REFORMA TRIBUTÁRIA PESA, INVESTIDOR OLHA RISCO POLÍTICO E IBOVESPA PERDE 1,74%

Blog, Cenário
O mau humor tomou conta dos ativos brasileiros nesta sexta-feira, sobretudo do mercado acionário, e nem mesmo novo recorde de fechamento do índice S&P 500 em NY conseguiu evitar a deterioração. O movimento ocorreu em reação a um novo trecho de reforma tributária enviada pelo governo ao Congresso. Isso porque enquanto a proposta prevê tributação de 20% sobre lucros e dividendos de uma só vez, a redução do imposto de renda pago pelas empresas será feita em fases, com corte da alíquota geral de 15% para, primeiro, 12,5% e, depois, 10%. A percepção generalizada foi de aumento de carga tributária para a pessoa jurídica no curto prazo para, diante da falta de recursos no orçamento, bancar a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para pessoa física para até R$ 2,5 mil. Como resultado, o Ibovespa perdeu 1,74%, para 127.255,61 pontos, no maior recuo desde a sessão de 12 de maio. Além disso, encerrou com perda semanal de 0,90%, reduzindo o avanço mensal para 0,82%. E como uma parte dos recursos aplicados em Bolsa é de estrangeiros, o real também sofreu com a novidade. Além disso, em meio às preocupações com o risco político, em dia de depoimento na CPI da Covid sobre as denúncias de superfaturamento na proposta aquisição da vacina indiana Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro, os investidores aproveitaram para corrigir um pouco do movimento recente do câmbio. Pela manhã, com o noticiário externo favorável, o dólar chegou a ceder para abaixo de R$ 4,90, mas sucumbiu à piora do cenário brasileiro, até terminar com valorização de 0,67%, a R$ 4,9377 no mercado à vista. Na semana, ainda houve baixa de 2,58%. Os juros futuros resistiram o quanto foi possível, mas com a moeda americana renovando máximas e a Bolsa, mínimas, também pioraram na reta final de negócios. Enquanto as taxas curtas ainda conseguiram manter pequeno viés de baixa, as longas subiram, resultando em algum ganho de inclinação para a curva, em dia de IPCA-15 mais ou menos em linha com o esperado. Na semana, contudo, diante da comunicação mais hawkish do Banco Central, a curva a termo teve importante desinclinação. Em Wall Street, a perspectiva de mais gastos em infraestrutura nos Estados Unidos, além de um dado de inflação em linha dar suporte à expectativa de gradualismo por parte do Fed, garantiu novo dia de ganhos às bolsas em sua maioria e máxima histórica para o S&P 500.
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BOLSA O Ibovespa chegou a escorregar para a linha dos 126 mil pontos nesta sexta-feira, não vista desde o início do mês, mas conseguiu frear as perdas no fim da tarde, aos 127.255,61 pontos no fechamento, em queda de 1,74%, a maior desde os 2,65% cedidos na sessão de 12 de maio. Hoje, o índice de referência da B3 oscilou entre mínima de 126.696,64 (-2,18%), menor nível desde 1º de junho, e máxima de 129.747,61, com abertura aos 129.512,94 pontos. Com o desempenho negativo desta sexta-feira, o Ibovespa acumulou a terceira perda semanal consecutiva, desta vez de 0,90%, vindo de quedas de 0,80% e 0,53% nas anteriores. Nesta véspera de fim de semana, o giro financeiro ficou em R$ 34,5 bilhões. No mês, a Bolsa ainda sobe 0,82% e, no ano, 6,92%. No dia em que o Ministério da Economia anunciou uma série de iniciativas no campo tributário, a proposta de tributação em Bolsa lançada pelo governo, apesar da retórica do ministro Paulo Guedes de "ganha, ganha" com base na perspectiva de crescimento econômico, caiu mal no mercado, inclinando o dólar para cima (+0,67%, a R$ 4,9377 no fechamento) e o Ibovespa para baixo, descolado da sessão moderadamente positiva em Nova York, com destaque para o Dow Jones (+0,69% no encerramento) e para o S&P 500 (+0,33%, em novo recorde para o fechamento). Nesta sexta-feira, em audiência na Comissão Temporária do Senado que acompanha a pandemia. Guedes disse estar de acordo com os que defendem a necessidade de se implementar um programa de renda básica no País. A questão agora, segundo o ministro, é encontrar o dinheiro para financiar o programa. "Hoje não tem dinheiro para (renda básica) de R$ 600", reiterou. "Estamos de acordo que