RISCOS POLÍTICO E HÍDRICO PUXAM DÓLAR E DIS, BOLSA CAI, MAS SEMESTRE É DE GANHOS

Blog, Cenário
O último pregão do mês, trimestre e semestre foi de ajustes negativos para os diferentes mercados brasileiros, absorvendo um pouco de cautela externa, mas, sobretudo, em reação a uma série de fatores locais. Essa composição passa pelo aumento do risco político, com novas denúncias de corrupção na compra de vacinas trazendo temores sobre a agenda de reformas, pela crise hídrica, que pode limitar a retomada da economia, e pela percepção ainda negativa em relação à reforma tributária apresentada. Tudo isso junto com os temores globais em relação à variante delta do coronavírus resultaram em alta de juros e dólar, com queda da Bolsa. No caso da moeda americana, a disputa pela formação da Ptax de junho embutiu pressão adicional nas cotações até o começo da tarde, levando a divisa para acima de R$ 5 após mais de uma semana. Passada a definição da taxa que serve para liquidação dos contratos cambiais que vencem no próximo mês, houve um certa acomodação, o que trouxe a divisa para um fechamento em R$ 4,9732, ainda com valorização de 0,63%. O balanço de junho, contudo, é amplamente favorável ao real, com a melhora de estimativas para o crescimento econômico e perspectivas de uma Selic maior gerando fluxo positivo de recursos. Não por acaso, a moeda americana cedeu 4,82% no mês, garantindo a desvalorização de 4,15% acumulada nestes primeiros seis meses de 2021. Com o câmbio mais elevado e tantas incertezas adiante, os juros futuros também tiveram importante correção em alta, ainda que a inclinação da curva a termo, uma espécie de medida de risco, tenha diminuído diante da comunicação mais assertiva do Banco Central em relação à política monetária. Já o Ibovespa, que no pior momento do dia chegou a zerar os ganhos mensais, terminou com baixa mais contida, de 0,41%, aos 126.801,66 pontos, o que possibilitou pequeno avanço de 0,46% em junho, no quarto mês seguido no positivo para o principal índice acionário da B3. Em 2021, a alta acumulada é de 6,54%, cerca da metade dos pares americanos. Até porque, nos últimos dias, a Bolsa perdeu bastante tração, afetada pelo cenário macro e pela proposta de reforma tributária, que tributa dividendos, acaba com juros sobre capital próprio e, principalmente, resulta em aumento de carga, na visão de especialistas. Em Nova York, os principais índices acionários fecharam sem direção única, à espera do payroll, na sexta-feira, e refletindo a cautela com a variante delta do coronavírus. No semestre, contudo, Dow Jones, S&P 500, que renovou recorde hoje, e Nasdaq ganham mais de 12%, num cenário de ampla liquidez e aprovação de medidas de estímulos nos EUA. •CÂMBIO •JUROS •BOLSA •MERCADOS INTERNACIONAIS CÂMBIO O ambiente doméstico negativo e o baixo apetite por ativos emergentes, aliados à disputa pela formação da taxa Ptax de junho pela manhã, empurraram o dólar para cima no último pregão do mês. Em alta desde o início dos negócios, quando superou os R$ 5, a moeda americana perdeu um pouco de ímpeto ao longo da tarde, com o mercado mais leve tecnicamente, mas ainda assim fechou o dia em alta. Com mínima de R$ 4,9529 e máxima de R$ 5,0227, o dólar à vista encerrou o pregão com valorização de 0,63%, a R$ 4,9732 - maior patamar desde o último dia 21. Apesar do estresse dos últimos pregões, a moeda americana fechou junho com queda de 4,82%. Foi a maior baixa desde novembro de 2020 e o terceiro mês consecutivo de desvalorização da divisa americana ante o real. Segundo analistas, após a forte onda de apreciação em maio e junho, quando praticamente se alinhou ao desempenho das demais moedas emergentes, o real parece sem força para uma nova arrancada no curto prazo, apesar da perspectiva de mais altas da taxa Selic. Por aqui, pesam nas mesas de operação o aumento do risco político, com as investigações da CPI da Covid sobre suposta propina na compra de vacinas, e os temores de que a crise hídrica prejudique o crescimento econômico. A comissão parlamentar aprovou hoje a convocação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que teria interferido a favor da aquisição da vacina indiana Covaxin, cuja proposta de compra acabou sendo cancelada. Ontem à noite, surgiu nova denúncia de suposto esquema de propina para aquisição da vacina da AstraZeneca. O presidente Jair Bolsonaro reagiu hoje e, em discurso no Mato Grosso do Sul, afirmou que "não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui". Bolsonaro, contudo, fez um afago ao Congresso ao dizer que os "amigos do Legislativo" têm dado "grande apoio" as propostas apresentadas pelo governo. O economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia destaca o mau humor do mercado com os ruídos políticos e o "tom populista" da proposta de reforma tributária apresentada pelo governo. "O mercado só não piorou mais porque acredita que, do jeito que está, a reforma não vai ser aprovada", diz Miraglia, ressaltando que o ambiente político é "desafiador", com as investigações na CPI da Covid podendo estimular o governo a adotar medidas populistas, já de olho nas eleições do ano que vem."O nosso cenário base é um dólar a R$ 5,30 no fim do ano, com todos esses riscos aqui dentro e um dólar mais forte no mundo", afirma. Lá fora, o clima é de apreensão com o possível avanço da variante Delta do coronavírus, que ameaça se espalhar pela Europa, o que tende a fortalecer a moeda americana. O dólar subiu hoje em relação à divisas emergentes e de exportadores de commodities, à exceção da lira turca e do rand sul-africano. O índice DXY - que mede o desempenho da moeda americana em relação a seis divisas fortes - operou em alta por todo o dia. O relatório ADP, prévia do relatório de emprego (payroll) de junho, que sai na sexta-feira, mostrou que o setor privado americano criou 692 mil vagas em junho, acima das expectativas (500 mil). O estrategista de moedas do Brown Brothers Harriman, Ian Solot, ressalta que este é o sexto dia seguido de alta do DXY, que continua a operar acima dos 92 pontos, com a perspectiva de a economia americana inicie o segundo semestre fortalecida, enquanto outros países podem ser forçados a adotar medidas de restrição caso haja avanço da variante Delta do coronavírus. O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin (com direito a voto), afirmou hoje que a taxa básica de juros americana só será elevada quando os Estados Unidos estiverem perto do pleno emprego e a inflação ficar "um pouco acima" de 2% de forma "mais sustentada". O estrategista Gautam Jain, da Ohmresearch, em Nova York, avalia que, apesar da valorização recente, o real ainda tem um desempenho ainda levemente abaixo das demais divisas emergentes, o que abriria espaço para uma apreciação adicional no curto prazo. Ele ressalta, contudo, que a volatilidade do real costuma ser três vezes superior a de seus pares. "Em termos ajustados em relação ao risco, nós não consideramos que valha a pena apostar no real, especialmente na comparação com o peso mexicano e o chileno", afirma Jain. "Além disso, há alguns riscos pela frente", acrescenta, citando a possível antecipação do calendário eleitoral, com as investigações da CPI da Covid, e a crise hídrica. (Antonio Perez - [email protected]) 17:34 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 4.97320 0.6334 5.02270 4.95290 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5002.000 0.92817 5008.500 4954.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 4986.000 0.31184 5039.500 4968.500 JUROS Os juros fecharam a última sessão de junho e do primeiro semestre em alta firme, refletindo uma realização de lucros diante da piora da percepção de risco político e cautela do investidor com ativos emergentes decorrente das incertezas sobre os impactos da variante delta do coronavírus na economia global. Tais fatores encontraram um terreno fértil para correção na curva, após as principais taxas terem fechado em baixa por quatro dias consecutivos. A agenda da quarta-feira, com Pnad Contínua e setor público consolidado, teve impacto neutro nos preços. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular em 5,675%, de 5,616% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 6,973% para 7,07%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 8,07% (7,954% ontem) e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 8,43% para 8,49%. Num mês marcado pela disparada das estimativas de inflação com subsequente sinalização do Banco Central de que seu cenário base agora prevê recomposição total da Selic, a curva perdeu 60 pontos-base na inclinação medida pelo diferencial entre os contratos para janeiro de 2022 e janeiro de 2027, que em 31 de maio era de 341 pontos e hoje fechou em 281 pontos. O cenário político e o câmbio já puxavam ajustes para cima nas taxas desde a abertura. Novas denúncias de tentativa de corrupção no Ministério da Saúde - desta vez envolvendo a compra da