O apetite global por risco nesta sexta-feira foi insuficiente para impedir que a maior parte dos ativos terminasse a semana com desempenho negativo. Apesar dos dados de atividade americanos - vendas no varejo e sentimento do consumidor - terem vindo abaixo do previsto, o que estimulou a correção em alta das bolsas e em queda do dólar, o sentimento que prevaleceu nos últimos dias é o de que a inflação nos EUA está pressionada a ponto de colocar em dúvida a manutenção dos estímulos pelo Fed por um período tão prolongado quanto se antecipava. Assim, apesar de os principais índices acionários em Wall Street terem subido mais de 1% hoje, com o Nasdaq ganhando mais de 2%, recuaram entre 1,14% e 2,34% no acumulado dos últimos cinco pregões. Esse quadro externo acabou contaminando a Bolsa brasileira, que também teve recuperação nesta sexta, ao subir 0,97%, para 121.880,82 pontos, mas terminou a semana com saldo negativo de 0,13%. Os últimos dias, aliás, foram profícuos em balanços, sendo a maioria positivos, o que fez com que o desempenho do Ibovespa fosse menos negativo do que o dos pares americanos. Hoje, Petrobras e Vale foram em direções opostas, com a primeira em alta de olho no petróleo e nas declarações de executivos após os resultados apresentados ontem, e a segunda cedendo junto com o minério de ferro. No câmbio, a aversão predominante na semana conseguiu interromper uma sequência de seis consecutivas de queda do dólar ante o real, ao fazer a moeda americana acumular valorização de 0,81% desde a última sexta. Hoje, a divisa cedeu 0,80%, a R$ 5,2710, voltando a operar um pouco abaixo do nível de R$ 5,30 que rondou em quase todos os últimos dias. Os juros futuros foram exceção em relação ao desempenho positivo dos demais ativos nesta sexta, ao terminarem com alta na ponta curta e intermediária, mas não na semana, onde a curva a termo voltou a ganhar inclinação. Especificamente hoje, não houve um gatilho específico para conduzir o movimento, mas o quadro geral inspira cautela. Em meio à inflação em níveis desconfortáveis, uma série de surpresas positivas com indicadores de atividade reforça os temores em relação aos preços e sobre a estratégia de normalização parcial da política monetária defendida pelo Banco Central.
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