Se o exterior misto e a agenda pesada de indicadores nos próximos dias deixaram o dólar volátil e colocaram os juros futuros em alta, o Ibovespa deixou de lado qualquer cautela, voltando a renovar máxima histórica de fechamento. Além disso, ao completar o oitavo pregão consecutivo de ganhos, emendou a melhor sequência desde fevereiro de 2018. O principal gatilho para esse comportamento, uma vez que a Bolsa começou o dia titubeando, veio de declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, que desenhou um calendário para as reformas e para a privatização da Eletrobras, durante evento promovido pelo Bradesco BBI. Além disso, notícias sobre vacinas, como a aprovação da importação de dois novos imunizantes pela Anvisa - Sputnik V e Covaxin -, além de comentários sobre negociações do governo com outras empresas, reforçaram o tom positivo, levando o Ibovespa aos 130.776,27 pontos, com alta de 0,50%, puxado por bancos e papéis das aéreas Gol e Azul. No ano, a alta do índice se aproxima dos 10%. As declarações de Lira até ajudaram o dólar, no começo da tarde, a testar mínimas na casa de R$ 5,01. Depois, contudo, voltou a prevalecer alguma cautela, tanto com os dados a serem conhecidos a partir de amanhã, como os de inflação aqui e nos EUA, quanto em relação à política fiscal, em meio a informações de que o governo pretende estender o auxílio emergencial. No fim, a moeda americana fechou perto da estabilidade, em leve alta 0,03% ante o real, a R$ 5,0369. Enquanto isso, os juros futuros passaram o dia em alta e descolados dos demais ativos, corrigindo a forte devolução de prêmios vista na semana passada e diante de novas revisões em alta para a inflação. O receio com o cenário fiscal, em meio ao avanço dos yields dos Treasuries, reforçou o avanço das taxas à tarde. Em Nova York, em um dia de agenda esvaziada, os principais índices acionários terminaram sem direção única, com o Nasdaq puxado pelo setor de serviços de comunicação. Ao mesmo tempo em que os investidores monitoram as negociações do governo de Joe Biden pelo pacote de infraestrutura, aguardam mais dados e informações que podem direcionar a política monetária do Fed.
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