postergar o pagamento de dívida. Nesse contexto, o Tesouro não conseguiu vender integralmente a oferta de prefixados mais longos. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), mais forte que a esperada, serviu de pretexto para a abertura das taxas e as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foram consideradas em linha com a mensagem da ata do Copom. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 6,58%, de 6,539% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 8,139% para 8,250%. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 9,24%, de 9,085% ontem e a do DI para janeiro de 2027 passou de 9,483% para 9,63%. Os vencimentos a partir de 2031 fecharam com taxas de dois dígitos. A do DI para janeiro de 2031 encerrou em 10,09% (9,62% ontem), pela primeira vez nos dois dígitos desde março de 2020. Com o risco fiscal em alta, a parte longa foi mais afetada que a curta e, com isso, a curva ganhou inclinação, mesmo com as apostas consideradas superestimadas para a Selic nos próximos meses. O spread entre os contratos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027 voltou a bater nos 300 pontos, o que não via desde 13 de julho. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, afirma que o mercado de DI está muito difícil, contaminado pelo quadro de inflação elevada no curto prazo e cenário fiscal ainda pior. "Perdemos aquela melhora que tivemos e o ambiente ficou ainda mais frágil. E essas idas e vindas nas votações em Brasília acabam atrapalhando", afirmou. “Está fora de pauta, a pedido dos líderes, para votar na terça-feira, sem compromisso de mérito”, determinou Lira sobre a proposta para o IR, contrariado por ter de adiar, pois queria avançar com a reforma hoje. Ele afirmou que o tema da reforma tributária foi dividido justamente pela complexidade do assunto e negou que a reforma possa tirar recursos de Estados e municípios. A questão fiscal também foi mencionada por Campos Neto em apresentações nesta quinta-feira, que, em linhas gerais, foram lidas como alinhadas ao que o Copom trouxe em seus documentos recentes. Alguns players chamaram a atenção também para os comentários sobre o juro neutro. Segundo ele, a maioria das projeções está em torno de 3%, mas "algumas pessoas estão mudando isso para algo entre 3,0% e 3,5%". O comentário foi feito após questionamento a respeito de possível mudança da taxa neutra para os três próximos anos, considerando o desenvolvimento na área fiscal nos anos de 2020 e 2021. Na agenda, o destaque foi o crescimento do volume de serviços prestado em junho ante maio, de 1,7%, quatro vezes acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (+0,4%). Embora tenha servido de argumento para puxar as taxas pela manhã, Serrano lembra que a pesquisa é de junho, portanto um retrovisor que em tese não serviria para fomentar a piora da percepção sobre a inflação de serviços, que tem dados bem mais atualizados. Segundo o economista da Greenbay, a curva projetava nesta tarde 30% de chance de aperto de 1,25 ponto porcentual para a Selic no Copom de setembro e de outubro, e taxa de 8,35% no fim do ano. "O BC ficou encilhado e vai precisar ajustar as expectativas, mas isso pode custar PIB", disse. No fim da tarde, o Itaú anunciou revisão em baixa da sua projeção de PIB para 2021 e 2022, de 5,8% para 5,7% e de 2%, para 1,5%, respectivamente. A estimativa para Selic é de 7,5% no fim deste ano. Com o fim do período "off dealers", o Tesouro encontrou demanda integral para o lote de 7 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) ofertadas hoje no leilão, mas não foi tão bem-sucedido na venda de NTN-F, papéis normalmente preferidos por investidores estrangeiros. Colocou 200 mil, das 300 mil ofertadas. (Denise Abarca - [email protected]) 17:32 Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 5.25 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15 MERCADOS INTERNACIONAIS Após oscilarem entre leves ganhos e perdas ao longo de toda a sessão, as bolsa de Nova York fecharam no positivo, com ganho suficiente para Dow Jones e S&P 500 renovarem recordes. Investidores no exterior absorveram a leitura acima do esperado da inflação ao produtor nos Estados Unidos, que deu suporte aos juros dos Treasuriese ao dólar ante rivais. O petróleo encerrou o dia em baixa, depois que Agência Internacional de Energia (AIE) e Opep demonstraram cautela em suas previsões para a demanda