tem que ter uma renda básica. Agora é encontrar o dinheiro", acrescentou. "Era dia para dólar abaixo de R$ 4,90, com o exterior favorável, em que o PCE (métrica preferida do Fed para a inflação ao consumidor nos EUA) se mostrou um 'não evento'. Mas o mercado local realmente não recebeu bem as novidades sobre tributos. Passou a impressão de aumento de carga, com o governo, no cobertor curto, precisando encontrar recursos", diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch. "Em um dia habitual, cerca de 70% do que se vê de efeito sobre preços de ativos no Brasil costuma se relacionar a fatores externos, e 30% a fatores locais - hoje o que predominou foram esses 30%." "O governo entregou a proposta da reforma tributária prevendo a tributação de dividendos distribuídos em 20%, com uma isenção para lucros de até R$ 20 mil por mês de micro e pequenas empresas, algo que não era esperado, pois acreditava-se que incluiria pessoa física", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "Além dos dividendos, foi confirmado também o fim da dedutibilidade de JCP (juros sobre capital próprio), que era contabilizado como despesa dedutível para o efeito de cálculo do IRPJ e da CSLL e, como efeito fiscal, gerava benefício para empresa e rendimento aos acionistas", acrescenta. "Em termos práticos, as duas medidas acabam impactando o mercado de renda variável, uma vez que haverá a diminuição, de fato, do valor recebido em proventos pelos acionistas - ou seja, redução do dividendo 'yield' pago que, não podemos esquecer, rivaliza com uma renda fixa, que ganha ainda mais atratividade com o ritmo de alta da Selic", conclui Ribeiro. "À tarde, o Ibovespa aprofundou a queda, realizando lucros, em prosseguimento ao movimento de acomodação que se prolongou nas últimas sessões, com volume hoje modesto", diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, chamando atenção também para a tributação de dividendos, que mexeu com os ânimos dos investidores. "Depois da renovação de recordes no início do mês, o índice passou a ficar ali pelos 130 mil pontos, mas perdeu força desde então. A queda de hoje foi bem disseminada por setores, incluindo pesos-pesados, como Petrobras (PN -1,85%, ON -1,61%) e bancos (Itaú PN -3,18%, Bradesco PN -3,12%), na contramão de Vale (PN +1,23%, segunda maior alta do índice, atrás de Bradespar, +4,28%), que contribuiu para evitar perda maior para o Ibovespa, com novos ganhos no minério de ferro em dia bastante favorável a ativos de risco no exterior." "Mesmo com Vale salvando o Ibovespa da hecatombe, consumo (Ambev -5,57%, Multiplan -4,53%, Hering -3,64%), setor financeiro e imobiliário apanharam muito, com os investidores digerindo a proposta tributária, que gerou mal-estar, especialmente na tributação de dividendos e na alteração de tributação para fundos imobiliários", acrescenta a economista. "A simplificação de alíquotas e a correção da tabela do imposto de renda são vistas com bons olhos, mas, de forma geral, como toda reforma, os detalhes na tramitação são temerosos, será preciso acompanhar ao longo da semana." Apesar de alguma decepção com a proposta de reforma tributária, o mercado está mais animado sobre o comportamento das ações no curtíssimo prazo, mostram os números do Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Na pesquisa, a previsão para a semana que vem é de ganhos para o Ibovespa para 50% dos participantes e de estabilidade para os outros 50%, sendo que para nenhum deles a Bolsa fechará o período entre 28 de junho a 2 de julho em baixa. No levantamento anterior, para o índice nesta semana, 50% esperavam alta; 21,43%, variação neutra; e 18,57%, queda. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 127255.61 -1.74345 Máxima 129747.61 +0.18 Mínima 126696.64 -2.18 Volume (R$ Bilhões) 3.44B Volume (US$ Bilhões) 7.00B 17:33 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 127985 -1.65591 Máxima 130445 +0.23 Mínima 127245 -2.22 CÂMBIO Temores com os desdobramentos políticos do depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, na CPI da Covid-19, provocaram estresse no mercado de câmbio nesta sexta-feira. Já em alta desde a manhã, impulsionado pela decepção com o resultado das contas externas em maio e o mau humor com a apresentação da proposta de taxação de 20% sobre lucros e dividendos, a moeda americana acentuou os ganhos ao longo da tarde. A avaliação é que a tributação pode abalar o apetite de estrangeiros por ativos domésticos. Não à toa o Ibovespa se descolou do tom positivo das bolsas americanas e amargou queda de mais de 1,5%. Depois de correr até máxima de R$ 4,9742, o dólar à vista fechou cotado a R$ 4,9377, em alta de 0,67%, interrompendo uma sequência de quatro pregões de queda. Apesar do avanço nesta sexta-feira, o dólar ainda cai 5,5% em junho e quase 5% no acumulado do ano. O dólar futuro para julho era negociado há pouco a R$ 4,9440, em alta de 0,55%, com giro forte, de US$ 14,5 bilhões. Segundo operadores, os agentes correm para o dólar em uma postura mais defensiva, diante dos temores de uma deterioração do quadro político, em razão das denúncias dos irmãos Miranda de superfaturamento na proposta aquisição da vacina indiana Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro. "Ninguém vai passar o fim de semana vendido em dólar sem saber qual vai ser o impacto das declarações dele [do deputado]", diz um operador de uma corretora local, ressaltando que era natural haver uma realização de lucros após quedas seguidas da moeda americana. Para a economista Fernanda Consorte, do Banco Ourinvest, o mercado estava em uma "onda muito otimista" com o real, por conta da melhora das estimativas de crescimento e da expectativa de novas altas da taxa Selic, ratificada ontem pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central. "Não vejo justificativa para dólar abaixo de R$ 5, porque não se vê um fluxo tão forte de recursos para o Brasil. Era natural que qualquer notícia desagradável provocasse uma realização de lucros mais forte", diz Fernanda, ressaltando que a CPI da Covid-19 traz uma antecipação do calendário eleitoral, o que tende a acentuar a volatilidade no câmbio. No início da tarde, a revista Veja noticiou que o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Bolsonaro, teria aberto as portas do governo para o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos - representante brasileira do laboratório indiano que desenvolveu a vacina Covaxin. A economista ressalta que, apesar da perspectiva de manutenção de liquidez elevada no mundo, o Brasil não deve ser o destino preferencial do capital estrangeiro, muito por conta da turbulência política. "É claro que vai vir algum dinheiro para cá, mas nada que possa pôr o dólar pra baixo definitivamente", diz Fernanda, que admite estar na contramão da maioria do mercado, que vê um fortalecimento do real. Pela manhã, o dólar chegou a romper o piso de R$ 4,90 ao descer até mínima de R$ 4,8937, acompanhando a tendência global de perda em relação a dividas emergentes, após dados da economia americana e declarações do Federal Reserve diminuírem temores de uma alta prematura dos juros nos Estados Unidos. Em relatório, a Genial Investimentos afirma que os fundamentos apontam para um dólar na casa de R$ 4,10 e que a "depreciação corrente" do real está associada aos riscos domésticos "fiscal e político". Para o economista-chefe da Integral Investimentos, Daniel Miraglia, a tendência para o dólar daqui para a frente depende do comportamento das taxas de juros aqui e no exterior e da concretização das estimativas de crescimento do PIB, de cerca de 5% neste ano. "Precisamos ver também o quanto o mercado pode antecipar a discussão da eleição de 2022 e de todos os ruídos políticos envolvidos", afirma. (Antonio Perez - [email protected]) 17:33 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 4.93770 0.6687 4.97420 4.89370 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 4937.000 0.40675 4976.500 4896.