Ainda que a recente proposta de reforma tributária e a crise hídrica sigam pesando sobre os ativos domésticos, um combo de notícias conseguiu manter os juros em queda e limitar o avanço do dólar, ainda que não tenha impedido o recuo da Bolsa, na contramão dos pares em Wall Street. No caso da renda fixa, o IGP-M abaixo do consenso e o aumento aquém do previsto na bandeira tarifária em julho minimizaram temores com a inflação. Além disso, houve uma emissão externa do Tesouro com forte demanda, o que sinaliza apetite por Brasil. Como resultado, as taxas dos DIs cederam em bloco, a despeito do pequeno avanço dos yields dos Treasuries em geral e do dólar ante o real. A moeda americana chegou a bater em R$ 4,97 pela manhã, mas encerrou num nível bem abaixo, com valorização de 0,28%, a R$ 4,9419. A leitura é a de que, a despeito do aumento do risco político e econômico, em meio à crise hídrica e diante do avanço da variante delta do coronavírus, a perspectiva de juros mais elevados no Brasil e o atual fluxo de recursos ao País, como mostrou hoje a captação do Tesouro, limitam o avanço do dólar. O Ibovespa, por sua vez, segue influenciado pelo desconforto que a proposta de reforma tributária, apresentada na semana passada, trouxe ao mercado acionário, ao tributar dividendos, extinguir os juros sobre capital próprio e reduzir o imposto de renda da pessoa jurídica em etapas. Como os riscos relacionados ao fornecimento de energia do País também pesam, o índice à vista acabou com baixa de 0,08%, aos 127.327,44 pontos. Em Nova York, por outro lado, a despeito das preocupações com um eventual recrudescimento da pandemia, S&P 500 e Nasdaq subiram pouco, mas o suficiente para renovarem picos históricos de fechamento.
- JUROS
- CÂMBIO
- BOLSA
- MERCADOS INTERNACIONAIS