FED MENOS HAWKISH TRAZ ALÍVIO, MAS RISCO-BRASIL PESA E DÓLAR ZERA QUEDA DE JUNHO

Blog, Cenário
A ata da última reunião de política monetária do Fed veio um tom abaixo do que o mercado antecipava, resultando em aumento do apetite por risco, inclusive no Brasil, ainda que o real não tenha apagado as perdas em relação ao dólar e que a piora do ambiente político siga pairando sobre os negócios. O BC americano, apesar de admitir que já iniciou uma discussão para reduzir a compra de ativos, se mostrou bastante dividido sobre o momento de fazê-lo. Com isso, as bolsas em Nova York firmaram alta e assim permaneceram, com o S&P 500 e o Nasdaq em novo recorde de fechamento, enquanto os yields dos Treasuries longos cederam. Nesse ambiente mais ameno, o Ibovespa, que já vinha se recuperando de parte das perdas recentes desde a manhã, acelerou os ganhos e terminou com avanço de 1,54%, aos 127.018,71 pontos, com alta espalhada entre os papéis que compõem o índice. Até porque, o ministro da Economia, Paulo Guedes, suavizou um pouco o discurso sobre a reforma tributária durante audiência na Câmara, criando expectativa de alterações em pontos sensíveis do texto. Ao mesmo tempo, a queda dos juros futuros ganhou fôlego depois da ata do Fed, num movimento que teve início com os resultados abaixo do previsto para as vendas do varejo em maio e para o IGP-DI de junho. O recuo dos DIs ocorreu a despeito do câmbio, uma vez que o dólar engatou o sétimo pregão seguido de alta ante a moeda brasileira. No pior momento do dia, a divisa americana chegou a bater em R$ 5,28, ainda que tenha perdido vigor após o Fed e reduzido o avanço para 0,60%, a R$ 5,2403 no fechamento. Seja como for, a leitura é de que o real está tecnicamente frágil, em meio às incertezas locais. Além do risco político, o mercado trabalha com a possibilidade de que empresas estrangeiras antecipem remessas de dividendos, em meio à proposta de tributação apresentada pelo governo. Ao mesmo tempo, o exportador continua sem contratar câmbio. Não por acaso, o dólar acumula valorização de 5,37% em julho e toda a queda verificada no mês anterior já foi completamente apagada.
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MERCADOS INTERNACIONAIS A ata da reunião de política monetária mais recente do Federal Reserve, divulgada nesta quarta-feira, veio menos hawkish do que o esperado pelo mercado. O documento mostrou que os dirigentes já começaram a debater o "tapering", como é chamado o processo de redução gradual das compras de ativos. Mas também ressaltou as divergências dentro do comitê sobre quando iniciar a retirada de estímulos à economia. Como resultado, o dólar até subiu ante os pares, mas reduziu os ganhos, e os juros dos Treasuries se mantiveram sem sinal único. No mercado acionário, as bolsas de Nova York fecharam em alta, com o S&P 500 e o Nasdaq em nível recorde. O petróleo, por sua vez, recuou, impactado pelo câmbio e pela incerteza sobre a crise na Opep+. Desde a reunião de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), tem crescido a expectativa sobre o avanço das discussão a respeito do "tapering". Os investidores esperavam encontrar mais pistas na ata divulgada hoje. No entanto, na avaliação do Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC), o documento destacou as divisões entre os dirigentes. Para a economista Katherine Judge, do banco canadense, um consenso sobre a redução das compras de ativos exigirá uma tendência "firme" dos dados, principalmente os de emprego. Essa avaliação de que a ata foi "um pouco" menos hawkish do que o previsto, como ressalta a Capital Economics, provocou uma perda de força do dólar. Mesmo assim, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis pares, fechou em alta de 0,11%, a 92,644 pontos. No final da tarde em NY, o euro caía a US$ 1,1808 e a libra subia a US$ 1,3806, quase estável. Em reportagem publicada às 11h29 (de Brasília), o Broadcast mostrou que a divisa dos EUA pode ganhar mais força ao longo do segundo semestre à medida que evolui a discussão sobre a migração gradual do Fed para uma