vacina Astrazeneca/Oxford - enfraqueceram ainda mais a figura do líder do governo no Congresso, Ricardo Barros, colocando em xeque o capital político do governo Bolsonaro, já desgastado pelo escândalo da negociação da vacina indiana Covaxin. A política também penalizou ainda o real, juntamente com fatores técnicos relacionados à Ptax de fim de mês que, indiretamente, também ajudaram a curva a abrir. "Hoje temos a questão da variante delta pressionando emergentes e aqui, adicionalmente, a Ptax, e a política. Ou seja, uma sequência de fatores negativos puxando uma realização", afirmou o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier. No meio da tarde, mesmo com o dólar se acomodando abaixo dos R$ 5 retomados pela manhã, as taxas bateram máximas. "Bolsonaro subiu o tom", explicou Xavier. Ele se referia a declarações do presidente dadas em cerimônia de inauguração da Estação Radar de Ponta Porã (MS). Bolsonaro chamou os líderes da CPI da Covid de "bandidos" e voltou a enfatizar o papel institucional dos militares. "Além do povo, temos Forças Armadas comprometidas com a democracia e com a liberdade.". A CPI aprovou hoje convocação para que o líder Ricardo Barros preste depoimento. No fim da tarde, um superpedido de impeachment contra o presidente chegou à Câmara, reunindo os autores dos mais de 100 pedidos já protocolados desde o início do mandato, com 23 tipos de acusações de crimes penais que teriam sido cometidos por Bolsonaro. De volta à cena macroeconômica, o mercado segue digerindo relativamente bem os reajustes no valor das bandeiras tarifárias de energia. Após aprovar aumento de 52%, para R$ 9,49 a cada 100 kWh, para a bandeira vermelha 2 em julho, a Aneel colocou para consulta pública proposta de elevação a até R$ 11,50 nos próximos meses. A decisão continuou estimulando revisões em alta para o IPCA este ano, mas, ao mesmo tempo, com potencial de aliviar as de 2022. O Banco Fibra elevou sua estimativa para 2021 de 6,40% para 6,50% e manteve em 4,10% a de 2022, mas reconheceu viés de baixa, já que tem como premissa bandeira amarela no fim do ano que vem. Xavier, da Sicredi, afirma que os vencimentos curtos e intermediários têm sido influenciados pelo remanejamento das apostas para a Selic, sobretudo na reunião de agosto. "O mercado vinha se animando com a ideia de 0,75 ponto para agosto, caminhando já para uma divisão, mas hoje a probabilidade de 1 ponto voltou a crescer", disse. A curva projetava, nesta tarde, cerca de 80% de chance de aperto de 1 ponto e 20% de 0,75 ponto na Selic no Copom de agosto e, no encontro de setembro, o quadro se invertia, com em torno de 80% e 20%, respectivamente, de probabilidade de aumento de 0,75 ponto e 1 ponto. No fim do ano, a curva projetava taxa básica de 7,25%. Os números são da Greenbay Investimentos. (Denise Abarca - [email protected]) 17:33 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 4.15 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 4.15 Over Selic (%a.a) 4.15 BOLSA Embora relativamente acomodado após um início de mês expressivo, o Ibovespa emendou em junho o quarto mês de ganho, desta vez limitado a 0,46%, com o índice da B3 em moderada correção desde a última sexta-feira, reagindo à tributação de dividendos e, agora, de forma também mais clara à crise hídrica e, em menor grau, à política. Hoje, fechou em baixa de 0,41%, a 126.801,66 pontos, no menor nível desde 31 de maio (126.215,73 pontos). Entre a mínima e a máxima desta quarta-feira, oscilou dos 126.198,77 aos 127.322,72 pontos, com abertura aos 127.322,72. Nesta última sessão do mês, o giro financeiro foi de R$ 32,1 bilhões. Na semana, o índice cede 0,36% até esta quarta-feira. No segundo trimestre, o ganho acumulado pelo Ibovespa ficou em 8,01%, após perda de 2,00% entre janeiro e março. No primeiro semestre de 2021, o avanço é de 6,54%, proporcionado pela sequência positiva retomada no mês de março (+6,00%) e estendida a abril (+1,94%), maio (+6,16%) e junho (+0,46%). Nesta última sessão do mês, voltou a predominar a cautela, observável especialmente no câmbio, que levou o dólar à vista acima do limiar de R$ 5 na máxima do dia (R$ 5,0227), com fechamento a R$ 4,9732 (+0,63%). A pressão sobre o dólar contribuiu para levar o Ibovespa às mínimas desta quarta-feira. Na transição de maio para junho, o índice de ações da B3 obteve sua mais longa sequência de ganhos desde fevereiro de 2018, emendando oito altas, com renovações de recordes intradia e de fechamento