DÓLAR FICA ABAIXO DE R$ 5,50 PELA PRIMEIRA VEZ NO MÊS COM PERSPECTIVA DE JURO MAIOR

Blog, Cenário
O exterior sem direção única não impediu um comportamento majoritariamente positivo dos ativos domésticos, com queda firme do dólar ante o real e alta superior a 1% do Ibovespa. Os juros futuros, contudo, acabaram sucumbindo na reta final e tiveram sensível piora. Se ontem a cautela global acabou limitando a reação do câmbio à postura mais hawkish do Banco Central brasileiro, que surpreendeu ao elevar a Selic em 0,75 ponto e já contratar um aperto de igual magnitude para maio, hoje e moeda brasileira tirou o atraso e foi a que obteve melhor desempenho dentro de uma cesta de 34 divisas, em meio à perspectiva de que o juro maior devolva a competitividade do real ante outros emergentes. Assim, o dólar acabou com baixa de 1,51%, a R$ 5,4853 no mercado à vista, encerrando a semana com desvalorização de 1,34% e abaixo de R$ 5,50 pela primeira vez desde 24 de fevereiro. Com relatos de fluxo positivo para o Brasil, o Ibovespa pegou carona e subiu 1,21%, aos 116.221,58 pontos, acumulando alta de 1,81% nos últimos cinco pregões. Houve alta generalizada entre os setores, com destaque para os papéis ligados ao consumo local, diante da notícia de que o governo assinou contrato com os laboratórios Pfizer e Janssen para a compra de 138 milhões de doses de vacinas a serem entregues ainda em 2021. Enquanto isso, em Wall Street, os índices terminaram mistos, com o Dow Jones pressionado por ações do setor financeiro, que recuaram após o Fed decidir não renovar uma regra que aliviava temporariamente as exigências de reservas dos grandes bancos. Vale notar que o quadruple witching, quando vencem simultaneamente quatro tipos de índices futuros de ações e opções, acabou adicionando volatilidade aos negócios. Na renda fixa, as taxas longas dos DIs ganharam tração na última hora do pregão, o que resultou em nova inclinação da curva de juros, em mais um dia de alta moderada dos yields dos T-notes de 10 anos, mas sem uma explicação que justificasse a piora local. Os juros curtos também subiram e precificam chances de a Selic subir até 1 ponto na próxima reunião.
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CÂMBIO A decisão do Banco Central de subir os juros em ritmo mais forte, ofuscada ontem pelo exterior negativo, acabou tendo mais impacto no mercado de câmbio nesta sexta-feira, com o ambiente externo mais ameno. O real foi de longe a melhor moeda dos emergentes hoje e, na mínima do dia, chegou a cair para R$ 5,45, o menor nível desde 25 de fevereiro. Operadores relataram entrada de fluxo externo, com a visão de que o BC pode elevar os juros em até 1 ponto porcentual em maio, além de desmonte de posições defensivas. Com isso, o dólar acumulou queda de 1,34% na semana, a segunda consecutiva de baixas. Mas no ano ainda sobe 5,7%. No fechamento, o dólar encerrou a sexta-feira em queda de 1,51%, a R$ 5,4853, o primeiro pregão que a moeda americana termina abaixo de R$ 5,50 desde o dia 24 de fevereiro. No mercado futuro, o dólar para abril cedia 1,46%, a R$ 5,4825 às 17h. O efeito da surpresa com o Copom foi sentido ontem apenas na abertura do pregão, pois os juros longos americanos passaram a subir e diluíram o impacto no real, observa o Cleber Alessie, da corretora Commcor. Hoje, passada a piora externa da quinta-feira, os ativos domésticos, especialmente o real, encontram espaço para precificar o Copom surpreendentemente mais 'hawkish', ou seja, defendo juros mais altos. Na curva de juros futuras, os investidores já embutem chance de corte de até 1 ponto porcentual em maio. Este efeito mais forte da perspectiva de altas de juros tende a ser limitado pela frente se o Congresso não andar com a agenda de reformas, alerta Alessie. A economista-chefe da Armos Capital, Andrea Damico, destaca que a surpresa com o Copom