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 4971.500 0.94416 4975.500 4930.000 JUROS Os juros sustentaram desempenho positivo ao longo do dia, com taxas em queda e resistindo na maior parte do tempo à piora nos demais ativos, mas faltando poucos minutos para o encerramento da etapa regular a ponta longa sucumbiu à aceleração do avanço do dólar ante o real, enquanto a Bolsa também batia mínimas. As taxas curtas sustentaram-se em baixa, mas as longas zeraram o recuo para fechar com viés de alta. Durante a sexta-feira, o mercado ainda reagia positivamente ao Relatório de Inflação (RI) e a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de continuar reduzindo a meta de inflação para 2024, ontem. Mesmo com a abertura considerada ruim, o IPCA-15 de junho não trouxe estresse para as taxas. Prevaleceu o fato de ter vindo ligeiramente abaixo da mediana das estimativas, ao contrário das últimas leituras que surpreenderam negativamente. Os pontos da reforma tributária apresentados hoje pelo Ministério da Economia foram considerados neutros para a curva. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 5,695%, de 5,737% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 passou de 7,233% para 7,18%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 8,16%, ante 8,155% ontem, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 8,56% (8,533% ontem). Depois de ter caído ontem para 280 pontos-base, o nível de inclinação da curva medida pelo diferencial entre os vencimentos de janeiro de 2027 e janeiro de 2022 voltou a subir hoje, para 286 pontos, mas ainda bem abaixo dos 320 pontos da última sexta-feira. O desenho reflete uma semana pesada de eventos, com mensagem firme do Banco Central na ata do Copom e no RI em relação ao alcance do objetivo de recolocar as expectativas de inflação para 2022 de volta à meta de 3,5%; queda do dólar de mais de 2% na semana; e um IPCA-15 praticamente em linha com o consenso, embora com preços de abertura considerados preocupantes. O economista-chefe do Banco Original, Marco Antônio Caruso, afirma que hoje, mesmo com o dólar e juros dos Treasuries em alta, a curva aqui esteve bem comportada, a despeito ainda do IPCA-15 de junho ruim na leitura qualitativa dos preços de abertura. "Vejo o movimento de queda ainda como resquícios de ontem, do impacto do Relatório de Inflação reduzindo as apostas de um aperto de juros mais acelerado e com um tom mais parecido com o do comunicado do que com o da ata", disse. Caruso não descarta ainda ter havido uma reorganização geral de posições nos ativos brasileiros, antes compradas em Bolsa e vendidas em dólar com hedge tomado em DI. "É possível ter havido um ajuste fino", disse. Outro fator positivo foi a decisão do CMN de fixar a meta de inflação de 2024 em 3%, com margens de tolerância de 1,5 ponto, dando continuidade à estratégia de reduzir o objetivo a ser perseguido pelo Banco Central nos próximos anos. Caruso explica que uma minoria do mercado ainda tinha dúvida se, diante do atual cenário inflacionário, o CMN daria sequência ao que tem sido feito nos últimos anos. "É um avanço institucional importante e não tem nada a ver com o que temos visto nesse quadro de pressão de curto prazo. É perfeitamente possível colocar a inflação em 3% em 2024", disse. A deterioração dos demais ativos no meio da tarde, porém, esfriou o ímpeto de queda dos DIs. O dólar chegou a cair pela manhã nas mínimas abaixo dos R$ 4,90, mas inverteu o sinal à tarde para fechar nos R$ 4,9377, enquanto a Bolsa chegou a perder o nível dos 127 mil pontos. "A Bolsa está sofrendo hoje, bancos especialmente, talvez reflexo de alguma surpresa com parte da reforma tributária, e o real tem sido arrastado junto, numa redução de risco em Brasil. Mas para curva, o IPCA veio em linha", comentou um gestor. O IPCA-15 subiu 0,83% em junho, de 0,44% em maio, o maior para o mês desde 2018 (1,11%) e com preços de abertura salgados, em especial, a inflação de serviços - alimentação fora do domicílio acelerou de 0,43% em maio para 1,08% - para a qual o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem já chamava a atenção. Contudo, o mercado se apegou no fato de o headline ter vindo abaixo da mediana das estimativas, de 0,85%. "Com o IPCA ok, acho que ajuda a curva no prazo de 1 e 2 anos", disse o gestor citado mais acima. (Denise Abarca - [email protected]) 17:33 Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 4.15 Capital de Giro (%a.a) 6.70 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 4.15 Over Selic (%a.a) 4.15 MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York ganharam fôlego à tarde, com o S&P 500 renovando recorde histórico de fechamento, mas o Nasdaq, após bater máxima histórica