política monetária menos acomodatícia. Segundo o economista-chefe para Estados Unidos da Capital, Paul Ashworth, o que fez a ata parecer menos dura foram frases como "paciência", "nas próximas reuniões" e "começar a discutir". Para analistas do ING, o "tapering" deve começar ainda este ano, mas eles também avaliam que a forma e a velocidade dependerá dos indicadores do mercado de trabalho. Em evento após a publicação da ata, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o momento apropriado para iniciar o "tapering" está perto. O dirigente, que tem direito a voto nas reuniões deste ano, também afirmou que a equipe técnica do BC americano analisa como o processo pode ser realizado. Na renda fixa, os juros dos Treasuries se mantiveram sem sinal único, com pouca reação à ata. No final da tarde em NY, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,220%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,316% e o do T-bond de 30 anos caía a 1,935%. De acordo com o Julius Baer, o debate em Washington sobre prorrogar ou não a suspensão do teto da dívida dos EUA tem mantido os retornos em baixa. As bolsas de Nova York, que já operavam em alta, ganharam leve força após a ata. Desde o ano passado, os estímulos fiscais e monetários sem precedentes têm impulsionado o mercado de ações. No fechamento, o Dow Jones avançou 0,30%, a 34.681,79 pontos, o S&P 500 subiu 0,34%, à máxima histórica de 4.358,13 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 0,01%, ao recorde de 14.665,06 pontos. O petróleo, por sua vez, encerrou a sessão em queda, pressionado para baixo pela alta do dólar, que torna a commodity mais cara e menos atrativa, e pelo impasse na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). O barril do WTI com entrega prevista para agosto caiu 1,59%, a US$ 72,20, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para o mês seguinte recuou 1,48%, a US$ 73,43, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected]) BOLSA Apesar do dólar ainda pressionado - a R$ 5,28 na máxima desta quarta-feira, acomodando-se no fechamento aos R$ 5,24 -, os investidores retomaram hoje as compras de ações na B3, levando o Ibovespa a convergir para os 127 mil pontos, após ter iniciado a sessão colado aos 125 mil pontos - marca que chegou a ser perdida no pior momento do dia anterior. O índice de referência passou a renovar máximas acima de 1% ainda no começo da tarde, antes da divulgação da ata do Federal Reserve, momento a partir do qual o Ibovespa voltou a acentuar ganhos, atingindo no pico desta quarta-feira os 127.248,96 pontos (+1,72%), vindo de mínima a 125.093,56, com abertura a 125.096,34 pontos. Ao fim, o índice mostrava ganho de 1,54%, aos 127.018,71 pontos, com giro financeiro a R$ 29,1 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o índice de ações cede 0,47%, colocando os ganhos do mês a 0,17% e os do ano a 6,72%. Assim, o índice da B3, vindo de perdas de 1,44% e de 0,55% nas sessões anteriores, conseguiu se reaproximar hoje do nível de fechamento da última sexta, dia 2, quando avançou 1,56%, aos 127.621,65 pontos naquele encerramento, recuperando-se então de três perdas seguidas. Desde outra sexta, 25 de junho, quando o governo apresentou proposta de tributação de dividendos e de extinção do JCP (juros sobre capital próprio), o Ibovespa orbita entre 125 e 127 mil pontos, após passar boa parte deste último mês dos 129 aos 130 mil, tendo renovado máximas históricas intradia (131.190,30) e de fechamento (130.776,27) há exatamente um mês, em 7 de junho. Hoje, desde a manhã, os investidores mostraram algum apetite, favorecido por leitura positiva, ainda que abaixo do esperado, para as vendas do varejo em maio e por tom ameno na participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência em comissão da Câmara dos Deputados. "As declarações de hoje do Guedes com relação à reforma tributária, mais moderadas e parecendo uma revisão do que havia defendido, sobre aumento de carga, ajudaram desde mais cedo. O que se teve hoje é volatilidade: nos últimos dias, o Ibovespa vinha caindo com