e as intervenções extraordinárias do BC ajudaram o real ter um desempenho um pouco melhor que seus pares, mas esta situação pode não perdurar. "O agravamento da pandemia e o elevado risco fiscal percebido continuam pesando sobre a moeda", alerta em sua carta semanal. Esta semana, a perspectiva de juros maiores no Brasil e as intervenções do BC levaram os estrangeiros a praticamente zerar ontem a aposta comprada em dólar futuro na B3, que ganham com a valorização do dólar. Elas saíram de 61,5 mil contratos na sexta-feira passada para apenas 1,2 mil ontem, uma redução equivalente a US$ 3 bilhões em uma semana, de acordo com dados da B3 monitorados pela Renascença. A consultoria internacional TS Lombard elevou a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, de 4% para 5% ao final deste ano. Para o economista responsável por Brasil da TS, Wilson Ferrarezi, a visão é que o BC quer agir de forma mais agressiva agora na elevação dos juros para evitar ter que ser forçado a fazer isso de forma ainda mais forte lá na frente, comenta em relatório. Para Ferrarezi, a pressão inflacionária gerada pela disparada do dólar está por trás das recentes intervenções extraordinárias do BC no câmbio, mesmo em dias que o real estava ganhando força. Como o temor de mais medidas populistas de Jair Bolsonaro está ajudando a impedir melhora mais forte do real, Ferrarezi avalia que o BC resolveu ser mais agressivo em suas elevações de juros, buscando segurar o dólar. No exterior, as taxas de retorno (yields) dos juros longos dos Estados Unidos chegaram a bater em 1,75% ontem, no maior valor em 14 meses. Hoje, sobretudo pela tarde, o dia foi de alta, mas em ritmo mais moderado, a 1,72%. A consultoria inglesa Capital Economics elevou hoje sua previsão para a taxa ao final de 2021 de 1,5% para 2,25%. É este movimento das taxas que tem praticamente ditado nos últimos dias o comportamento do dólar no mercado internacional, por conta da perspectiva de maior crescimento da economia americana. (Altamiro Silva Junior - [email protected]) 17:31 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.48530 -1.5118 5.55040 5.45070 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5483.500 -1.43794 5553.000 5451.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5483.000 -1.29613 5537.000 5470.000 BOLSA A correção do dólar, mais forte do que na sessão pós-Copom, contribuiu nesta sexta-feira para que o Ibovespa se descolasse do dia misto em Nova York e se firmasse mais uma vez acima dos 116 mil pontos no fechamento, acumulando ganho de 1,81% na semana, após perda de 0,90% na anterior. Hoje, o índice da B3 avançou 1,21%, aos 116.221,58 pontos, entre mínima de 114.610,07 e máxima de 116.446,09 pontos na sessão, com giro a R$ 43,5 bilhões. No mês, sobe 5,62%, limitando as perdas do ano a 2,35%. Em Nova York, o apetite por risco foi "atingido por um golpe duplo": a linha-dura adotada pelo secretário de Estado, Antony Blinken, em sua primeira reunião com a China e a decisão do Fed de encerrar programa de emergência para bancos durante a pandemia, observa o analista da OANDA, Edward Moya, em nota. Assim, o desempenho dos três índices de referência foi tímido nesta sexta-feira, com o Dow Jones em baixa de 0,71%, o S&P 500 em recuo de 0,06% e o Nasdaq em alta de 0,76%. Por aqui, o dólar fechou em baixa de 1,51%, a R$ 5,4853, com perda de 1,34% na semana e de 2,14% até aqui no mês. A estabilização da moeda americana em níveis mais baixos é considerada essencial para que a B3 volte a atrair recursos estrangeiros, dando sustentação ao índice de ações. A assinatura de contrato entre o governo federal e os laboratórios Pfizer e Janssen para a compra de 138 milhões de doses de vacinas contribui para melhorar a visão sobre a pandemia, ainda em seu pior momento no País, e agora com a União questionando Estados no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre medidas de distanciamento social. A reação do mercado ao anúncio de mais vacinas foi perceptível em ações de setores diretamente atingidos pelas medidas restritivas, como o de shoppings, com BR Malls em alta de 6,10%, Multiplan, de 4,98%, e Iguatemi, de 4,99%, enquanto as de outras empresas ligadas à mobilidade, como CVC (+6,85%), também avançaram. Após o tombo do dia anterior, quando os contratos futuros do petróleo cederam mais de 8%, a commodity teve recuperação parcial, acima de 2%, o que deu suporte a Petrobras PN (+3,27%) e ON (+2,39%) na sessão. Na ponta do Ibovespa, destaque hoje para alta de 13,24% para Pão de Açúcar, à frente de Sul América (+8,71%) e CVC (+6,85%). No lado oposto, CSN cedeu 3,86%, Assaí, 2,61%, e Suzano 1,73%. O ajuste negativo de 3,14% nos preços do minério de ferro na China (Qingdao) colocou, além de CSN, Vale ON (-1,44%) entre as perdedoras do dia. Levantamento da BGC Liquidez com 199 participantes, principalmente de tesouraria e fundos, mostra que a decisão do Copom nesta semana, em que elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, a 2,75% ao ano, foi, para 72%, mais "hawkish" do que se antecipava, enquanto 47% dos ouvidos, embora não esperassem tal grau de elevação, consideraram-no correto. Após o comunicado desta quarta-feira, 93% dos participantes da enquete esperam novo aumento de 0,75 ponto em maio, seguido, na expectativa de 49%, por elevação de 0,50 ponto porcentual na reunião de junho. Diferentemente do que seria o habitual, uma normalização mais agressiva na Selic tem sido recebida bem pela renda variável, no momento em que se temia leniência do BC com o avanço da inflação, em ambiente de juros reais negativos. Selic mais alta e câmbio mais comportado tendem a atrair parte do interesse do investidor estrangeiro para a B3, perdido desde fevereiro, quando sacou R$ 6,783 bilhões, após ingressos líquidos acumulados entre novembro e janeiro. Investidores estrangeiros fizeram nova redução ontem de posições compradas em dólar futuro na B3, praticamente zerando a aposta, um dia após o Banco Central surpreender elevando os juros para 2,75% ao ano. Com isso, ficaram com saldo comprado de apenas 1.204 contratos, de acordo com números da B3 monitorados pela corretora Renascença, reporta Altamiro Silva Junior, do Broadcast. Após quatro pregões consecutivos com fluxo negativo, os estrangeiros ingressaram com R$ 1,253 bilhão para compras de ações na B3, em termos líquidos, durante a sessão da última quarta (17), no dia da decisão do Copom, anunciada após aquele fechamento. Em março, o fluxo ainda está negativo em R$ 1,515 bilhão, enquanto, no ano, segue positivo em R$ 15,256 bilhões. "Estamos com um suporte de 107 a 111 mil pontos sendo respeitado. Temos resistência importante, que são os 118 mil pontos. Porém, caso o Ibovespa consiga seguir adiante e romper os 121 mil pontos, deve começar a atingir novas máximas", aponta o analista gráfico Fernando Góes, da Clear Corretora. O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira mostra, de maneira geral, pouca mudança no equilíbrio do quadro de expectativas para as ações na próxima semana. Com 11 participantes, a pesquisa tem a maioria (72,73%) acreditando que o período entre 22 e 26 de março será de ganhos para o Ibovespa, enquanto 18,18% veem queda e 9,09%, estabilidade. No Termômetro anterior, 64,29% esperavam que a atual semana seria de alta; 14,29%, de baixa; e 21,43%, variação neutra. (Luís Eduardo Leal - luis.leal@estadao) 17:26 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 116221.58 1.20708 Máxima 116446.09 +1.40 Mínima 114610.07 -0.20 Volume (R$ Bilhões) 4.35B Volume (US$ Bilhões) 7.90B 17:31 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 116180 0.7676 Máxima 116600 +1.13 Mínima 114715 -0.50 Volta MERCADOS INTERNACIONAIS Em dia de quadruple witching, quando