no intervalo entre 28 de maio e 7 de junho, de seis sessões, que o levaram aos 131 mil pontos. Após esta série de ganhos, o índice se acomodou entre os 129 mil e 130 mil pontos na maior parte do mês, mostrando cansaço para enfrentar resistências adiante. Aos poucos, o entusiasmo em torno das revisões positivas para PIB e contas públicas foram dando lugar a preocupações com a inflação, no Brasil e nos Estados Unidos, onde Copom, do BC, e Fomc, do Federal Reserve, sinalizaram ajuste de rota na política monetária, ainda acomodatícia. Nas últimas sessões, os dados econômicos mostrando melhora da arrecadação federal, bem como das contas do governo central, acabaram obscurecidos pelos receios sobre a inflação, agora sob pressão de alta na tarifa de energia. As dificuldades do governo na CPI da Covid, às voltas com sinais de corrupção na compra de vacinas, também passam a ser acompanhadas mais de perto pelo mercado, ainda que tenham feito pouco preço desde o momento da instalação. Por outro lado, os dados econômicos continuam a inspirar otimismo. "Para o investidor, as notícias trazem bons ventos, especialmente diante das discussões sobre riscos fiscais da reforma tributária. A arrecadação deve continuar a ser uma importante âncora positiva, apontando para potencial queda, ainda maior do que a esperada, da dívida. Porém, apesar do alívio de curto prazo alavancado pela inflação, o contexto fiscal segue como fator central na percepção de risco do País", diz Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos. "O fluxo estrangeiro foi decisivo para o Ibovespa no segundo trimestre, e também para segurar o índice agora, quando se vê alguma correção. Houve melhora da percepção sobre Brasil que, além das revisões para PIB e situação fiscal, continua a se beneficiar do ciclo das commodities, especialmente minério de ferro e petróleo, a que a Bolsa brasileira tem grande exposição. Não à toa, entre os índices setoriais, o que subiu hoje, mais uma vez, foi o de materiais básicos", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos, destacando em particular o desempenho de Vale, beneficiado pelo câmbio e cenário externo - no ano, Vale ON acumula ganho de 37,77%, entre as campeãs do período, ao lado de CSN ON (+39,96%), entre as ações de maior liquidez. Com o Brent negociado a US$ 75 por barril, em viés positivo na sessão, Petrobras ON e PN fecharam o dia respectivamente em alta de 2,06% e 0,86%, com Vale ON (+0,66%) mostrando avanço moderado nesta quarta-feira, bem negativa mais uma vez para as ações de bancos, ainda pressionadas pelas novidades tributárias, com perdas que variaram no fechamento de hoje entre 0,93% (BB ON) e 2,29% (Santander). O setor de siderurgia também fechou na maioria em baixa, com destaque para Gerdau PN (-2,15%). Na ponta do Ibovespa, Banco Inter fechou em alta de 5,36%, à frente de PetroRio (+2,69%) e de Iguatemi (+2,66%). No lado oposto, B2W cedeu 3,80%, Cogna, 3,56%, e WEG, 2,91%. "A reforma tributária continua a pesar no mercado, e a CPI da Covid tem trazido informações bombásticas para o governo federal. A Bolsa não tem olhado muito para isso (CPI), mas deixa o ambiente mais pesado - além da reforma tributária. Ainda acreditamos na retomada da economia, mas a variante Delta da Covid também é fator de preocupação, o que resultou hoje em realização nas bolsas europeias, com retomadas pontuais de restrições a voos dentro do continente", diz Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest. Em dólar, o Ibovespa fechou junho a 25.496,99 pontos após ter chegado a superar a marca de 26 mil no início do mês, quando, na nova máxima histórica intradia, a 131.190,30 pontos em 7 de junho, e com dólar a R$ 5,0324 no mesmo dia, foi a 26.069,14 pontos, superando com folga as marcas observadas em maio. Em dólar, no fechamento de maio, o Ibovespa estava em 24.156,58 pontos, até então o mais elevado nível de fechamento de mês no ano, comparado a 21.887,67 pontos no fim de abril e a 20.721,62 no encerramento de março. No fechamento de 2020, o índice da B3 em dólar estava em 22.937,77, vindo de 20.368,35 pontos no encerramento de novembro, quando se iniciou recuperação significativa do Ibovespa, com o índice de ações em alta de 15,90% naquele mês - uma retomada interrompida entre janeiro e fevereiro. Assim, no primeiro mês do ano, o Ibovespa em dólar foi a 21.018,82 e, no encerramento de fevereiro, oscilou para 19.629,85 pontos. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 126801.66 -0.41294 Máxima 127322.72 -0.00 Mínima 126198.77 -0.89 Volume (R$ Bilhões) 3.21B Volume (US$ Bilhões) 6.41B 17:34 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 127095 -0.53219 Máxima 127830 +0.04 Mínima 126750 -0.80 MERCADOS INTERNACIONAIS No último pregão do mês e do semestre, as bolsas de Nova York fecharam sem direção única, o dólar se valorizou ante os pares, os juros dos Treasuries recuaram e o petróleo subiu. Além do compasso de espera pelo relatório de empregos dos EUA, que sai na sexta-feira, o exterior continuou a refletir a cautela com a variante delta do coronavírus. O mercado acionário americano acumulou ganhos e bateu recordes nos seis primeiros meses de 2021 - a máxima histórica mais recente foi a do S&P 500 hoje - ainda sob efeito de estímulos monetários e fiscais. O dólar havia registrado avanço no primeiro trimestre, mas recuou de abril a junho. Na renda fixa, os rendimentos dos títulos da divida pública americana estão mais altos do que no começo do ano, devido à escalada vista até a março, mas retrocederam nos últimos três meses, em meio a dúvidas sobre o rumo da política monetária do Federal Reserve. Apesar de ter recuado 0,85% no trimestre, o índice DXY, que mede a variação do dólar contra seis pares, subiu 0,42% hoje, a 92,436 pontos, e 2,87% em junho. A tendência de baixa da moeda americana foi revertida após o que foi considerado por analistas como uma "virada hawkish" do Fed no gráfico de pontos da reunião mais recente, que mostrou a previsão de duas altas de juros em 2023. Nos últimos dias, a divisa também tem atraído investidores que estão em busca de segurança diante do possível impacto da variante delta, mais contagiosa. Para o chefe de estratégia global de mercados do Brown Brothers Harriman, Win Thin, o dólar também é impulsionado por uma reavaliação nos mercados sobre as perspectivas para os EUA. O profissional avalia que a economia americana entra "forte" no segundo semestre. "Isso contrasta com muitas outras partes do mundo, onde o atraso no lançamento de vacinas está permitindo que a variante delta se espalhe rapidamente, forçando alguns a voltarem ao lockdown", argumenta. Dois dias antes da divulgação do payroll, os juros dos Treasuries recuaram. No horário de fechamento do mercado em NY, o rendimento da T-note de 2 anos cedia a 0,242% e o do T-bond de 30 anos recuava a 2,063%. O retorno da T-note de 10 anos, que é referência, caía a 1,458%, acima dos 0,917% registrados no último pregão do ano passado, mas abaixo do nível de 1,734% do encerramento do primeiro trimestre deste ano. No começo de 2021, os juros deram um salto após os democratas conquistarem maioria na Câmara e no Senado, o que abriu as portas para mais estímulo fiscal nos EUA, e com o aumento da inflação. Desde então, contudo, a renda fixa tem operado dentro de uma margem estreita. Enquanto isso, as divergências entre os dirigentes do Fed sobre a retirada de estímulos à economia permanecem. Em entrevista hoje, o presidente da regional de Dallas, Robert Kaplan, defendeu que o "tapering", ou seja, a redução das compras de ativos, comece antes do fim do ano. Mais dovish, o líder da distrital de Richmond, Thomas Barkin, disse que há um "caminho pela frente" na recuperação do mercado de trabalho e que, por isso, o Fed só elevará os juros quando essa etapa for concluída. No mercado acionário dos EUA, as bolsas continuaram apoiadas pela liquidez global no primeiro semestre. Hoje, o Dow Jones subiu 0,61%, a 34.502,51 pontos, o S&P 500 avançou 0,13%, a 4.297,50 pontos, uma nova máxima histórica, mas o Nasdaq caiu 0,17%, a 14.503,95 pontos. O acumulado nos seis primeiros meses do ano mostra ganhos de 12,73%, 14,41% e 12,54%, respectivamente. "Esperamos que a recuperação econômica em curso sustente os preços das ações dos EUA nos próximos dois anos, mesmo com a perspectiva de uma política do Fed menos acomodatícia se agigantando", diz o analista da Capital Economics John Higgins. Ele, contudo, não espera ganhos "muito grandes" dado que as bolsas já bateram diversos recordes. O petróleo, por sua vez, foi impulsionado hoje por um recuo maior do que o previsto nos estoques semanais da commodity nos EUA. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para agosto fechou em alta de 0,67%, a US$ 73,47 o barril, enquanto o Brent para setembro subiu 0,46%, a US$ 74,62 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected])
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