os ruídos políticos, e hoje, (teve) uma retomada do interesse por compras, também pontual", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. "Para o mercado, o início da discussão sobre esta nova fase da reforma tributária não havia caído bem e, hoje, na Câmara, Guedes mostrou disposição para negociar, para fazer algum tipo de concessão. Os dados do varejo também ajudaram, reforçando a perspectiva para o segundo semestre. Assim, depois de uma realização forte, os investidores voltam a tomar posição, na compra, especialmente em papéis associados ao varejo. É o que vimos hoje", diz Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest, escritório ligado ao BTG. Ele destaca também a leitura favorável feita pelo mercado, aqui e fora, sobre a ata do Fed, divulgada no meio da tarde, momento em que o Ibovespa foi buscar novas máximas para o dia. "Apesar do tom já um pouco mais 'hawkish' de parte dos integrantes do Fomc (o comitê de política monetária do Fed), houve a percepção de que o Federal Reserve ainda vê a inflação como fenômeno transitório", diz o analista. "A ata do Fed sinalizou que a economia está se recuperando, mas de forma muito heterogênea entre as nações e entre os setores da economia", observa Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos. "As projeções para inflação e emprego ainda estão longe das metas que eles ancoraram, mas as condições financeiras estão melhorando. Então, estão mirando uma inflação mais alta do que de costume, um pouco acima de 2% ao ano, e estão reforçando que esta inflação é temporária", acrescenta. No Brasil, "os dados de venda do varejo foram positivos, embora abaixo do esperado para maio, e o desempenho do varejo colocou as ações de Magalu entre os destaques da manhã, além de CSN e Localiza", diz Braulio Langer, analista da Toro Investimentos, acrescentando ser "natural a recuperação do Ibovespa após as perdas recentes". No fechamento, Magazine Luiza mostrava ganho de 4,46%, quinta maior alta da sessão entre as componentes do Ibovespa, atrás de Locamérica (+5,46%), Localiza (+5,42%), Raia Drogasil (+5,07%) e Rumo (+4,70%). No lado oposto, PetroRio (-1,98%), CVC (-0,95%) e Pão de Açúcar (-0,40%). Se, ontem, as perdas se mostraram bem distribuídas por empresas e setores, com apenas três ações em alta no fechamento da terça-feira, a recuperação de hoje também se deu em base ampla, alcançando também os segmentos de maior peso no índice, como commodities (Petrobras PN +1,37%, Vale ON +0,29%), siderurgia (CSN ON +3,45%, Usiminas +1,49%) e bancos (Itaú PN +1,40%, BB ON +1,34%). Em nota, o Banco MUFG Brasil espera crescimento das vendas no varejo também em junho, "mesmo que os números de casos e mortes por Covid ainda sejam altos". "A partir de agora poderemos ver uma atividade econômica mais sólida, dada a retirada gradual de medidas restritivas para conter a propagação do vírus. Mantemos nossa expectativa de recuperação mais sólida da atividade econômica a partir do segundo semestre, pressupondo um estágio mais avançado de vacinação", acrescenta o banco. Dessa forma, o otimismo com relação à economia voltou a se sobrepor, ainda que moderadamente, à recente decepção com a nova tranche da reforma tributária e, especialmente, aos temores decorrentes do desgaste político do presidente Jair Bolsonaro, em meio ao avanço da apuração, na CPI da Covid, de irregularidades na compra de vacinas. "Menos política e mais economia", defende um gestor de recursos, acrescentando que a perspectiva para o ano se mantém positiva, mesmo com antecipação de debate eleitoral e receio de uma guinada populista que ameace a recuperação fiscal, à medida que 2022 se aproxima com o ex-presidente Lula na ponta das pesquisas de intenção de voto. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 127018.71 1.5379 Máxima 127248.96 +1.72 Mínima 125093.56 -0.00 Volume (R$ Bilhões) 2.90B Volume (US$ Bilhões) 5.55B 17:36 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 127685 1.87904 Máxima 127740 +1.92 Mínima 125685 +0.28 JUROS A queda dos juros ganhou um pouco mais de força à tarde, depois da divulgação da ata do Federal Reserve que não endossou os receios do mercado de que repetisse o tom "hawkish" do comunicado da reunião a respeito da reversão das políticas de relaxamento monetário nos Estados Unidos. As taxas bateram mínimas nos contratos de médio e longo prazos, ampliando o recuo que já era visto pela manhã, por sua vez, amparado nos resultados do IGP-DI e vendas do varejo. Assim, mantiveram-se o dia todo em baixa, mesmo quando o dólar passou a subir, embora a piora do câmbio tenha reduzido o ritmo de alívio na curva antes da ata. Por fim, a falta de novidades para alimentar a crise política nesta quarta-feira também foi considerada um fator positivo para os mercados. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular com taxa de 5,76%, de 5,793% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 7,283% para 7,22%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 8,24% (8,355% ontem) e a do DI para janeiro de 2027 fechou na mínima de 8,67%, de 8,773%. O spread entre as taxas de janeiro de 2022 e janeiro de 2027, uma das medidas do nível de inclinação da curva, caiu de 299 pontos-base ontem para 291 pontos hoje. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, acredita que o mercado tenha se preparado para uma ata mais conservadora. "Achavam que poderia vir algo mais enfático sobre o tapering (reversão do processo da compra de ativos)", disse. Na ata, vários dirigentes enfatizaram que o Fed deve ser paciente ao avaliar o progresso em direção a seus objetivos e ao anunciar mudanças em seus planos de compra de ativos. "Daí o dólar voltou e o DI aliviou", complementou. Para os profissionais do banco ING, embora não iminente, a probabilidade do anúncio do tapering ainda este ano está crescendo, uma vez que a ata diz que vários participantes acreditam que as condições exigidas parecem vir pouco antes do que o antecipado à luz dos dados recentes. "No entanto, 'alguns participantes viram os dados como um sinal menos claro sobre o impulso econômico subjacente' e preferiram ver mais indicadores nos 'próximos meses'", diz relatório da instituição. Após tocar máximas na casa dos R$ 5,28, o dólar perdeu um pouco de força à tarde com a ata, mas continuou valorizado de maneira geral em relação a moedas emergentes. O impacto na curva foi amenizado na medida em que as commodities agrícolas e o petróleo estiveram hoje bem comportados e sem noticiário negativo na parte política. A agenda doméstica pela manhã já tirava pressão das taxas, ao trazer sinais alentadores para o quadro inflacionário. A começar pelo IGP-DI de junho, que ficou em 0,11%, ante mediana das estimativas de 0,22%, e com deflação de 0,26% do IPA, em boa medida assegurada pela queda de 2,10% dos preços agrícolas no atacado. Na sequência, vieram as vendas do varejo de maio abaixo das medianas projetadas, mas com abertura positiva em termos qualitativos. Ante abril, no conceito restrito, as vendas cresceram 1,4%, ante mediana de 2,5%. O varejo ampliado teve expansão de 3,8%, abaixo da mediana de 4,60%. "Apesar do headline abaixo do consenso, os dados do varejo foram bons e indicam que o trimestre tem tudo para ser muito forte", disse o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, que atribui o fato de os resultados terem vindo aquém da mediana a questões metodológicas. "Houve revisão muito expressiva nos números de abril", lembrou. (Denise Abarca - [email protected]) 17:36 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 4.30 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 4.15 Over Selic (%a.a) 4.15 CÂMBIO O mercado de câmbio viveu um pregão de extrema volatilidade nesta quarta-feira, 7, com o dólar à vista oscilando quase 11 centavos entre a mínima e a máxima, em dia marcado por divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), declarações do ministro da economia, Paulo Guedes, no Congresso e depoimento, na CPI da Covid, do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, acusado de pedir propina para aquisição da vacinas. Operadores relatam que ainda pesa sobre o mercado o