pela commodity. No mundo emergente, as atenções se voltaram para a decisão de política monetária do Banco do México, que elevou a taxa básica de juros em 25 pontos-base, para 4,50%, diante da escalada inflacionária no país. "Se o aumento um pouco mais suave do que o esperado no núcleo do CPI [índice de preços ao consumidor] de julho, ontem, aliviou algumas preocupações sobre a inflação persistentemente mais forte, os detalhes do PPI [índice de preços ao produtor] de julho devem fazer o oposto", avaliam analistas do Citigroup, em referência ao avanço de 1% no PPI dos EUA na comparação mensal do mês passado, bem acima da previsão de alta de 0,6% de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. No entendimento da High Frequency Economics (HFE), no ambiente atual de contínua recuperação do mercado de trabalho, as dinâmicas de inflação justificam a retirada de estímulos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), processo conhecido como "tapering". Segundo informou hoje o Departamento de Trabalho americano, os pedidos de auxílio-desemprego no país caíram 12 mil na semana passada, a 375 mil. "Em nossa opinião, o Fed pode se dar ao luxo de esperar até a reunião do FOMC [Comitê Federal de Mercado Aberto] de novembro para fazer um anúncio", avalia a HFE. Com o ciclo de normalização monetária no horizonte, os juros dos Treasuries avançaram hoje, impulsionados também pelo PPI. Por volta das 17h, o retorno da T-note de 2 anos subia a 0,220%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,368% e o da T-bond de 30 anos, a 2,004%. Nesta tarde, o Departamento do Tesouro dos EUA leiloou US$ 27 bilhões em títulos de três décadas a um yield de 2,040% e demanda abaixo da média, de acordo com a BMO Capital Markets. Diferentemente do leilão de ontem, o de hoje não teve muito impacto nos negócios. Em Wall Street, a renda variável exibiu comportamento volátil, mas terminou o dia com ganhos: o Dow Jones subiu 0,04%, a 35.499,71 pontos; o S&P 500 ganhou 0,30%, a 4.460,82 pontos; e o Nasdaq subiu 0,35%, a 14.816,26 pontos. Preocupações relativas à variante delta do coronavírus penalizaram papéis ligados ao setor de turismo, com American Airlines (-3,77%) e United (-2,01%) em destaque negativo. Estrategista para Equitiesdo Deutsche Bank em Nova York, Parag Thatte afirmou em entrevista ao Broadcast que, com a desaceleração da economia dos EUA no segundo semestre, o S&P 500 deve fechar o ano perto da marca atual, em 4.500 pontos, e subir entre 4% e 5% em 2022. A variante delta do coronavírus, aliás, motivou a Agência Internacional de Energia (AIE) a cortar a previsão para o crescimento da demanda por petróleo este ano, a 5,3 milhões de barris por dia (bpd). A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), por sua vez, manteve a sua estimativa em 6 milhões de bpd, mas citou incertezas decorrentes do vírus. Nesse contexto, o barril do WTI para setembro fechou em queda de 0,23%, a US$ 71,31, e o do Brent para outubro perdeu 0,18%, a US$ 71,31. Ainda sobre a covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um comunicado, nesta quinta-feira, em que insta a comunidade internacional a trabalhar para intensificar os estudos sobre as origens da doença e pede que os países "despolitizem" o caso. Os EUA e outras potencias ocidentais têm pressionado a China a melhorar a transparência sobre os eventos que levaram ao surgimento do vírus em Wuhan. No mercado cambial, o dólar se beneficiou da surpresa em alta do PPI. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, ganhou 0,12%, a 93,035 pontos, com euro em baixa a US$ 1,1735 e libra, a US$ 1,3805. No fim da tarde, a divisa dos EUA cedia a 19,9299 pesos mexicanos, depois que o Banco do México (Banxico) elevar a taxa básica de juros do país. Na decisão, que não foi unânime, o BC local citou a necessidade de retornar a inflação a meta de 3% e projetou que o índice de preços deve apresentar expansão anual de 5,6% e 5,7% nos terceiro e quarto trimestre, respectivamente. A Capital Economics analisa que a autoridade monetária mexicana sinalizou que o aperto ocorrerá de maneira lenta, apesar da inflação. Isso porque ainda prevalece o entendimento de que o movimento é temporário. "Isso reforça nossa visão de que a taxa básica de juros continuará subindo nos próximos meses para 5,50% no 1T de 2022", destaca. (André Marinho - [email protected])
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