intraday, terminando em leve queda. A perspectiva de mais gastos em infraestrutura nos Estados Unidos ajudou, embora não exista certeza sobre o pacote almejado pelo presidente Joe Biden, que tramitará agora no Congresso. Além disso, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA veio basicamente em linha com o esperado, o que, segundo analistas, dá ainda mais peso ao quadro no mercado de trabalho para as decisões do Federal Reserve (Fed) - o payroll de junho será divulgado na próxima sexta-feira. Em meio a discursos ainda divergentes dos dirigentes do BC americano sobre eventuais ajustes na política monetária adiante, os juros dos Treasuries subiram, mas o dólar oscilou perto da estabilidade ante outras moedas principais. Entre as commodities, o petróleo fechou em alta, com expectativa nesse mercado sobre a reunião da próxima semana da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que deve fazer ajustes em sua oferta, mas ainda de modo gradual. Conforme discutido em especial publicada no Broadcast às 16h04, o PCE de maio não surpreendeu, o que reforça o foco nos sinais do emprego no país. Entre os dirigentes do Fed, Eric Rosengren (Boston) previu nesta tarde que os EUA devem retornar ao pleno emprego em 2022, antes de o BC elevar sua taxa básica de juros. Para Rosengren, a inflação atual não é um problema e deve ficar "um pouco acima de 2%" neste ano. Mais cedo, Neel Kashkari (Minneapolis) disse que há argumentos para acreditar que boa parte do impulso recente na inflação se deve a fatores como a base de comparação fraca e a retomada forte na demanda com a reabertura, enquanto a oferta ainda caminha para se ajustar. Na avaliação do TD Securities, os EUA devem ter criado 800 mil vagas em junho - o banco diz que o consenso atual do mercado é de 700 mil postos. O resultado representaria uma aceleração após os 559 mil de maio, mas ainda em um quadro muito distante de uma recuperação total do choque da covid-19 no mercado de trabalho americano. O NatWest também projeta 800 mil vagas e diz que haverá uma reversão rápida em restrições ao aumento na oferta de trabalhadores, com a tendência de reabertura de escolas, conforme a covid-19 é controlada no país. Os gastos com infraestrutura também recebem expectativa. O presidente Joe Biden celebrou um acordo entre senadores democratas e republicanos sobre o tema ontem, mas agora há relatos sobre divergências no assunto, inclusive entre os próprios governistas, agora que a medida deve tramitar no Congresso. Hoje, as bolsas de Nova York mostraram viés positivo em boa parte do pregão, com recorde do S&P 500 no fechamento, mas o Nasdaq oscilou, após chegar a atingir máxima histórica no intraday. O Dow Jones fechou em alta de 0,69%, em 34.433,84 pontos, o S&P 500 subiu 0,33%, a 4.280,70 pontos, e o Nasdaq recuou 0,06%, a 14.360,39 pontos. Entre os Treasuries, os juros subiram. O comando do Fed segue em foco e o Danske Bank vê os dirigentes um pouco mais "hawkish", em suas comunicações recentes, embora uma ala do BC continue a argumentar por paciente antes de um aperto nas condições. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 0,273%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 1,527% e o do T-bond de 30 anos, a 2,152%. Já no câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, subiu 0,04%, após oscilar entre altas e baixas. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 110,79 ienes, o euro subia a US$ 1,1942 e a libra caía a US$ 1,3882. Para a Capital Economics, dados dos EUA da próxima semana, como o payroll, podem dar viés de alta ao dólar nos próximos dias. Entre as commodities, o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 1,02%, a US$ 74,05 o barril, na Nymex, e o Brent para setembro subiu 0,76%, a US$ 75,38 o barril, na ICE. Há expectativa nesse mercado pela reunião da próxima semana da Opep+, que deve ajustar para a cima a produção do grupo, mas ainda de modo gradual. O diálogo entre o Irã e potências por causa do programa nuclear de Teerã também recebe atenção, por poder significar o retorno de mais petróleo aos mercados no futuro, caso saia um acordo. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
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