desconforto com a proposta de reforma tributária e a incertezas quanto às consequências da perda de popularidade e do capital político do presidente Jair Bolsonaro, o que poderia comprometer a agenda de reformas ou levar o governo a uma guinada populista. Há preocupações também com a possível remessa em massa de dividendos por parte de empresas estrangeiras, à medida que houver sinais mais claros de que a taxação de 20% sobre lucros e dividendos pode ser aprovada pelo Congresso. Em audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Guedes voltou a defender a taxação dos dividendos, dizendo que quer tributar os mais ricos e desonerar os contribuintes mais pobres. Com isso, mesmo diante do tom ameno da alta do Fed, que não deu sinais de que pretende antecipar a redução de estímulos, e da queda da moeda americana em relação a emergentes como o peso mexicano e ao rand sul-africano, o real sucumbiu. Com mínima de R$ 5,1708 e máxima de R$ 5,2807, o dólar à vista fechou negociado a R$ 5,2403, em alta de 0,60% - o maior valor fechamento desde 27 de maio, quando terminou a sessão a R$ 5,2553. Foi o sétimo pregão seguido de ganhos da moeda americana, que já acumula valorização de 3,70% nesta semana e de 5,37% em julho, depois de ter recuado 4,82% no mês passado. O head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weig, destaca que o real é a pior e a mais volátil entre as moedas emergentes. Particularidades técnicas do mercado de câmbio brasileiro tem exacerbado a volatilidade e o impacto das questões políticas na formação da taxa de câmbio nos últimos dias, ressalta. "Os exportadores estão deixando o dinheiro no exterior. Já são mais de US$ 50 bilhões lá fora. Por conta disso, o mercado está muito nas mãos dos especuladores, o que deixa a taxa de câmbio muito mais volátil no curto prazo", diz Weig. Ele considera, porém, que o dólar já subiu demais. E, embora não descarte novas altas no curto prazo, com a moeda americana chegando a busca R$ 5,40, já se sente confortável em ser "vendedor" de dólares, embora de forma parcimoniosa. "Os temores de troca continuam absurdamente bons para o Brasil. Uma coisa é o exportador deixar dinheiro lá fora com os juros a 4,25%, e outra com a Selic perto de 7%. Uma hora esse dinheiro vai chegar", afirma Weig, lembrando que manter os recursos no exterior significa abrir mão de ganhar os juros pagos internamente, que devem subir até o fim do ano, como já sinalizado pelo Banco Central. No Congresso, o ministro Paulo Guedes afirmou que, considerando o volume de exportações do Brasil nos últimos meses, o dólar "já era para ter afundado" no Brasil. O ministro reconheceu, no entanto, que a cotação do dólar sofre influência da crise política. "Com esta confusão que estamos fazendo aqui...", disse. Hoje, o Banco Central divulgou que o fluxo cambial foi positivo em R$ 4,449 bilhões em, com US$ 2,644 bilhões de entrada líquida pelo canal financeiro e de US$ 1,805 bilhão via comércio exterior. No ano, até 2 de julho, o saldo positivo em US$ 15,158 bilhões - graças a entradas líquidas de US$ 14,354 bilhões pelo lado comercial. Os bancos fecharam junho com posição vendida no câmbio à vista de US$ 14,330 bilhões, cerca de metade do que carregavam em dezembro de 2020 (US$ 35,853 bilhões). Em maio, a posição vendida era de US$ 18,699 bilhões. Sócio e CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa comentou no twitter que, "pelas cotas dos fundos multimercados" e pelas recomendações "dos sell-sides (gringos e locais), o aspecto técnico do mercado de câmbio estava "ruim" (muitos vendidos em dólar), o que explicaria o repique do dólar nos últimos dias. Na B3, o dólar futuro para agosto subia 0,83%, a R$ 5,2550, com giro forte, de cerca de US$ 16 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:36 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.24030 0.597 5.28070 5.17080 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5244.500 0.63322 5295.000 5183.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5142.000 06/07
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