vencem simultaneamente quatro tipos de derivativos, as bolsas de Nova York fecharam sem direção única. Com a pausa na inclinação da curva de juros dos Treasuries, o Nasdaq subiu, se descolando dos índices da Bolsa de Nova York. O Dow Jones foi pressionado por ações do setor financeiro, que recuaram após o Federal Reserve decidir não renovar uma regra que aliviava temporariamente as exigências de reservas dos grandes bancos. O anúncio do BC americano também gerou volatilidade na renda fixa, com o rendimento da T-note de 10 anos em alta e o do T-bond de 30 anos em baixa. O dólar se valorizou ante os pares na maior parte da sessão, mas ficou perto da estabilidade à tarde. O petróleo, por sua vez, registrou ganhos em torno de 2%, depois de ter despencado 7% no pregão anterior. A autoridade monetária americana pegou o mercado de surpresa ao anunciar que não estenderá a regra que permitia a exclusão dos Treasuries do cálculo para a taxa de alavancagem suplementar (SLR, na sigla em inglês) dos bancos. "A decisão do Fed de deixar a isenção de alívio de capital para os bancos expirar no final do mês lembrou aos investidores que a atual recuperação econômica justifica o fim dos programas da era da pandemia", afirma o analista de mercado Edward Moya, da OANDA. "Apertem os cintos", escrevem analistas do TD Securities, em relatório enviado a clientes. Segundo os profissionais, o fim da regra da SLR aumentará a volatilidade em torno de eventos de estresse, como os leilões do Tesouro, elevará em US$ 2 trilhões o excesso de reservas dos bancos e reduzirá a demanda bancária por Treasuries. Ou seja, a alta nos rendimentos pode se intensificar ainda mais. "Alguns analistas estão convencidos de que o fim da isenção da SLR causará estragos nos mercados de recompra", diz Moya, da OANDA. Segundo o analista, também há temor de que os bancos resistam a conceder empréstimos porque podem ter dificuldade em reservar capital. Em meio às avaliações no mercado sobre a decisão do Fed, a volatilidade nas bolsas de Nova York aumentou. O Dow Jones, impactado pela queda nas ações dos bancos, recuou 0,71%, a 32.627,97 pontos. Os papéis do JPMorgan caíram 1,59% e os do Wells Fargo, 2,89%. O índice acionário S&P 500 cedeu 0,06%, a 3.913,10 pontos, e o Nasdaq avançou 0,76%, a 13.215,24 pontos, impulsionado pelas big techs, que reagiram em alta ao achatamento marginal da curva de juros americana. A oscilação no mercado também foi reforçada pelo quadruple witching, quando vencem simultaneamente quatro tipos de índices futuros de ações e opções. Na renda fixa também houve volatilidade, com os rendimentos sem direção única. No final da tarde em NY, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,153%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,722% e o do T-bond de 30 anos recuava a 2,437%. Em entrevista, o presidente da distrital de Richmond do Fed, Thomas Barkin, afirmou que a instituição olha para a SLR a longo prazo. O dólar recebeu suporte dos juros longos dos Treasuries, que chegaram a bater máximas intraday de manhã, mas operou perto da estabilidade ante pares à tarde. O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA contra outras seis divisas fortes, fechou com ganho de 0,06%, a 91,919 pontos. No final da tarde em NY, o dólar subia a 108,89 ienes, quase estável, após o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) ampliar a faixa de variação dos rendimentos dos títulos do governo japonês (JBG). No mesmo horário, o dólar cedia a 74,205 rublos russos, na esteira da decisão do banco central de Rússia de subir os juros em 0,25 ponto porcentual, a 4,50% ao ano. Como mostrou o Broadcast, os BCs de países emergentes iniciaram um ciclo de aperto monetário, apesar da política expansionista do Fed, para conter a alta da inflação. (Leia mais na reportagem publicada nesta quarta-feira, 17, às 13h04 de Brasília). Depois de uma queda de 7% ontem, o petróleo recuperou algumas perdas, em uma sessão volátil, apoiado por relatos de um retorno da demanda de gasolina nos EUA aos níveis pré-pandemia. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para maio subiu 2,30%, a US$ 61,44 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês avançou 1,98%, a US$ 64,53 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected]) Volta JUROS Os juros futuros fecharam na contramão do bom desempenho dos demais ativos locais, com taxas em forte alta, renovando máximas na reta final da sessão regular. Com isso, a curva devolveu boa parte da desinclinação vista ontem após os ajustes do Copom, com a ponta longa tendo aumento de prêmio de mais de 20 pontos-base. A piora começou na última hora de negócios e ganhou fôlego na reta final, sem que profissionais nas mesas de renda fixa pudessem identificar um estopim. Tanto a Bolsa quanto o real tiveram desempenho positivo nesta sexta-feira. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou a sessão regular em 4,615%, de 4,585% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 7,375% para 7,58%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 8,08%, de 7,864% ontem. Nesta tarde, alguns agentes citaram fatores técnicos influenciando os ajustes, como a tradicional zeragem de posição antes do fim de semana. Outros relacionam o aumento da aversão ao risco prefixado às preocupações com o avanço da pandemia e o impacto sobre as contas públicas, num quadro de enfraquecimento da atividade que exija mais apoio fiscal do governo. Nesta tarde, o governado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, anunciou prorrogação por mais uma semana das medidas de restrição. Por outro lado, o noticiário sobre vacinas foi positivo, com a informação de que o governo assinou contrato com os laboratórios Janssen, do grupo Johnson & Johnson, e Pfizer para a compra de, ao todo, 138 milhões de doses de vacinas. Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, disse ter estranhado o movimento da curva na etapa vespertina. "É curioso porque o câmbio está tranquilo hoje. Os Treasuries até pioraram, mas não tanto para explicar o que houve no DI", avaliou. "A verdade é que o mercado está muito machucado", disse. Segundo ele, por mais que a decisão de começar o ciclo de altas da Selic com um aperto mais firme, de 0,75 ponto porcentual, tenha agradado, também pegou muita gente de surpresa. "Quando se faz um movimento não convencional, o mercado fica sem referência", disse. Luis Felipe Laudisio, operador de renda fixa da Renascença DTVM, também não viu justificativa plausível para a trajetória da curva. "Nos parece ainda um ajuste técnico à decisão do Copom, e dado elevado posicionamento, podemos ver mais alguns dias de descolamento do que seria um movimento 'racional'", explicou. Com a escalada dos juros longos, a inclinação da curva passou de 328 pontos-base ontem para 346 pontos hoje, considerando o diferencial entre os DIs para janeiro de 2022 e janeiro de 2027. No entanto, em relação à sexta-feira passada, quando era de 381 pontos, houve alívio relevante, determinado essencialmente pelo resultado do Copom, que não somente foi mais agressivo ao elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual como também indicou que deve repetir a dose em maio. Desse modo, pela precificação da curva, o mercado conta já com uma elevação de 1 ponto porcentual para o Copom de maio e de 0,75 ponto para junho. A agenda da próxima semana, com ata do Copom e Relatório de Inflação, pode reservar nova leva de ajustes nas apostas. (Denise Abarca - [email protected]) 17:30 Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 2.66 Capital de Giro (%a.a) 5.38 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 2.65 Over Selic (%a.a) 2.65
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